POV DARIUS.Senti o medo de Alice com a maneira que falei, e isso me incomodou. — O que você planeja fazer? — perguntou, preocupada.— Não precisa se preocupar com isso. Deixe comigo, que cuidarei de tudo. Há assuntos que acho melhor você não participar. Você ainda não está preparada para presenciar os métodos dos lycans — falei, não querendo que Alice soubesse o que pretendo fazer com Eugênia.— Está bem, acho que é melhor assim — disse Alice, suspirando.— Também acho, mas logo você terá que se envolver nos assuntos da alcateia. Afinal, você é a Luna dela — comentei.— Sua mãe me explicou sobre isso. Será um grande desafio para mim, mas darei o meu melhor — falou.— Fico feliz em saber que está aceitando seu destino ao meu lado — falei, satisfeito.— Estou aceitando gradualmente, pois tudo é muito estranho e surreal para mim — comentou.— Entendo, mas você é forte e decidida, se sairá bem. Agora vá se deitar para descansar. Vou tomar um banho e já venho me deitar também — falei. E
POV DARIUS.Alice apenas concordou com a cabeça. Fui para o banheiro e, quando saí de lá, Alice já estava vestida. Ela se aproximou e me beijou, me pegando de surpresa. Foi um beijo rápido e singelo.— Tenha um bom dia, querido. Vou estar com minha mãe caso precise de mim — falou, me surpreendendo por me chamar assim. Alice afastou-se e saiu do quarto, me deixando para trás, pensativo.— O que está te preocupando? — perguntou Baltazar mentalmente, tendo notado que fiquei inquieto.— Estou, pela primeira vez, receoso. Nunca estive assim, tão contente e me sentindo completo. Isso me preocupa… tenho medo de que algo estrague tudo o que estou vivendo — contei.— Isso não vai acontecer — comentou Baltazar.— Estou sentindo que essa paz não vai durar… — mencionei.— Pare de ser agourento. Não vai acontecer nada. O que poderia acontecer para atrapalhar nossa felicidade se até nossos inimigos estão trabalhando para nos unir e acasalar? — falou Baltazar.— Lobinho, nunca te ensinaram a não faz
POV ALICE.O dia mal havia começado e eu já sentia a tensão percorrendo cada fibra do meu corpo. Eu precisava me esforçar ao máximo para esconder minhas preocupações, da minha mãe. Eu a queria longe desse mundo, mas seria impossível protegê-la para sempre.Precisava manter a calma, mas meu peito era um turbilhão de emoções. A qualquer momento, minha mãe poderia notar o quanto eu estava tensa, e isso era a última coisa que eu queria. Mamãe estava frágil e debilitada, ela precisava de paz. Mas como eu poderia lhe dar paz quando tudo ao meu redor era um mar revolto de segredos e perigos?Tudo o que Darius me contou na noite passada não saía da minha cabeça. Eu temia que alguém pudesse nos drogar, eu ou minha mãe. Era um pensamento sufocante. Eu estava com medo de comer qualquer coisa, e beber até mesmo um gole de água. Minha mente trabalhava em alerta total, sem descanso.Ouvi uma batida na porta e pedi que entrasse. Agatha surgiu sorridente e disse que veio nos buscar para o café da man
POV ALICE.Ele parou de me beijar e eu senti sua respiração quente contra minha pele quando ele encostou a testa na minha. Seu peito subia e descia rapidamente, a respiração ainda acelerada, como se tentasse recuperar o fôlego.— O que foi? — perguntei, preocupada, deslizando os dedos, suavemente, pelo seu rosto.Darius manteve os olhos fechados por um instante antes de abri-los e me observar. Seus olhos estavam num azul intenso e carregados de algo que eu não conseguia definir por completo.— Estou com problemas para resolver — disse, com um tom grave. — E preciso de você para me acalmar. Só você pode trazer paz para Necro e Baltazar. Eles estão enlouquecendo minha mente com as brigas incessantes.Eu o abracei apertado, sentindo a tensão em seu corpo. Passei as mãos por suas costas, em gestos lentos e reconfortantes. Darius suspirou parecendo aliviado.— Então esses dois estão te dando trabalho? — murmurei contra seu peito. Depois, ergui o olhar e perguntei, curiosa: — Eles podem me
POV DARIUS.O silêncio pesava no ar entre mim e Alice. Eu sentia a tensão nos músculos dela, sua respiração ligeiramente alterada. Ela estava digerindo tudo o que eu havia dito. Eu a observava, cada pequeno movimento, cada piscada, cada contração da mandíbula. Finalmente, ela ergueu o olhar e me encarou.— Eu não posso ir para o abrigo — disse, com a voz firme. Minhas sobrancelhas se franziram.— Por quê? — perguntei, apertando levemente meus braços ao redor dela, como se pudesse mantê-la ali, sob meu controle. Alice soltou o ar devagar antes de responder:— Como vou levar minha mãe para um abrigo? Como vou explicar isso para ela? Minha mãe não sabe sobre o mundo sobrenatural. Como vou justificar estarmos trancadas com várias pessoas? Minha mãe não é burra, vai perceber que está acontecendo algo nesse lugar. Isso, se não já percebeu — falou Alice, nervosa.Meu maxilar se contraiu. Eu sabia que teríamos problemas com a mãe de Alice e entendia a preocupação de minha companheira. Nesse m
POV DARIUS.Senti a irritação de Baltazar e Necro. Eu sabia que não gostaria do que escutaria. Alice estava nervosa e preocupada.— Me diga o que Abigail contou. — Perguntei, olhando para Alice, sério.— Abi disse que apareceu uma mulher estranha na clínica, e ela perguntou por mim, querendo saber onde eu morava. Abi disse que não sabia e que eu estava de licença. Ela contou que sentiu algo ruim na mulher, sentiu um calafrio. Então, estou achando que ela não era normal, talvez seja um ser sobrenatural. Inventei para Abi que era Angélica, sua ex ciumenta. — Contou Alice.— Você acha que era Angélica ou Agnes? — Perguntou Baltazar mentalmente.— Não sei quem foi, mas tenho certeza de que estava a mando de um dos meus inimigos. — Comentei com Baltazar.— Se estão rondando os lugares que Alice frequentava, eles devem estar tramando algo. Devemos ficar atentos. — Disse Baltazar.— Concordo. Pedirei que Giovanni monitore a clínica veterinária, o sítio e a casa de Abigail. Assim saberemos se
POV ALICE.Amanheceu e a mansão estava bastante agitada. O clima era tenso. Durante a noite anterior, Darius teve a ideia de dar um calmante para minha mãe, para que ela dormisse a noite toda e não notasse nada do que acontecesse.Concordei com sua ideia, e Darius ficou encarregado de pedir um calmante a um dos médicos de confiança da alcateia. Também concordamos em evitar que minha mãe transitasse pela casa durante o dia. Eu estava ajudando minha mãe com seus remédios quando ela me olhou fixamente, deixando-me apreensiva. Então, minha mãe começou a falar:— Quando você vai me contar o que está acontecendo neste lugar? — perguntou minha mãe.— Como assim, mamãe? Não está acontecendo nada. — Falei, tentando disfarçar meu nervosismo. Mamãe deu uma risada sem humor.— Alice, eu te conheço. E não sou burra. Acha mesmo que pode me esconder as coisas? Acha que não escutei você conversando com a gata e ela respondendo? — disse minha mãe, e eu arregalei os olhos. Ela nos ouviu? — Não faça e
POV DARIUS.Eu me sentei atrás da minha mesa. Giovanni e Gabriel estavam diante de mim, exalando tensão.— O interrogatório foi produtivo — começou Giovanni, lançando um olhar rápido para Gabriel antes de continuar. — Descobrimos que Eugênia tinha a família de um de seus servos mais fiel dos tempos em que ela era rainha, infiltrada entre nós. Eles trabalhavam aqui, na casa-prisão dela, no hospital e até na sua própria mansão, Darius. — Contou. Minha mandíbula se contraiu e senti o sangue ferver nas veias.— Toda a família? — minha voz saiu fria, carregada de incredulidade e raiva. Gabriel assentiu lentamente.— Todos. Eles eram leais à Eugenia. Uma quadrilha bem organizada. Ela sabia de tudo que acontecia aqui na alcateia por meio deles. — Falou Gabriel.A força com que bati a mão na mesa fez um estrondo ecoar pelo escritório. Giovanni e Gabriel se encolheram, mas não desviaram o olhar. Eu respirava fundo, tentando controlar minha raiva. A fúria queimava dentro de mim como uma chama i