POV DARIUS.Eles ficaram discutindo sobre o plano de Eugênia por um bom tempo até concordarem. Fiquei observando tudo até que a reunião terminou e todos saíram. Quando não havia mais ninguém no local, desci da árvore.— O que faremos agora que temos essas informações? — perguntou Baltazar.— Primeiro, vou descobrir como Eugênia conseguiu sair e quem a está ajudando a obter informações. E vou mudá-la de lugar. Quero ver como ela conseguirá sair da sua nova casa — informei.— Aonde você planeja colocá-la? — perguntou Baltazar.— Está na hora de Eugênia conhecer as instalações da nossa prisão secreta — comentei.— Vai enviá-la para o sufoco. Você é mau, Darius — disse Baltazar, rindo.— Pois ele deveria ter feito isso há muito tempo. Assim, aquela loba não estaria conspirando contra nós — falou Necro com frieza.— Agora somos “nós”? — perguntei, debochado.— Eu não tenho muita escolha, afinal, uso esse corpo também. Então, mesmo não querendo, terei que auxiliar no que você decidir — diss
POV ALICE.Bartolomeu sorriu largamente para mim com o que havia acabado de ouvir. Eu senti meu rosto queimar de vergonha por revelar o que estava sentindo por Darius para seu pai. Eu me sentia desnorteada com esse novo sentimento. Era tudo muito confuso, mas eu sabia que era amor o que sentia por Darius.— Então, você já o ama. Fico feliz em saber. Agora me diga, não acha estranho amar alguém em tão pouco tempo? E alguém que você dizia detestar? Vocês, humanos, não costumam amar tão rapidamente. Já nós, lobos, quando encontramos nossos companheiros, os amamos daquele instante até o nosso último suspiro de vida. Ainda acha que é apenas preocupação? — perguntou.Observei Bartolomeu com atenção, e ele tinha razão. Eu sabia que não era somente preocupação que sentia. Mas não queria admitir isso a Bartolomeu. Eu não tinha tanta intimidade com ele para contar dos meus sentimentos. O pai de Darius me dava calafrios. Quando eu ia responder, minha mãe me chamou, fazendo-me olhar em sua direçã
POV ALICE.Darius me perguntou, sorrindo daquele jeito charmoso dele que me fazia estremecer toda.— Quem disse que senti? Só estava preocupada de que acontecesse alguma coisa. Você estava espionando seus inimigos, poderia dar algo errado. — Falei, tentando disfarçar. Não queria que ele percebesse que eu já o amava.— Você esquece que sei quando você mente. Mas fico feliz pela sua preocupação com a minha segurança. — Falou e sorriu ainda mais. Darius me pegou nos braços e cheirou meu pescoço, suspirando. Acho que ele estava tentando se acalmar.— O que houve na reunião? — Perguntei, enquanto Darius se sentava na sua poltrona e me ajeitava em seu colo. Eu estranhava seu jeito gentil, estava acostumada com seu lado rude e rabugento.— Descobri que Eugênia está ajudando meus inimigos. Ela apareceu na cabana de Agnes. — Revelou e rosnou irritado. Olhei surpresa para ele.— Sua avó estava lá? Mas ela não estava banida e trancada? — Perguntei, confusa. Darius rosnou ainda mais.— Aquela inf
POV DARIUS.Senti o medo de Alice com a maneira que falei, e isso me incomodou. — O que você planeja fazer? — perguntou, preocupada.— Não precisa se preocupar com isso. Deixe comigo, que cuidarei de tudo. Há assuntos que acho melhor você não participar. Você ainda não está preparada para presenciar os métodos dos lycans — falei, não querendo que Alice soubesse o que pretendo fazer com Eugênia.— Está bem, acho que é melhor assim — disse Alice, suspirando.— Também acho, mas logo você terá que se envolver nos assuntos da alcateia. Afinal, você é a Luna dela — comentei.— Sua mãe me explicou sobre isso. Será um grande desafio para mim, mas darei o meu melhor — falou.— Fico feliz em saber que está aceitando seu destino ao meu lado — falei, satisfeito.— Estou aceitando gradualmente, pois tudo é muito estranho e surreal para mim — comentou.— Entendo, mas você é forte e decidida, se sairá bem. Agora vá se deitar para descansar. Vou tomar um banho e já venho me deitar também — falei. E
PRÓLOGO.Nasci amaldiçoado, condenado a carregar uma punição que não era minha. O primeiro rei supremo dos lobisomens, Julian, teve seu coração corrompido e exterminou alcateias indefesas. Foi punido por suas ações cruéis com uma maldição: transformar-se em uma besta infernal que destrói tudo ao seu redor. Desesperado, rogou à deusa Lua por misericórdia, mas tudo que conseguiu foi transferir a maldição para seus descendentes.A intenção era dar-lhe tempo para encontrar uma solução, mas Julian não se importava com quem sofreria, contanto que não fosse ele. Sua companheira, no entanto, não suportava a ideia de seus filhos herdarem esse fardo. Recorreu à feitiçaria para poupá-los, condenando, assim, seus netos. Sou esse neto. Meu pai foi poupado, mas herdei o castigo imposto a Julian, meu avô. Quando me transformo em besta infernal, perco todo controle; o único desejo que sinto é o de sangue e destruição.A deusa profetizou em sonho a um dos antigos anciões da nossa alcateia que a maldiç
POV DARIUS.— O que tinha no chá, sua maldita? — perguntei com raiva.— Não se preocupe, querido, agora você é meu. — Disse Agnes, sorrindo vitoriosa.Senti uma leve tontura e percebi o cheiro de lobos se aproximando. Rosnei de raiva e Agnes se assustou. Levantei-me, pronto para matar a todos. Agnes me olhou, com os seus olhos arregalados, e saiu correndo pela porta da cabana. Eu me levantei, ainda um pouco tonto, e saí da cabana logo atrás da bruxa, pronto para acabar com sua vida. Mas, quando cheguei na porta, só pude ver ela desaparecendo em meio à fumaça roxa e densa. Com dificuldade, fui me transformando em um lobo negro de olhos azuis, mas era tarde demais. Minha visão estava turva, e meus reflexos, lentos.Havia algo naquele chá que me impedia de lutar com toda a minha força. Maldita hora em que confiei naquela bruxa e suas promessas. Pensei, enquanto minhas mandíbulas se fechavam em torno do pescoço de um lobo marrom, quebrando-o com um estalo surdo. O gosto metálico do sangue
POV ALICE.Meu primeiro instinto foi correr. O lobo era gigantesco, mais do que eu já tinha visto em qualquer documentário ou livro. Nunca havia ouvido falar de lobos nesta região, e sabia serem perigosos. Mas… algo em mim não permitiu que eu fugisse. Talvez fosse a minha paixão por animais. Ser veterinária sempre foi o meu sonho, e ali estava, diante de mim, uma oportunidade de ajudar. Mesmo que fosse imprudente.Aproximei-me devagar. Peguei um galho ao meu lado, hesitante, e cutuquei o corpo inerte. Nenhuma reação. Ele não se mexeu. Meu coração acelerou, mas a tensão que sentia diminuiu um pouco. Me ajoelhei perto dele, sentindo o cheiro de terra e pinho preenchendo o ar ao meu redor.— Você é enorme… — murmurei, enquanto minha mão tremia ao tocar de leve seu pelo. O calor de seu corpo me chocou. Ele estava vivo, mas tão machucado que eu mal conseguia entender como ainda respirava. Uma onda de pânico me percorreu.— Você está vivo… — sussurrei, me afastando rapidamente, o coração di
POV ALICE.Toquei seu focinho frio e observei atentamente. Seus olhos continuavam fechados, sem qualquer sinal de movimento. A respiração, antes pesada, agora era quase imperceptível. Entrei em pânico.— Não, não, por favor, aguente firme! — implorei em voz baixa, tentando manter a calma. Mas o medo crescia dentro de mim. Então, percebi.— Droga, acho que ele entrou em coma… — minha voz falhou, uma mistura de desespero e impotência tomou conta de mim.Olhei para o lobo, sentindo meu coração apertar. O que eu faria agora? Ele estava à beira da morte, e eu não tinha tempo a perder. Precisava agir, mas não sabia se conseguiria salvá-lo. Apenas uma coisa era certa: eu não poderia desistir dele agora.O lobo continuava imóvel, seu peito mal se movendo. Eu podia sentir o peso da urgência esmagando meu peito. Precisava fazer algo. Mas o quê? Sou apenas uma ajudante de veterinário.Olhei em volta, tentando pensar em uma solução.O único som era minha própria respiração acelerada. Peguei o est