POV ALICE.O mundo ao meu redor pareceu parar. As palavras de minha mãe ecoavam na minha mente, mas eu não conseguia assimilá-las. Meu coração disparou, batendo com uma intensidade avassaladora. Uma onda de emoções conflitantes me atingiu com força: surpresa, medo, felicidade, confusão.— Grávida. Eu estava grávida de Darius. — A frase ecoava na minha mente.Minha respiração ficou entrecortada enquanto meus olhos se enchiam de lágrimas. Olhei para minha mãe e para Selene, tentando encontrar algum sinal de que aquilo era um engano, um sonho, um delírio da minha mente devastada. Mas não era. Eu via a verdade nos olhos delas.Minha mãe segurou minhas mãos com delicadeza. Sua pele estava quente, reconfortante, mas nada poderia acalmar o turbilhão dentro de mim.— Alice, eu sei que isso é muita informação de uma vez, mas você precisa se acalmar. Pense no bebê, minha filha — pediu minha mãe suavemente, notando minha agitação.Meus olhos foram para minha barriga. Instintivamente, minhas mãos
POV ALICE.Pensar em Selene me fez refletir sobre a situação da minha mãe. Eu não podia permitir que ela continuasse doente, não quando eu tinha finalmente o poder para mudar isso.— Mãe — chamei, e as duas responderam “sim” ao mesmo tempo.— Isso é meio confuso — Lulu comentou, e tombou sua cabecinha de lado.— Desculpa — Selene murmurou, percebendo que eu me referia a Antônia. Eu somente balancei a cabeça, sem dizer nada. Respirei fundo, reunindo coragem para falar, não sabia como ela reagiria.— Mãe, precisamos te curar. Agora tenho poder para isso. Quero te tornar imortal. — Falei apreensiva com sua reação.Minha mãe me olhou, surpresa, seus olhos arregalados refletindo a incredulidade que sentia. O silêncio que se seguiu foi denso, quase palpável, como se o ar ao nosso redor tivesse ficado mais pesado. Eu sabia que minhas palavras carregavam um peso imenso. Pois nem todos querem viver eternamente. — Me tornar imortal? — mamãe perguntou, franzindo a testa, como se tentasse proces
POV DARIUS.O tempo passou arrastado. Sete malditos dias desde que virei as costas para Alice e enterrei qualquer chance de felicidade que eu pudesse ter ao lado dela. Desde então, tudo ao meu redor se tornou insuportável.O ar parecia mais pesado, os dias mais longos e sombrios. Meu humor era um veneno que contaminava tudo e todos ao meu redor. Ninguém ousava me dirigir a palavra sem pensar duas vezes. Meus Betas, eu sentia que já haviam perdido a paciência com minha postura, mas não ousavam me desafiar ou dizer uma só palavra. Pois ainda tinham amor às suas vidas. Eu sabia que eles queriam me dizer que eu estava sendo um idiota com todos. E talvez estivesse. Mas não importava. A dor, a raiva, o rancor… eram tudo o que eu tinha agora.Uma semana inteira se esvaiu, mas a dor dentro de mim continuava latente, queimando como brasas incandescentes. Não havia um instante de paz, não havia um momento sequer em que meu peito não estivesse pesado, comprimido por sentimentos que eu não queria
POV DARIUS.“Alice…” Seu nome vinha à minha mente, e isso me irritava.Minha respiração ficou pesada e precisei me apoiar contra uma parede. Baltazar uivava dentro de mim, a dor dele espelhando a minha. Mas eu não podia fraquejar e ir atrás dela.— Maldição! — rosnei, socando a parede com força suficiente para rachá-la. Mas isso não aliviou a agonia em meu peito. Cheguei até o quarto de hóspedes. Não ouso ficar em nosso quarto; lá, o cheiro de Alice é insuportável e tentador. Me faz pensar ainda mais nela. Me joguei na poltrona do quarto.Eu olhava para o teto, entediado, quando senti Baltazar e Necro bastante agitados. O que esses dois estão aprontando? Por que essa agitação toda? Me perguntava.Logo, uma batida na porta me fez parar de olhar para o teto e direcionar minha atenção para ela. Antes que eu pudesse ordenar que me deixassem em paz, a porta se abriu. Fui atingido pelo melhor aroma do mundo. Cada músculo do meu corpo se contraiu, e minha pele se arrepiou. Pude sentir meu co
POV DARIUS.Eu estava furioso e sofrendo com a minha decisão de expulsar minha companheira, mas meu orgulho me impedia de dizer para ela ficar e que eu esqueceria tudo.Baltazar e Necro rugiam dentro de mim, inquietos, tentando tomar o controle. Eu nunca os sentira tão revoltados antes. Mandar Alice embora foi um erro aos olhos deles, e agora eu estava pagando o preço pela minha decisão. Tive que usar toda minha força para segurar eles. Se fosse antes de a maldição ser quebrada, Necro me dominaria sem o menor esforço, mas agora ele não tem mais domínio sobre mim e posso controlá-lo.— VOCÊ É UM IDIOTA! — Necro rugiu dentro da minha mente, sua voz carregada de fúria. — Você realmente ama Alice? — Perguntou com raiva.— Mais do que tudo — respondi, a voz áspera, lutando para manter o controle.— ENTÃO, POR QUE A MANDOU EMBORA? — Baltazar rosnou, sua indignação pulsando com minha própria dor. Cerrei os punhos, os músculos tensionados com o esforço de conter a fúria dos dois.— Porque con
POV DARIUS.— Alice está grávida — falou Gabriel nervoso.O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Meu coração parou por um segundo, antes de retomar sua batida em um ritmo frenético. As palavras explodiram em minha mente, reverberando no meu peito como um golpe certeiro. O mundo ao meu redor pareceu vacilar, e por um instante, não consegui respirar. Baltazar e Necro, assim que ouviram, rosnaram dentro de mim, desesperados, furiosos, ansiando por sua companheira e filhote. Minhas garras se alongaram instintivamente, e um rosnado de pura surpresa e incredulidade escapou de mim.— O quê? — minha voz saiu mais rouca do que eu esperava. Gabriel assentiu, com o olhar sério.— Alice está esperando um filhote seu, Darius. E você a mandou embora. — Falou Gabriel.— É isso que você ouviu, Darius. Alice está esperando seu filhote. — Confirmou Giovanni e manteve o olhar fixo no meu, sem recuar. O choque foi como um soco no estômago. Minha mente girava, tentando processar a informação. Alice…
POV DARIUSLulu nos observava com aquela serenidade felina, a cauda balançando preguiçosamente. Quando ouvi que ela poderia me ajudar a encontrar Alice, algo dentro de mim reacendeu: um lampejo de esperança. Eu não gostava dessa gata intrometida, nunca gostei, mas se ela pudesse me levar até minha companheira, eu seria eternamente grato.— Então me diga, onde Alice está? — perguntei sem rodeios. Não havia tempo a perder. Lulu riu, aquele som suave e divertido que me irritava profundamente.— Não tão rápido, lobão. Primeiro, deve me provar que merece essa informação. — Comentou Lulu, divertida. Meu maxilar se contraiu, a irritação faiscando em meu olhar.— Não estou com tempo para joguinhos, Lulu. — Minha voz veio baixa, perigosa, um rosnado sutil vibrando em meu peito.— E quem disse que estou brincando? — retrucou ela, seu tom agora sério. — Eu ouvi tudo. Inclusive a conversa que teve com Alice, sua decisão estúpida de mandá-la embora. E agora quer que eu simplesmente te diga onde es
POV DARIUS.A noite estava silenciosa quando cheguei à fronteira oeste com meu exército. A lua cheia iluminava o terreno, lançando sombras distorcidas nas árvores retorcidas que cercavam o campo de batalha. Uma clareira fora do meu território. Eu caminhava à frente, em minha forma humana, meus olhos varrendo o horizonte à procura dos líderes dos nossos inimigos.Não demorou para os avistar. Do outro lado, parados em postura arrogante, estavam Aiden, Kira, Estevão e Klaus, liderando seu exército. Aiden, com seu porte altivo e olhos cheios de prepotência, sorriu de lado. Kira, sempre cruel, lançou-me um olhar malicioso. Estevão se mantinha firme, e Klaus cruzou seus braços, avaliando-me com um sorriso cínico. Parei e me pronunciei.— Dou a vocês uma única chance de fugir — falei, minha voz ecoando pelo campo de batalha. — Dou a vocês vinte minutos de vantagem antes de caçar um por um e matar. — Falei sério. Meu tom não era de desafio, era uma promessa.Os quatro caíram na gargalhada. Ki