ALDRICLogo a embarcação que usavam para cruzar o rio foi colocada em funcionamento. Essas águas eram traiçoeiras, infestadas de crocodilos e outros animais perigosos.Eu só me atrevia a atravessar, mas não com minha mulher nas costas.— Já estamos com os nossos, amor. Tudo vai ficar bem. — Beijei a mão de Valeria, e ela beijou minha nuca.Era hora de planejar a vingança e a conquista deste reino.Quem quer que fique no trono não importa para mim, mas precisa ser um aliado. Ninguém ameaçará minha família novamente.*****CELINEEu me sentia muito mal.Minha cabeça doía, e tonturas atacavam meus sentidos. Meu peito apertava com uma dor surda.O que estava acontecendo comigo? Seria a maldição do meu sangue? Logo teria outra recaída? Eu não conseguia pensar com clareza.A impotência crescia dentro de mim, e enquanto me submergia na água quente da banheira, fechei os olhos, tão exausta.Quando os abri novamente, estava em um lugar diferente.— Onde... onde estou agora? — perguntei, olhand
CELINEFinalmente consegui articular algo, mas não conseguia dizer mais nada, nem revelar mais nada, mesmo que quisesse.Pensei que ele ficaria bravo, mas ele apenas deu um raro sorriso sinistro que fez todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.— Eu sei. Você está trazendo ratos espertos para a nossa casa, mas não importa, querida. Seu marido é o pior predador de todos. Vou me encarregar de estripá-los por você — ele sorriu, e seus caninos brilharam perigosamente.Tentei dar um passo para trás, mas seus braços se fecharam em volta da minha cintura e ele colou minha cabeça em seu peito de forma protetora, meu corpo inteiro fundido ao dele.Esse homem irradiava perigo por todos os lados, e nem sequer estava fisicamente presente aqui.No entanto, em seus braços, eu me sentia no refúgio mais seguro do mundo.— Vou fazer tudo o que você me pedir, mas me pergunto: o que vou ganhar em troca? — ele sussurrou após alguns segundos.— Em troca? — Como a atmosfera mudou tão rápido? Agora eu esta
NARRADORASussurros de passos eram ouvidos na floresta, a luz da lua revelava silhuetas que se moviam com sigilo e cautela, escondendo-se e esperando.— Mais à frente está a entrada do cemitério...— Não, iremos por outro lugar — Dante disse de forma firme à híbrida que era sua carta na manga. — Siga-me.Ele ordenou, e Celine, embora hesitante, seguiu seus passos rápidos em silêncio, até que o som de água alcançou seus ouvidos.Dante a guiou através de um riacho cheio de pedras, seguindo a corrente até entrarem em uma vegetação alta que impedia a visão mais adiante.Quando o vampiro afastou a grama, Celine ficou surpresa ao ver que a água saía de um enorme buraco redondo, como a saída de um antigo aqueduto.— Venha, entraremos por aqui. Esta área ainda está fora da influência do castelo, Zarek não a controla, e é mais segura que o cemitério. Vamos.Ele fez um gesto com a mão, e ambos entraram no escuro buraco, chapinhando na água com as botas.O cheiro de umidade, de coisas antigas e
NARRADORAEnquanto vampiros e feiticeiros lutavam até a morte, os lobos avançavam pela floresta até chegarem aos limites do cemitério.As nuvens se moviam velozmente no céu, cobrindo a luz da lua, impulsionadas pelo vento que balançava violentamente as copas das árvores; o cheiro de umidade impregnava o ambiente.Ao longe, relâmpagos iluminavam a noite. Um céu negro de tempestade pairava sobre o castelo do príncipe vampiro, e, a qualquer momento, a chuva torrencial cairia, como se fosse a manifestação de seus próprios sentimentos.— Zarek está furioso — anunciou Gabrielle. Não precisava de seus olhos para saber disso; a ira de Zarek parecia ultrapassar todas as barreiras.— Quinn, consegue sentir sua irmã? — perguntou Aldric. Haviam avançado sem descanso durante toda a tarde e noite.— É confuso, mas parece que ela está abaixo de nós, talvez em algum subterrâneo ou algo assim. Tentei falar com ela, mas não consigo alcançar sua loba.Quinn franzia o cenho, extremamente preocupado e, ac
NARRADORAGabrielle começou a tossir ruidosamente, sentia que Quinn não aguentaria e, a qualquer momento, entraria para resgatá-la."Ela nunca vai perdoá-lo... senhor... seu irmão... é o meu companheiro... é o homem que está lá fora," jogou a carta que acreditava poder salvar sua vida.Só esperava que funcionasse.Zarek ficou olhando para ela por um segundo que pareceu uma hora.De repente, uma risada rouca e cínica escapou de seus lábios, ainda mais assustadora; suas presas afiadas brilhavam com sua aura assassina."Vou te dar uma última chance porque, neste momento, não posso dividir minha força em tantas partes, mas se você falhar comigo de novo, Gabrielle, sabe que tenho muitas maneiras de matá-la sem que ela descubra, certo?""Vamos recuperá-la, senhor," assegurou sem muita convicção, mas o que mais poderia dizer?Ela caiu ao chão pesadamente, tossindo como se fosse expelir os pulmões.Raras vezes tinha estado do lado mais fraco; prestar contas a Zarek fazia seus dentes rangerem
NARRADORAEnquanto ela fosse sua refém, Zarek não o atacaria; afinal, todos esses truques de controle do castelo eram tudo o que ele realmente podia fazer, já que continuava preso na masmorra mais oculta e perigosa.De repente, os ouvidos sensíveis de Dante perceberam o assobio do ar e a magia mortal se dirigindo a ele; todos os seus instintos o ordenaram a se jogar no chão, e foi exatamente o que ele fez.Ele se jogou no chão duro de ferro da ponte, segurando Celine nos braços.Ela tremia e batia os dentes, os olhos fechados, cheios de umidade.—Se continuar pressionando-a assim, vai transformá-la em uma idiota antes de poder chantagear Zarek —ele disse, levantando-se e deixando Celine recostada em um canto da ponte, longe das sombras escuras e bem perto dele.—Prefiro fritar o cérebro dela do que deixar que você se beneficie dela —Merkall cuspiu sangue ao lado; ele estava ferido, e o cheiro de sangue pairava no ar.Muitos de seus seguidores precisaram se sacrificar para lhe abrir um
NARRADORA—AAHHH!—O que está acontecendo?!—O teto vai desabar!—Todo mundo, corram, saiam do aqueduto!Os gritos ecoavam de todos os lados, não importava se eram vampiros ou feiticeiros; quando as paredes começaram a tremer e pedras começaram a cair do teto, todos tentaram desesperadamente encontrar a saída.Alguém estava abalando os alicerces do velho aqueduto desde cima.No meio da escuridão e dos túneis estreitos, prestes a colapsar, não havia diferença entre amigos ou inimigos; todos pisavam uns nos outros e convocavam seus poderes para fugir e não morrer esmagados.A surpresa foi ainda maior quando, ao saírem em direção ao riacho, um exército de lobisomens os aguardava na floresta.Os sobreviventes da batalha anterior estavam exaustos, muitos feridos, mas esses lobos fortes e de elite estavam em sua máxima força, sedentos por sangue.—DESTRUAM TODOS OS REBELDES!O rugido do Rei Lycan incendiou o espírito de batalha.Um trovão ensurdecedor caiu do céu.O enorme e selvagem ruivo
NARRADORAPressionando o peito com as mãos, Laila obrigou suas pernas cansadas e feridas a se moverem novamente.O rastro de sangue ficava para trás, mas ela não parava nem mesmo para tentar se curar.Ela preferia enfrentar um lycan e morrer rápido a permanecer naquele lugar.A névoa começava a se levantar entre as tumbas como se tivesse vida própria, rodopiando ao redor de suas pernas, como mãos tentando segurá-la.Laila corria aterrorizada.Nunca havia sentido tanto medo em sua vida.Passou por baixo de um salgueiro, e, de repente, os galhos começaram a se agitar com o vento forte.—Ahhh, me solta, me solta! —gritou desesperada, enquanto os cipós verdes se enrolavam em seu pescoço, estrangulando-a, e em seus braços e pernas, imobilizando-a.Laila lutou como uma louca para se livrar, puxando os galhos com força e tentando arrancar os que estrangulavam seu pescoço.Seus passos cambaleantes a levaram para trás, o cabelo molhado cobria seus olhos, e ela jurou ver sombras e olhos vermelh