SIGRIDSaí debaixo dos pés dela, do solo da floresta que ainda restava, a poderosa ilusão de Electra.Tudo nesse terreno era controlado por ela.Agarrei seus cabelos por trás, expondo seu pescoço.Suas pernas flexionaram tentando se levantar e me atacar, as tempestades voltavam, mas minha mão implacável desceu direto para sua garganta, deslizando a lâmina da esquerda para a direita.Profunda e fatal, o sangue espirrou sobre o corpo falso que jazia diante de Petra.Eu o havia criado no ar, transformando a saia do vestido em uma marionete de ilusão.Ao mesmo tempo, aproveitando a névoa que os cegava, me escondi sob a terra encantada, perto da boneca que imitava meu corpo, emboscando-a, esperando como um predador sua presa.Ela caiu totalmente na ilusão.A maioria acreditou. Eu precisava admitir: esse feitiço de Electra era bem sombrio e engenhoso.Me virei para encarar seu corpo ajoelhado, tremendo. Eu queria ver seus olhos.Agora sim ela estava em pânico, o terror finalmente se infiltr
SIGRIDEle se levantou de sua posição inclinada, arqueando a sobrancelha e me analisando de cima a baixo. Eu poderia jurar que até com certo desprezo.—Pode dormir tranquila, não tenho o menor interesse em você —pelo tom direto e, sabendo o que o futuro lhe reservava, me convenci ainda mais disso.—Trouxe o que eu quero? —perguntei, observando enquanto ele finalmente tirava do bolso as runas que eu precisava para concluir o artefato. Na verdade, eu já tinha quase tudo, só faltavam elas.—Aqui estão suas pérolas —respondi, tirando o colar que usava no pescoço, onde havia escondido as pérolas de forma estratégica antes da luta.—Na contagem de três, faremos a troca.Ele assentiu, se aproximando passo a passo.—Uma… duas… —fiquei de olho em sua mão, esperando que ele não tentasse nenhum truque— Três!Arranquei o pergaminho com as runas enquanto ele pegava as pérolas rapidamente.Ambos suspiramos, aliviados por alcançar nossos objetivos.—Vou me vestir e sair. Foi um prazer fazer negócios
SIGRIDAtravés dos olhos do animal, eu observava a imensidão da floresta, buscando um refúgio seguro, e logo o encontrei.No meio das montanhas, longe da mansão, possivelmente fora de suas terras, avistei um buraco escuro, meio oculto na encosta.Pousei suavemente na entrada, retornando à minha forma humana, com um feitiço de fogo brilhando em minhas mãos, pronto tanto para iluminar quanto para atacar.O vento frio fazia meus cabelos dançarem. Olhei para o horizonte, para o céu noturno.Por alguma razão, eu me sentia inquieta e nervosa, mas mesmo assim, arrisquei entrar naquela caverna selvagem, rezando para não ter surpresas desagradáveis.Por precaução, lancei um feitiço defensivo na entrada.No início, o corredor era estreito, mas logo foi se alargando, como um funil.O cheiro de terra úmida me envolveu, mas o lugar não parecia ser a toca de nenhum animal.Observei dois túneis se aprofundando no desconhecido, mas o que eu precisava fazer poderia ser realizado ali mesmo, nesse peque
NARRADORAZarek saiu apressado para o jardim do castelo. Logo, Celine correu ao seu encontro.—Amor, o que está acontecendo? Por que tudo ficou tão caótico de repente?—O que aconteceu com a minha filha?! Diga-me!Antes que pudesse se explicar, Valeria o agarrou pelas lapelas da camisa, as lágrimas escorrendo de seus olhos azuis.A dor era evidente em seu olhar.Ela pôde sentir. A presença de Sigrid, até mesmo o cheiro dela. Melancolia. Sua pequena esteve perto deles… Por que parecia o espírito frágil de uma morta?—Majestade, acalme-se, por favor, eu explicarei. Aldric, por favor —Zarek pediu ao rei lycan, que logo correu para apoiar sua companheira, consolando-a em seus braços fortes, mesmo tão desesperado quanto ela.Quinn e Gabrielle também pareciam aflitos, os rostos carregados de preocupação.Gabrielle tentou consolar sua filha, pois todos haviam sentido a tristeza profunda de Sigrid.—Sigrid foi chamada para uma missão… pela Deusa —Zarek pronunciou o nome como se tivesse acabad
SIGRIDRenata sentiu o perigo iminente arrepiar cada fio de sua nuca.De onde vinha aquela energia tão demoníaca?Virou-se, impulsionada pelo calor do momento e pela própria fúria, bloqueando o golpe de aura sombria que vinha direto em sua direção.A onda de energia se espalhou pela floresta —ódio contra ódio. Ao seu redor, as árvores, a grama, os animais, tudo que possuía vida começou a morrer, sendo drenado por seus poderes.Um elemental? Que tipo de brincadeira era essa?Um homem deformado, envolto em uma escuridão sufocante e magia negra, avançou sobre ela com duas armas em forma de adagas, forjadas com sua própria energia.—SILAS, NÃO! FUJA, FUJA! —Sigrid gritou, tossindo sangue que respingava sobre as folhas murchas.O mundo parecia estar agonizando de repente.Mas Silas não ouviu. Ele atacou a mulher que estava prestes a matar sua pessoa mais importante.Ao chegar ali, seguindo o rastro da magia de sua senhora, e ver aquela cena, ele não pensou em mais nada.Cedeu o controle a
NARRADORACuando Alessandre chegou e viu a cena iluminada pelos relâmpagos, quase sentiu a alma escapar do peito.Jamais imaginou que Renata pudesse estar em um perigo tão grande.Pareceu-lhe sentir o cheiro inebriante do sangue dela, escapando daquela festa absurda para seguir seu rastro e descobrir essa luta feroz.Sem perder um segundo, só conseguiu chutar Electra com força.Aliada ou não, ela não ameaçaria sua companheira.Sigrid não teve tempo de desviar, sentiu a dor aguda atingindo suas costelas direitas, gritou de agonia e caiu no chão coberto de lama e sujeira.A chuva continuava lavando o sangue de seus corpos, o vento uivava com ferocidade, e a única chance de vencer havia escapado de suas mãos.— Espera, Renata! O que diabos você está fazendo?! — Sigrid levantou a cabeça para ver Alessandre parar diante de Renata e começar a discutir.— O quê, veio proteger sua prometida?! Como eu pedi tempo, você decidiu arranjar um substituto enquanto isso?! — Renata o esbofeteou com ódi
NARRADORAEla o abraçou contra si, de joelhos ao lado dele, beijando seu rosto desesperadamente, sem se importar com seus ferimentos ou feiura.—Minha senhora… não chore, por favor, não chore… — o gosto salgado escorria por seus lábios rachados, o pulsar daquele coração contra o peito lhe dava forças, e os lábios dela, um calor infinito.Ainda assim, Silas olhava desconfiado para a Selenia próxima deles.Ele não confiava, sua senhora deveria ter fugido, temia por sua vida.Queria tentar se esforçar mais uma vez, não podia deixá-la desamparada.—Se tentar me atacar de novo, seu corpo elemental não vai resistir —Renata o advertiu, percebendo suas intenções.—Silas, não, olhe para mim, não, olhe para mim, só para mim —Sigrid o segurou pelas bochechas, com medo de machucá-lo.Renata havia eliminado o veneno de suas veias e as feridas fatais, mas ele ainda precisava de cuidados.—Confie em mim, eu vou resolver isso, sim? Confie em mim, por favor —Sigrid inclinou-se para sussurrar em seu ro
NARRADORAOs passos sobre a terra úmida ecoavam, a tempestade havia cessado.A floresta estava devastada e morta, enegrecida por quase um quilômetro ao redor do ponto de combate.Por sorte, haviam se afastado o suficiente da mansão, ou Sigrid estaria exposta.—Acho que dispensamos explicações —Sigrid parou diante deles, pronta para ser breve e concisa.Esse encontro com seus ancestrais era bastante amargo.—O Sr. Vlad já deve ter explicado sobre nosso acordo...—Eu... sinto muito, fui muito impulsiva —Renata disse, e essa era uma das raras desculpas que já havia dado em toda a sua vida.—Não te perdoo —respondeu Sigrid com rudeza—, especialmente pelo que fez com Silas. Só estamos tendo essa conversa "amigável" porque você o salvou no final.Renata franziu o cenho, mas não retrucou.Na verdade, Silas havia sido o primeiro a atacá-la, mas ela entendia que ele apenas tentava proteger a mulher que amava. Toda aquela confusão era fruto de amor e ciúmes.—Você sabe, certo? —Sigrid acrescent