Eu não falava nada, me encolhi em minha cama abraçando minhas pernas em posição fetal, a cena se repetia em minha cabeça continuas vezes, uma enfermeira entrou no quarto com uma xicara de chá.
- Não posso fazê-la esquecer do que houve, mas o chá irá fazê-la adormecer.
Aila me deu o chá e ela e Parvii permaneceram comigo até que eu adormeci, Marschall se retirou assim que Hermes chegou os dois trocaram faíscas e ele partiu, O embaixador de magia também veio até meu quarto enquanto eu dormia e pude ouvi-lo discutir com Parvii.
- São as leis do reino filha! Um dia talvez seja você no meu lugar!
- Nunca papai! Nunca! E sabe por quê? Por que o que vocês chamam de lei sendo feita para mim não passa de uma selvageria, e mesmo que eu concordasse com isso, eu jamais seria Embaixadora de magia, por que mulheres não podem ocupar esse cargo nessa terra de machismos! Nós mulheres somos para vocês homens apenas depósito para gerar filhos!
Ouvi um barulho co
Kaarl me tirou dali apressado, alguns alunos nos seguiram exigindo ordem e tiveram que ser contidos pelos professores, Olli foi levado para a enfermaria e eu para o meu quarto seguida por todos os guardiões.- Vou ser expulsa depois dessa, né?Ele ergueu a cabeça e me olhou sério.- Se for somente isso deverá ficar contente, por que é mais possível que Jarkko a mate depois disso!Makki o guardião da terra se aproximou.- Não vamos nos exaltar, ok? Sejamos racionais, o garoto meio que pediu por isso, todos sabemos da dificuldade que Anna tem de se controlar e ele escolheu ofender logo a mãe dela?Thoumas berrou.- Isso não justifica a atitude dela! Ela podia ter matado aquele garoto!O Embaixador adentrou no quarto e me olhou com um olhar fuzilante.- Senhorita Anna, queira me acompanhar.Kaarl se colocou na minha frente.- N&
No dia seguinte todos os alunos foram chamados no salão e o Baile do fim de outono foi anunciado, todos se animaram com a noticia, o castelo logo se animou e os enfeites foram sendo colocados por todos os lados. Encontrei com Aila no final do corredor há caminho do meu quarto, me aproximei dela acelerando os passos, pois havia algo que eu queria perguntar. - Aila... - Sim? - Por que todos querem me afastar de Kaarl, tudo bem eu entendo que existe essas tais regras de conduta e que um homem não pode ficar sozinho com uma mulher, mas por que parece que é só com ele, por que as pessoas nos olham diferente quando estamos juntos? Eu quero dizer, tem algo a mais não tem? Até Hermes é contra eu estar a sós com ele! Percebi que Aila ficou desconfortável com minha pergunta, ela sabia a resposta, porém parecia fazer questão de não responder. Parvii se aproximou de nós e nos abraçou pelos ombros. - Essa é uma pergunta que eu acho que eu p
Assim que a noite chegou eu andei de um lado a outro do quarto sobre o que deveria dizer a ele quando o encontrasse, respirei fundo e me concentrei no livro a minha frente. - Vamos lá Anna, é só um feitiço, que mal há de haver? Pronunciei as palavras com cuidado, algumas vezes mentalmente antes de pronunciá-las em voz alta, eu não sabia o que poderia acontecer se eu errasse alguma delas e como um passe de mágica fui dominada por um vento que circulou a minha volta e me levou até o quarto de Kaarl. Kaarl estava atirado na cama pronto para deitar-se, com a camisa aberta e descalço, assustou-se assim que me viu e começou a abotoar a camisa sem jeito. - Que diabos está fazendo aqui Anna? Pensei que tínhamos sido claros um com o outro sobre não nos encontrarmos a sós! - Desculpe. – Eu gaguejei com a voz em um fio, era esperado que ele reagisse assim. – Eu precisava discutir alguns pontos com você e temia que fosse vista pelos corredores então, usei
Assim que o dia amanheceu eu me senti uma idiota, como eu poderia ter sido tão burra em ter ido até o quarto dele e ainda ter questionado ele sobre a ligação, isso tudo era culpa de Parvii que tinha posto essas ideias na minha cabeça. Cheguei na sala de aula sem saber como seria recebida, afinal Olli ainda estava se recuperando, mesmo que algumas pessoas tivessem se sentado comigo na mesa na noite anterior ainda assim eu não era a aluna mais bem vista e o meu primeiro período era com Jarkko, poderia ser pior? Como de se esperar eu não recebi o melhor olhar dele assim que entrei na sala de aula, me sentei ao lado de Parvii que sorriu para mim. - Fiquei sabendo que Olli está se recuperando, ele vai ficar bem Anna... - Eu espero que sim, na verdade é tudo que eu mais espero, ainda mais depois do que eu acho que descobri. - Como assim? Jarkko nos olhou sério e eu fiz um sinal para Parvii que depois contaria a ela. Assim que a aula
O castelo estava impecável, cada minúsculo centímetro parecia ter sido coberto por magia, eu vi os casais apaixonados dançando, de um lado os rapazes muito bem vestidos e do outro lado moças com seus vestidos exuberantes, suspirei tentando não tropeçar na saia do vestido, postura pensei, postura... Hermes me deu a mão no alto da escada. - Está deslumbrante senhorita Rasmus. - Sabe que eu estou aqui por livre e espontânea obrigação não é? Ele sorriu e voltou a abaixar a cabeça antes de me anunciar. - Senhorita Anna Elizabeth Rasmus, futura Herdeira de Taika. Eu não era mais a desconhecida de Naantali, Finlândia, agora eu tinha um titulo ali, gostaria tanto que meus avós pudessem estar presentes na festa, vi Kaarl se aproximar das escadas ele estendeu o braço para mim que o enlacei no meu sorrindo. - E seu companheiro, O Príncipe Kaarl Sipinpoika, Herdeiro da coroa negra. Desci as escadas com graça, por um milagre não tro
Kaarl chamou Marschall para uma conversa no escritório, ele precisava tirar a limpo o que Anna tinha falado e sabia que tinha algo acontecendo, pois também já tinha percebido a forma como ele observava Anna de longe. - Senhor príncipe? Recebi seu recado... Marschall disse assim que entrou, Kaarl se levantou e caminhou até Marschall. - Eu estava vendo aqui que você foi professor em Taika, aliás, um professor tão bom que conseguiu que alguns alunos superassem suas dificuldades e batessem seus próprios recordes, isso é impressionante... Porém é mais impressionante ainda que um professor tão célebre tenha se afastado sem nenhum motivo aparente da escola. - Eu tive meus motivos, o embaixador Heikkinen foi quem me afastou e preencheu minha ficha de demissão, eu precisava cuidar de minha mulher que estava grávida, sabe o quando Kauane foi doente, não foi fácil para ela ter nosso filho. - Ou será que foi por que você não suportou ser professor de Hell
Kaarl deve ter ficado mais uns quinze ou vinte minutos no cemitério, trocou a água dos vasos de flores de Tiina e limpou a sua lápide, sentou-se com as mãos na cabeça e pensou, que bom seria se pudesse tê-la ali para lhe aconselhar da melhor forma, Anna era de outra época que ele, desejava coisas que ele não podia dar, com Tiina era tudo tão mais fácil, ela vivia no tempo dele, compreendia sua forma de ver as coisas, com Anna tudo parecia tão desconexo, suspirou olhando para o quadro pendurado na parede. “Você me entenderia, tenho certeza que entenderia”. Depois de algum tempo decidiu que era preciso ter uma conversa com ela, sentia que de fato Marschall poderia estar vencendo sua teoria de que a ligação falava por ele, ele precisava tomar as rédeas da situação, ele não amava Anna, mas as vezes parecia que aquilo era tão certo, esquecer-se de tudo e simplesmente viver o momento, ah se Hermes o ouvisse, certamente lhe bateria tanto na cabeça que ele desistiri
Acordei mole no dia seguinte, meu corpo parecia fraco e cansado, me olhei no espelho sem vontade para me arrumar ou trocar de roupas, me arrastei para o andar de baixo e vi meu tio se exercitando pronto para sair para uma caminhada. - Não quer vir comigo Anna? Faria bem para você uma caminhada! Olhei para fora e vi o vento roubar as últimas folhas da arvore, enrolei meus braços contra o corpo, totalmente rabugenta. - Nem nos seus sonhos! Minha tia preparou meu café e me olhou sorridente. - Seu tio já saiu? - Já... Onde está a vovó? - Ela e seu avô foram até o mercado, ela queria comprar ingredientes suficientes para fazer o chocolate quente para você levar. – Ela espiou para os lados. – O que significa que temos um longo tempo de solidão para conversarmos. - Conversarmos? - Não acha mesmo que vai se escapar dessa conversa entre mulheres, vamos eu estive em Taika recentemente e posso dizer que os rapazes de lá mu