VALERIA— Aldric — acariciei sua testa com delicadeza, minha mão tremendo de emoção, enquanto ele se inclinava para frente e beijava suavemente meu ventre, onde a vida da nossa pequena crescia com força.— Vou perguntar à minha mãe sobre o ritual de união das Selenias. Vamos fazê-lo, meu macho. Quero que me marque para sempre. Meu coração é seu desde o início.Ele assentiu, e toda sua alegria me invadiu. Sorri enquanto descalça tocava o chão, sentindo o suave gramado entre os dedos e aproveitando a melhor companhia do mundo.Escondemos as roupas em um buraco de árvore, e comecei a correr pela floresta, rindo como uma menina.Meu corpo começou a mudar, minhas pernas humanas se transformaram em quatro patas velozes, a pelagem escura surgindo na minha pele.A pequena loba Ômega corria encantada, fugindo do enorme Alfa que a perseguia através da antiga floresta, em direção ao som das ondas do mar.No horizonte, os raios alaranjados do sol anunciavam a chegada da noite.Chegamos logo a uma
ALDRIC“Aldric, nossa fêmea... que linda! Sempre foi linda aos meus olhos, mas agora... espera, não, não, não, todos os machos vão ficar olhando para ela, chama muita atenção!”— Gente, sério, estou começando a ficar nervosa aqui, por favor, digam alguma coisa — Valeria diz hesitante, dando pequenos passos com as mãos entrelaçadas à frente do corpo.A pele de suas bochechas e testa parecia saudável e rosada; aquelas cicatrizes haviam desaparecido, revelando para todos a incrível beleza que é minha esposa.Um sentimento agridoce surge em meu coração.É claro que quero que ela esteja saudável, que recupere sua autoconfiança, que ninguém olhe para ela e murmure algo estranho.Quero que ela se sinta bem. Mas, ao mesmo tempo, é como se um tesouro que só eu havia descoberto agora estivesse exposto ao mundo.“Azarot, reage! Para de ficar aí de boca aberta! Vamos terminar de nos transformar; preciso dizer à nossa fêmea que sempre foi a mais bela para nós.”“Aldric, diz pra ela que eu a amo co
CELINEAo entrar no salão, sentei-me em um canto discreto, retirei o capuz, protegida pela escuridão, e pedi minha comida. Estava faminta, quase morrendo de fome.Ao meu redor, ouvia-se a algazarra de homens bebendo e rindo, enquanto as garçonetes, com os seios quase à mostra, serviam e eram apalpadas por todos os lados.Eu não gostava daquele lugar. Passaria a noite e partiria ao amanhecer.— Ei, dizem que o Rei Lycan já está se movimentando, seus homens avançam pela fronteira sul…— Você acha que agora seremos governados por Aldric Thorne?— Acho que não. Os feiticeiros devem vencer os vampiros e tomar o controle do castelo. Quem dominar o castelo controla o Reino...— Mas e a maldição? Foi ativada depois que o Rei Vampiro morreu, e agora ninguém pode entrar no palácio...Ouvi pedaços de conversas de todos os lados, coletando informações.Eu não dava a mínima para essa luta interna do Reino, mas estava indo para o sul para me encontrar com Beof.Naquela noite, arrumei meu colchão de
CELINE Sem pensar duas vezes, forcei a transformação, mas surpresa, surpresa, não consegui convocar minha loba Alfa. “Mía! O que diabos está acontecendo?!” “Parece que o chicote tem algum encantamento! Aaaaggg! NÃO CONSIGO MUDAR!” Minha loba rugia dentro de mim. Chutei como uma mula para todos os lados, lutando no chão para me levantar, mas os golpes, chutes e socos começaram a chover sobre meu corpo. — M*****a vampira de merda, você escolheu o caminho mais difícil! — Arranquem as roupas dela! Vou adorar destruí-la! — Aaaaargh! Aaaah! — Minhas garras afundavam em qualquer um que tentasse se inclinar para me despir, mas logo seguraram meus braços acima da cabeça, assim como minhas pernas, mantendo-as abertas. Meu rosto virou para o lado com um tapa tão forte que quase me fez perder a consciência. Mordi a língua, engolindo ainda mais sangue enquanto chutavam minhas costelas e meu ventre. A coxa, onde o chicote se enrolava como uma serpente venenosa, apertava cada vez mais. Mas e
NARRADORAEntão, ela levantou a saia e quase correu até a carruagem de seu pai.— Diga-me, diga-me, filha, você conseguiu confirmar? — perguntou o homem idoso, com uma longa barba castanho-acinzentada, olhando para a filha com seus olhos verdes enquanto ela entrava em sua área de descanso.Laila fechou a pequena porta e sentou-se sobre o cobertor macio com uma expressão animada.— Sim, sim, pai, eu confirmei! Ela tem, na parte interna da coxa, quase chegando à sua intimidade, uma pequena tatuagem vermelha em forma de lágrima ou gota, algo assim — Laila se lembrou enquanto fazia a "revisão" em nome de curar Celine.— Eu sabia! A Deusa está do nosso lado, que sorte incrível! — o velho feiticeiro deu um tapa satisfeito na própria coxa enquanto dava uma tragada no cachimbo.— Preparei o feitiço. Você precisa garantir que ele entre no corpo dela, não pode falhar!— Mas, pai, tem certeza de que isso não vai machucá-la? Eu me sinto um pouco mal; ela e o irmão dela me salvaram naquela vez...
GABRIELLE— Não, não, filha, você precisa ter controle absoluto sobre sua magia, não deixá-la escapar por instinto — explico a Valeria enquanto praticamos na sala.— Não pode esperar até estar em uma situação desesperadora para reagir. Tente agora manifestar suas asas de corvo... não, não... mas sem a transformação completa, apenas as asas.Passamos um bom tempo praticando. Eu estava determinada a ensinar-lhe tudo o que sabia, o que herdei da minha mãe e da mãe dela antes dela.— Vamos descansar um pouco. Não se esforce tanto e cuide da bebê — paramos, e logo senti o som de água sendo derramada em um copo.Pensei que fosse para ela beber, mas sua presença calorosa se aproximou, e o vidro frio foi colocado contra minha boca.— Beba, você falou muito, seus lábios estão pálidos — minha alma derreteu diante de seus cuidados.Meu maior medo sempre foi que ela me rejeitasse e me acusasse de tê-la abandonado, mas minha Valeria era boa demais.— Mãe, eu... quero conversar sobre algo com você
GABRIELLEQuando cheguei ao quarto, estava preparada para os doces assaltos do meu companheiro.Por mais que minha mente resistisse, a química do vínculo sempre se fazia presente.Abri a porta, e imediatamente o cheiro delicioso invadiu minhas narinas, muito mais intenso e amadeirado.Quinn havia estado treinando lá fora.Eu o imaginava suando, exibindo seus músculos definidos por baixo de alguma camiseta de combate.Precisava admitir que desejava percorrer seu corpo com os olhos.No entanto, o som suave de roupas sendo movimentadas chamou minha atenção.Pensei que ele estivesse indo tomar banho, mas seus passos não se dirigiram ao lavabo.— Quinn, o que você está fazendo? — perguntei, chamando-o pelo nome, do jeito que ele gostava.— Vou dormir em outro quarto para deixar você descansar. Já não preciso te vigiar tão de perto — respondeu, e o tom seco me deixou tensa.O que aconteceu? Mais cedo, ele quase me atacou com sua ereção matinal ao se levantar.— A curandeira não disse que já
CELINECerrei os dentes quando as pontadas de dor atravessaram meus sentidos, mas aguentei.Não seria a primeira ferida grave que eu enfrentava.Quinze minutos depois, quando Laila terminou, eu estava coberta de suor.Minhas roupas colavam ao corpo, e eu havia machucado o lábio inferior de tanto mordê-lo, mas era verdade que a dor aguda inicial havia diminuído.— Você deve deixar isso por alguns dias, e vai cicatrizar. Não se preocupe — explicou ela, limpando a testa com cansaço.— Muito obrigada, Laila. Não sei como vou te pagar...— Eu só estou devolvendo a generosidade que você teve comigo — sorriu, e retribuí o sorriso por cortesia.— A propósito, descanse bastante, Celine. Hoje à noite passaremos perto do lugar para onde você quer ir. Precisa estar pronta para correr para a floresta.Assenti, agradecendo mais uma vez. Terminei o caldo e me deitei para esperar minha oportunidade, enquanto a caravana seguia caminho, com o som das rodas rangendo sobre a terra.Laila ficou comigo por