NARRADORAEntão, ela levantou a saia e quase correu até a carruagem de seu pai.— Diga-me, diga-me, filha, você conseguiu confirmar? — perguntou o homem idoso, com uma longa barba castanho-acinzentada, olhando para a filha com seus olhos verdes enquanto ela entrava em sua área de descanso.Laila fechou a pequena porta e sentou-se sobre o cobertor macio com uma expressão animada.— Sim, sim, pai, eu confirmei! Ela tem, na parte interna da coxa, quase chegando à sua intimidade, uma pequena tatuagem vermelha em forma de lágrima ou gota, algo assim — Laila se lembrou enquanto fazia a "revisão" em nome de curar Celine.— Eu sabia! A Deusa está do nosso lado, que sorte incrível! — o velho feiticeiro deu um tapa satisfeito na própria coxa enquanto dava uma tragada no cachimbo.— Preparei o feitiço. Você precisa garantir que ele entre no corpo dela, não pode falhar!— Mas, pai, tem certeza de que isso não vai machucá-la? Eu me sinto um pouco mal; ela e o irmão dela me salvaram naquela vez...
GABRIELLE— Não, não, filha, você precisa ter controle absoluto sobre sua magia, não deixá-la escapar por instinto — explico a Valeria enquanto praticamos na sala.— Não pode esperar até estar em uma situação desesperadora para reagir. Tente agora manifestar suas asas de corvo... não, não... mas sem a transformação completa, apenas as asas.Passamos um bom tempo praticando. Eu estava determinada a ensinar-lhe tudo o que sabia, o que herdei da minha mãe e da mãe dela antes dela.— Vamos descansar um pouco. Não se esforce tanto e cuide da bebê — paramos, e logo senti o som de água sendo derramada em um copo.Pensei que fosse para ela beber, mas sua presença calorosa se aproximou, e o vidro frio foi colocado contra minha boca.— Beba, você falou muito, seus lábios estão pálidos — minha alma derreteu diante de seus cuidados.Meu maior medo sempre foi que ela me rejeitasse e me acusasse de tê-la abandonado, mas minha Valeria era boa demais.— Mãe, eu... quero conversar sobre algo com você
GABRIELLEQuando cheguei ao quarto, estava preparada para os doces assaltos do meu companheiro.Por mais que minha mente resistisse, a química do vínculo sempre se fazia presente.Abri a porta, e imediatamente o cheiro delicioso invadiu minhas narinas, muito mais intenso e amadeirado.Quinn havia estado treinando lá fora.Eu o imaginava suando, exibindo seus músculos definidos por baixo de alguma camiseta de combate.Precisava admitir que desejava percorrer seu corpo com os olhos.No entanto, o som suave de roupas sendo movimentadas chamou minha atenção.Pensei que ele estivesse indo tomar banho, mas seus passos não se dirigiram ao lavabo.— Quinn, o que você está fazendo? — perguntei, chamando-o pelo nome, do jeito que ele gostava.— Vou dormir em outro quarto para deixar você descansar. Já não preciso te vigiar tão de perto — respondeu, e o tom seco me deixou tensa.O que aconteceu? Mais cedo, ele quase me atacou com sua ereção matinal ao se levantar.— A curandeira não disse que já
CELINECerrei os dentes quando as pontadas de dor atravessaram meus sentidos, mas aguentei.Não seria a primeira ferida grave que eu enfrentava.Quinze minutos depois, quando Laila terminou, eu estava coberta de suor.Minhas roupas colavam ao corpo, e eu havia machucado o lábio inferior de tanto mordê-lo, mas era verdade que a dor aguda inicial havia diminuído.— Você deve deixar isso por alguns dias, e vai cicatrizar. Não se preocupe — explicou ela, limpando a testa com cansaço.— Muito obrigada, Laila. Não sei como vou te pagar...— Eu só estou devolvendo a generosidade que você teve comigo — sorriu, e retribuí o sorriso por cortesia.— A propósito, descanse bastante, Celine. Hoje à noite passaremos perto do lugar para onde você quer ir. Precisa estar pronta para correr para a floresta.Assenti, agradecendo mais uma vez. Terminei o caldo e me deitei para esperar minha oportunidade, enquanto a caravana seguia caminho, com o som das rodas rangendo sobre a terra.Laila ficou comigo por
CELINEEu corria velozmente entre os arbustos, minha longa trança balançando com o movimento da corrida.Raposas saíam de suas tocas em busca de presas noturnas, e todo tipo de insetos fazia ruídos estranhos ao passar por mim.A vida na floresta despertava, e logo, além dos sons naturais, também ouvi vozes, mas não as que eu procurava."Celine, não vá por aí! São vampiros!", minha loba me alertou, e parei bruscamente, olhando para todos os lados, tentando encontrar um caminho para escapar sem cair em uma emboscada.— Ei! — Uma exclamação me colocou novamente em movimento, e corri para a direita, seguindo meu instinto.Mais uma vez eu estava sendo perseguida, e dessa vez, os homens eram muito mais rápidos que os anteriores. Pareciam vampiros de elite.Com minha coxa ferida e vários deles no meu encalço, era óbvio que eu não chegaria muito longe.O vento assobiava em meus ouvidos. De repente, senti um cheiro de decomposição e velharia."Desvie para a esquerda, rápido, Celine, ou mudamos
CELINE“Onde estou? Será que não adormeci no cemitério?”“Mía.”“Estou aqui, mas também não sei onde estamos. Parece o interior de umas masmorras. Sinto algo interessante mais à frente.”Interessante? Que tipo de cheiro seria esse?Olhei ao redor, alerta, e comecei a caminhar por um corredor escuro.Este lugar parecia tão irreal. Passei as mãos pelas frias paredes de pedra, e o único som era da minha respiração e das minhas botas sobre o antigo chão.Não sabia para onde estava indo. Caminhava às cegas por aquele labirinto sombrio, ou pelo menos era o que eu achava… mas, na verdade, algo parecia puxar minha alma.“Será que estou sonhando?”O corredor terminava em uma porta pesada e antiga, feita de madeira com rebites de aço escurecido, e dois trincos grossos a travavam firmemente.Como se isso não bastasse, correntes enferrujadas, mas ainda muito resistentes, envolviam toda aquela barreira de segurança.“O que diabos está atrás dessa porta?” O que quer que fosse, gritava perigo por to
CELINEEu imaginava a expressão de tonta que devia estar no meu rosto, completamente hipnotizada, enquanto aquele rosto lindo, capaz de tentar qualquer mulher, se aproximava. Ele ia me beijar, e eu ia deixar!Sua língua lambeu meu lábio superior e depois sugou o inferior, como se estivesse degustando uma presa. Soltei um gemido baixo, e ele invadiu minha boca, explorando-a em um beijo ardente.Nossas línguas se enroscavam e se exploravam suavemente. Pelos Deuses, a boca dele tinha gosto de pura glória.Uma de suas mãos deslizou pela minha nuca para aprofundar o beijo, enquanto a outra segurou minha cintura de forma possessiva, me puxando contra seu corpo rígido.Uma de suas coxas se posicionou entre minhas pernas, pressionando para cima e me obrigando a ficar na ponta dos pés, com meus sapatos quase perdendo contato com o chão.— Mmm — gemi quando meu centro excitado começou a roçar descaradamente contra sua coxa.Contra minha cintura, uma ereção rígida pressionava por cima dos trapos
CELINEVirei-me, quase tremendo, ao vê-lo parar a poucos metros de mim.As pesadas correntes arrastavam-se pelo chão, ainda presas aos grilhões em seus pulsos, mas pareciam não o deter em nada.Deusa, agora, com a luz, ele parecia ainda mais selvagem, perigoso e irresistível.Quase nu, com aquela ereção feroz apontando para mim, mal coberta por uns trapos de tecido úmido que apenas escondiam a ponta de seu membro.Seus olhos me observavam como sempre: cheios de controle sobre minha vontade, implacáveis, como os de um predador que sabe que vai devorar sua presa, custe o que custar.— Porque você me enfeitiçou, essa é a resposta. Tudo isso é algum tipo de sonho sexual barato. Não sei quem você é, mas me deixe sair daqui! Não gosto que mexam com a minha mente!— Então venha até mim. Venha para o castelo e te espero exatamente aqui. Você conhece o caminho. Siga-o e te provarei que isso não é só um sonho.— O castelo? Ninguém pode entrar…— Você pode. Só você. Eu permitirei — respondeu, co