POV DARIUS.Eu me sentei atrás da minha mesa. Giovanni e Gabriel estavam diante de mim, exalando tensão.— O interrogatório foi produtivo — começou Giovanni, lançando um olhar rápido para Gabriel antes de continuar. — Descobrimos que Eugênia tinha a família de um de seus servos mais fiel dos tempos em que ela era rainha, infiltrada entre nós. Eles trabalhavam aqui, na casa-prisão dela, no hospital e até na sua própria mansão, Darius. — Contou. Minha mandíbula se contraiu e senti o sangue ferver nas veias.— Toda a família? — minha voz saiu fria, carregada de incredulidade e raiva. Gabriel assentiu lentamente.— Todos. Eles eram leais à Eugenia. Uma quadrilha bem organizada. Ela sabia de tudo que acontecia aqui na alcateia por meio deles. — Falou Gabriel.A força com que bati a mão na mesa fez um estrondo ecoar pelo escritório. Giovanni e Gabriel se encolheram, mas não desviaram o olhar. Eu respirava fundo, tentando controlar minha raiva. A fúria queimava dentro de mim como uma chama i
POV NECRO.Finalmente, chegou o meu momento de me divertir. Darius pode até ser interessante, mas sua insistente mania de tentar me conter é irritante. Ele realmente acredita que tem algum controle sobre mim? É patético. Se eu quisesse, poderia facilmente dominá-lo, assumir o comando do seu corpo e apagar sua existência com um mero pensamento. Mas onde estaria a graça nisso? Observá-lo se debater inutilmente contra o inevitável é infinitamente mais prazeroso.Além disso, ele me deixou uma distração que finalmente espanta o tédio. Já era hora. Ficar trancado nesse cofre, sem ter o que fazer, é insuportável. Ele acha que pode me conter? Que piada… Eu só não saí antes porque não quis. Porque não havia um motivo para isso.Mas agora há. Alice finalmente chegou, eu esperei tanto por ela. A minha verdadeira companheira. A única, a dona da minha existência. Aquela infeliz da primeira companheira de Darius foi um erro ridículo, uma ilusão criada pelo sentimentalismo patético de Darius. Mas A
POV ALICE.Assim que a porta de aço do cofre se fechou, trancando Darius lá dentro, suspirei profundamente, tentando acalmar a inquietação que crescia dentro de mim. Será que ele ficará bem? Meu peito apertou com a incerteza. Meus olhos vagaram para os betas dele, dois lobos altos e imponentes, cuja presença era intimidadora. Eu me senti pequena, perto deles, vulnerável. O modo como me olhavam, como se me analisassem, só tornava tudo mais desconfortável. O silêncio pesava, então resolvi falar para quebrá-lo.— Darius ficará bem lá dentro? — Minha voz saiu carregada de preocupação.Um deles respondeu. Acho que foi Gabriel. É difícil diferenciá-los, por serem gêmeos idênticos. Mas Darius havia dito que aquele era Gabriel.— Não se preocupe. Vossa Majestade ficará bem. Ele é um Alfa Supremo e passa por isso todos os meses, desde filhote. — A firmeza na voz de Gabriel deveria me tranquilizar, mas o efeito foi o oposto.Arregalei os olhos. Desde filhotinho? Darius teve que suportar essa tr
POV ALICE.Eu ainda estava em choque por descobrir que Necro poderia falar estando naquela forma. Baltazar não conseguia se comunicar desse jeito. Por um momento, fiquei fascinada. Se não fosse essa situação aterrorizante, eu estaria admirando Necro, pois ele era uma espécie incrível.— Não irei sair, você não pode simplesmente entrar aqui e assustar minha protegida. — disse Lulu, e a vi aumentar de tamanho, transformando-se em um gato do meu tamanho. Fiquei surpresa, não imaginava que Lulu tinha tanto poder.— Antes de ser sua protegida, ela é minha companheira. E seu tamanho não me assusta, bichana. Saia da minha frente ou não serei gentil. — ameaçou Necro, rosnando. Lulu gargalhou.— Você não pode me ferir ou me matar, sou uma guardiã, seu estúpido. — disse Lulu, debochada.— Então temos um impasse, pois você também não pode fazer nada comigo. Mas eu não desistirei da minha companheira e passarei por cima de você para chegar até Alice. — falou com sua voz sombria.— Quer mesmo trav
POV ALICE.Necro parou de rir e me olhou divertido. Então falou com um tom alegre, coisa que Darius não fazia.— Não seja bobinha. Eu não sou nenhum insano a ponto de querer transar com você nessa minha forma. Quero transar com você, Alice, e necessito disso. Mas não será transformado em crino. Estou no comando do corpo de Darius, então vou me transformar em sua forma humana para fazer isso — explicou Necro. Suspirei aliviada, mas a tensão ainda percorria meu corpo.— Entendi… Mas não é cedo para pensarmos em sexo? Acabei de te conhecer — falei, nervosa com a ideia. Mesmo que fosse o corpo de Darius, com quem eu já tinha transado várias vezes, era estranho. Necro se aproximou mais um passo, me observando como um predador que observa sua presa.— Alice, não me negue isso. Eu te esperei muito. Você não pode evitar que fiquemos juntos. Sua voz era um sussurro grave, carregado de desejo.Fiquei pequenina diante dele quando se aproximou. Meu coração tamborilava no peito. Então, diante dos
POV DARIUS.Minha consciência foi voltando gradualmente. Senti que estava deitado em cima de algo macio. Estranhei, pois a última coisa de que me lembro é que estava no cofre, e não havia nada macio naquele lugar. Passei a mão e notei que estava deitado em uma cama. Farejei e reconheci o local.Percebi, então, que havia um corpo sobre mim. Logo reconheci o cheiro maravilhoso de Alice. Abri os olhos rapidamente, olhei para baixo e a vi deitada sobre meu abdômen, nua e adormecida. Fiquei apreensivo com sua presença ali, na verdade, com a minha presença no quarto. Não era para eu estar nele. Eu deveria estar no cofre, trancado.— O que está acontecendo aqui? — perguntei-me mentalmente.— Também gostaria de saber. Por que estamos aqui com nossa companheira? — perguntou Baltazar. De repente, senti um cheiro e rosnei irritado. Era cheiro de sexo. Não acredito que ele escapou do cofre e veio transar com a minha companheira.— Necro, o que você fez? — perguntei mentalmente.— Por que esse esc
POV DARIUS.Coloquei Alice na cama e comecei a beijá-la quando começaram a bater na porta. Rosnei, irritado por ser interrompido em um momento íntimo com minha companheira. Alice pegou rapidamente o lençol e se enrolou.— Vá embora, ou irei arrancar sua cabeça! — gritei para quem estava do lado de fora. Ouvi quando a porta foi aberta.— Quero ver você tentar. — Falou a mãe de Alice. Me afastei de Alice, que rapidamente ajeitou o lençol no corpo para tampar sua nudez e se levantou e foi ao encontro de sua mãe. Rosnei, mais ainda por ela estar nesse estado exposta a olhares alheios. Me levantei também.— Mamãe, o que faz aqui? Era para a senhora estar no abrigo! — disse Alice e abraçou sua mãe. — Eu estava preocupada. E esconda essa coisa. Não vê que tem uma senhora aqui? Não quero ver você nu. — Disse Antônia me olhando com expressão de descontentamento.— Estou no meu quarto e, se não queria me ver nu, não deveria invadir meu quarto. — Falei irritado com a ousadia dessa velha.— Dari
POV DARIUS.Os últimos dias foram intensos. Coloquei meus pais e meus betas a par de tudo que estava acontecendo. Giovanni e Gabriel trouxeram o relatório sobre o encontro com Necro, e o que ouvi deles somente reforçou o que eu já suspeitava: aquele maldito é poderoso. Poderia ter matado ambos com facilidade, mas escolheu somente deixá-los inconscientes. Isso não foi um erro ou misericórdia. Foi um aviso de que ele era poderoso e poderia tê-lo matado, mas não quis. Enquanto caminhava em direção às masmorras, minha mente estava um turbilhão com os acontecimentos e com o ritual de invocação da deusa Lua, que aconteceria amanhã à noite. Baltazar aproveitou a oportunidade para se manifestar.— Você ainda não disse à Alice que a ama. — Sua voz reverberou dentro de mim, carregada de cobrança. Soltei um suspiro longo. Eu já esperava por isso.— Estou esperando o momento certo. — Respondi mentalmente.— Isso é uma desculpa. — Baltazar rosnou. — Você tem medo de admitir. Medo de se declarar e