POV ALICE.Perguntei no que podia ajudá-lo. Ele era lindo, imponente e tinha algo em sua presença que parecia dominar o ambiente. Mas, de repente, me senti desconfortável sob o peso de seu olhar. Era como se ele estivesse despindo minha alma, examinando cada parte de mim. Havia algo familiar e, ao mesmo tempo, inquietante.Ele transpirava poder e riqueza, e sua postura dizia estar acostumado a ser obedecido. Então, ele falou meu nome. Minha boca se entreabriu em surpresa. Como ele sabia? Meu estômago revirou-se e a inquietação me tomou por completo. — Sou Darius Moss. Não vai me convidar para entrar? — Sua voz era fria, autoritária, carregada de um tom que não deixava espaço para objeções.Por um momento, fiquei paralisada. Meu coração disparou, não de medo, mas de um misto de choque e revolta. Meu encanto evaporou na mesma rapidez com que havia surgido. Quem ele pensa que é? Respirei fundo. Minha mãe sempre dizia que a educação era o reflexo de uma alma nobre, e isso me obrigou a se
POV ALICE.Eu ainda tentava entender o que havia acabado de acontecer. Minha cabeça girava, e minha paciência estava por um fio. Caminhava de um lado para o outro na sala, apertando as mãos como se aquilo fosse evitar que eu surtasse. Quem aquele homem achava que era? Como ousava me tratar como um objeto que ele podia simplesmente exigir? Meu corpo tremia de raiva. Se ele voltasse, ah, se voltasse, eu não pensaria duas vezes antes de usar a vassoura para colocá-lo no lugar dele. Ouvi um motor de carro se aproximando, e meu coração deu um salto. — Não acredito… — murmurei, sentindo o sangue ferver. Peguei a vassoura novamente e marchei até a porta. Já imaginava aquele sorriso debochado estampado no rosto do tal de Darius. Meu corpo inteiro pulsava de indignação, e eu estava decidida: se ele quisesse me levar à força, eu mostraria que sabia me defender. Abri a porta com força, pronta para o confronto. — Agora você vai… — Minhas palavras morreram na garganta ao ver minha mãe sain
POV DARIUS.Baltazar estava resmungando na minha cabeça desde que abri a boca para me apresentar. Não sei qual é o problema com o meu jeito de agir e conduzir essa questão. — Você só pode estar louco! É assim que planeja conquistar nossa companheira? — perguntou irritado. — Qual é o problema com as minhas maneiras? — perguntei. — Você acha que vai conseguir a simpatia dela chegando e dando ordens? Achei que tínhamos combinado de você ser carinhoso e seduzi-la, e não um completo babaca! — rosnou Baltazar enquanto me repreendia. — Eu nunca lhe prometi isso. Falei que seria eu mesmo. E meu jeito nunca afastou as fêmeas — comentei. — Se você continuar sendo um idiota, vamos perder nossa companheira! Alice não gosta muito de pessoas. Ela tem um pequeno grupo de quem se importa, mas o resto parece querer distância. E você está confirmando que ela está certa em ficar longe — reclamou Baltazar, me irritando. — Se for para fazer você se calar, eu serei mais sutil e gentil. Satisfei
POV ALICE.O prato de comida na minha frente estava quase intacto. Cada garfada que eu tentava dar parecia perder a força antes de chegar à boca. Fazia apenas uma hora e meia desde que Darius saiu daqui, e meu sangue ainda fervia com tudo o que ele havia dito. Minha mãe estava ao meu lado, almoçando tranquilamente, como se nada tivesse acontecido. Ela lançava olhares discretos para mim, claramente curiosa com o meu silêncio. — Você não vai comer? — perguntou, apontando com o garfo para o meu prato. — Estou tentando, mãe. — Respondi seca, apoiando o queixo na mão. O som de batidas na porta ecoou pela casa, interrompendo nossa conversa. Minha mãe levantou a cabeça, surpresa. — Quem será agora? — murmurou, limpando a boca com o guardanapo. Levantei os olhos, irritada. — Se for aquele lunático de novo, eu juro que… — Falei enquanto me levantava para atender, fui até a porta e abri. O entregador chegou com um buquê. Um lindo buquê, admito, mas minha paciência já estava no limite.
POV ALICE.Minha folga foi horrível. Não consegui descansar; em vez disso, passei raiva e fiquei estressada. Aquelas flores ainda estavam ocupando minha mente. Como me livraria delas? Talvez eu doe para enfeitar alguma igreja. Minha mãe achou graça da situação, mas depois me lançou um olhar sério, alertando: — Filha, tome cuidado. Esse Darius parece disposto a tudo para conseguir o que quer. — Disse mamãe preocupada.Minha mãe ficava raramente preocupada assim, e isso me deixou ainda mais inquieta. Eu me perguntava, quase indignada: por que esse homem quer casar comigo? Existem tantas mulheres por aí que dariam tudo para ter um milionário aos seus pés. Mulheres bonitas, elegantes, do tipo que combina com ele. E eu? Sou só Alice Miller. Uma mulher humilde, assalariada, que nem ao menos se lembra de seu passado devido a uma amnésia. Peguei minha bicicleta e fui para a clínica veterinária, tentando afastar aqueles pensamentos. Assim que cheguei, desci da bicicleta, trancando-a com um
POV ALICE. Levantei-me do banco e comecei a andar de um lado para o outro, preocupada. Eu não imaginava que esse homem era tão poderoso. Mamãe havia dito que ele era poderoso, mas agora descubro ser também perigoso, pela maneira que Abi fala dele. — Amiga, acho que será difícil, pois o homem disse que você será a esposa dele. — Comentou Abi. — O que faço, Abi? Como me livro desse homem? — Perguntei, derrotada. — Bem, se fosse comigo, me jogaria nos braços daquele homem lindo. Vi uma foto dele e fiquei muito impressionada. Ele é tudo aquilo que as fotos mostram? — Perguntou, empolgada. — Ele é bonitinho. Mas não estou interessada. — Falei, não querendo demonstrar que achava Darius lindíssimo e maravilhoso. Mas era mandão e irritante. — Bonitinho, Alice? Aquele homem é lindo! — Disse. — Não quero falar sobre a beleza dele. Você não respondeu minha pergunta. — Falei, mudando de assunto. — Eu procuraria saber por que ele quer você como esposa. Conversar com ele. Agora, se l
POV DARIUS.Baltazar falou tranquilamente sua ideia de roubar a bicicleta de Alice. Fiquei boquiaberto por um momento, por sua falta de escrúpulos. — Você está louco? — perguntei, irritado e indignado. — Sou um rei alfa supremo, não pratico delitos. — Falei revoltado por ele, sugeri isso. — Pensa bem. Sem bicicleta, ela ficará sem transporte. E quem oferecerá carona? Nós. — Disse Baltazar, sem se importar de que estivesse cometendo uma infração. Ele só se importava em alcançar seus objetivos. — Isso é ridículo. — Balancei a cabeça, mas a ideia já fazia sentido na mente distorcida de Baltazar. — Ridículo, mas eficaz. E não se faça de santo. Você já fez coisas piores que um simples roubo, para alcançar seus objetivos. E não estaremos roubando, só guardando em segurança para nossa companheira. Esse mundo está muito perigoso. — Disse descaradamente. Alice está deixando meu lobo dissimulado. Suspirei. — Isso não vai funcionar. — Comentei, não acreditando muito naquele plano e quer
POV DARIUS. Falei sério, olhando para Luis, que arregalou os olhos. Alice me olhou irritada. Puxei-a para mais perto de meu corpo e aproximei meu rosto de seu pescoço, sentindo-a estremecer quando passei meu nariz ao longo de sua pele. — Se não quiser que minha ira caia sobre seu amigo e dificulte a vida dele, é melhor confirmar e dispensá-lo naturalmente. — Falei em seu ouvido e dei um beijo em sua orelha. Ela se estremeceu, mas não consegui distinguir se era de prazer ou de raiva. — Isso é verdade, Alice? — perguntou Luis, nervoso. — Eu e Darius estamos nos conhecendo. Não se preocupe, Luis, pode ir. Darius me levará para casa em segurança. — Falou gentil e docemente com ele. Senti um pouco de ciúme pelo cuidado que ela tinha com ele. — Amanhã conversaremos, Lice. — Disse Luis, em um tom que deixava claro que queria explicações. Ele se virou e entrou no carro, e Abigail o acompanhou. Alice permanecia encostada em meu corpo. Quando o carro com os amigos virou a esquina e de