Na minha avaliação o trânsito de Londres me pareceu uma loucura nas duas vezes em que eu tive que usar um veículo para me locomover nessa cidade. A famosa mão inglesa me deixou tensa. Felizmente o percurso do café até o prédio onde se situava o escritório de Harold não era muito longo. O padrão do prédio era muito parecido com o de Nova York e um contraponto com a arquitetura antiga da cidade. Sendo assim, o prédio parecia ser ainda mais esplendoroso. Como uma flor numa selva de pedras ou ainda uma parede de rocha em meio a um roseiral. Contrastava.O carro nos levou até o estacionamento interno e nós saímos do carro em direção aos elevadores. Harold apertou o botão para o último andar. A mão de Harold na minha estava me deixando ainda mais tensa depois da conversa que eu tive com Charlie. Eu queria, não, eu precisava de um momento sozinha para organizar as minhas ideias e pensar em tudo que ela me disse e até onde eu deveria dizer a Harold. Minha cabeça estava a mil por hora e eu seq
Eu olhei novamente o meu reflexo no espelho do closet. Estava satisfeita. O vestido parecia ainda mais perfeito agora, com a maquiagem adequada e com o penteado ideal, um meio preso com longos cachos caindo sobre as minhas costas e duas mechas grossas moldadas na lateral do meu rosto. Eu estava segura com a minha aparência, mas insegura de todo o resto.Eu percebi a presença de Harold no closet e seus olhos se prenderam ao meu reflexo no espelho. Ele soltou o ar pelos seus lábios entreabertos. A luxúria evidente em seus olhos – Deus! Você está linda. Só falta um pequeno detalhe – Ele disse mostrando uma caixa aveludada de joias – Assim que eu a vi com esse belo vestido esta manhã eu só conseguia imaginar como ficaria com pedras como essas – Eu me virei para olhar pra ele diretamente. Ele abriu a caixa e me mostrou um conjunto de colar e brincos de rubis (sim, eu não tinha dúvidas de que se tratava de uma pedra preciosa e, sendo vermelha, eu sabia que eram rubis) – São rubis – Ele diss
A limusine não foi muito longe. O local da festa ficava do outro lado do Rio Tâmisa, bem próximo ao Palácio de Westminster. De lá, eu podia vê-lo. Era simplesmente perfeito. As luzes em sua fachada lhe dando ainda mais imponência (como se ele precisasse disso). Quando o carro parou em frente a um prédio antigo, havia uma infinidade de fotógrafos na entrada. Eu olhei para Harold e só percebi o quanto estava nervosa quando ele segurou a minha mão – Hei, vai ficar tudo bem. Eu estarei com você. Basta sorri e caminhar ao meu lado. Não vou sair de junto de você – eu acenei e a porta se abriu. Harold desceu e alguns flashes se seguiram. Mas, quando ele se virou e ofereceu a mão pra mim, houve um alvoroço de flashes. Eu coloquei um pé para fora da limusine e saí. Tentando colocar uma cara de paisagem. Não estava sorrindo, mas não estava de cara feia. Mas então começaram algumas perguntas do tipo: “Quem é sua acompanhante esta noite senhor? Ela é a sua namorada? O que houve com o seu relacion
Quando chegamos ao salão principal eu tentei desviar e ir em direção ao bar – Harold eu não acho que deveria dançar, sabe. Eu não estou muito segura.- E você acha que eu vou perder a oportunidade de segurar você nos meus braços aqui, Carol. Eu preciso disso, agora. Venha. Ele me guiou para o meio do salão no momento em que Can You Feel The Love Tonight? De Elton John começou a tocar. Ele sorriu pra mim e fixou sua mão direita na base da minha coluna e com a outra segurou a minha mão e começou a me guiar lentamente ao som da música. Ele me olhou divertido – O que foi aquilo lá?- Ela só queria me tranquilizar, acredita? Ela soube o que Charlie fez hoje de manhã pela própria Charlie e queria me dizer que não foi conivente com isso. Ela seguiu em frente.- Fico feliz. Confesso que estava preocupado. Não por ela, mas achei que o seu pai não aceitaria tão bem. Ele não pode me controlar, mas ele pode fazer isso com ela. Eu gosto dela, como amiga, é claro. Não a quero mal.- É, eu gostei de
Sábado, 23 de novembro de 2013- Aonde vamos?- Ao palácio de Westminster.- Jura? – Eu soltei meu cinto de segurança e pulei no seu colo, envolvendo meus braços em volta do seu pescoço. – Deus! Isso é simplesmente incrível. Eu estou... encantada e tão... animada. Minha nossa!- Uau! Se eu soubesse que teria essa reação teria providenciado isso há mais tempo. E teria te avisado com certa antecedência para que eu pudesse me aproveitar da sua empolgação.- Bem, ao que me consta, você se aproveitou da minha empolgação esta manhã.- Sim. Mas eu adoro a sua empolgação e nunca me canso de me aproveitar dela. O carro parou em frente ao palácio de Westminster e Clarck saiu do veículo para abrir a porta para nós, mas eu já estava fora do veículo sem nem esperar. Eu olhei pra toda aquela imponência e suspirei – Nossa! É imenso.- Sim. Vem. Meu pai está nos esperando.Harold segurou minha mão e me guiou até a entrada de um grande salão. O lugar estava vazio, exceto por alguns seguranças e o pai
Quando saímos da mansão, após um banho relaxante, sua família não estava em casa. Harold me explicou que seus pais tinham um evento esta noite. Ele não me disse se Charlie estaria com eles, mas a impressão que eu tenho é de que ela está me evitando. Eu estava exausta por toda a atividade do dia. Primeiro as horas caminhando pelo palácio Westminster e depois a caminhada no Hyde Park. Então por mais que eu estivesse encantada em olhar através da janela do carro, meu corpo não resistiu e eu acabei adormecendo. Acordei nos braços de Harold. O carro ainda estava em movimento e minha cabeça descansava em seu colo. Ele deu um sorriso preguiçoso quando eu abri os olhos – Sinto muito. Estava exausta.- Gostei de segurar você enquanto dormia.Eu me levantei e olhei pra fora da janela. A paisagem havia mudado completamente. Primeiro, a nossa volta, só havia campos verdes. Uma imensa extensão de vegetação. Mais adiante eu tinha a sensação de estar em uma cena de filme antigo, e eu
Domingo, 24 de novembro de 2013- Amor. Vamos lá, baby. Estamos perdendo um lindo dia.- Humm. Só mais um pouquinho.- Você já me disse isso umas três vezes. Depois vai se arrepender do que perdeu – Eu me forcei a abrir os olhos. Harold estava ao lado da cama, totalmente vestido. Com um Jeans claro desbotado e uma camisa polo com listras nas cores azul-turquesa, azul-celeste e lavanda.- Uau! Você está um gato.- Obrigado. Mas não vai conseguir me enrolar com elogios. Você está tão preguiçosa esta manhã, baby.- Já amanheceu? – As cortinas estavam totalmente fechadas e o blackout deixava o quarto escuro. O ambiente era climatizado de modo que eu não tinha ideia de que horas eram. Me ocorreu que eu tinha dormido muitíssimo bem, ao que atribuo ao excesso de atividades físicas durante todo dia de ontem e à noite, nesse mesmo quarto. Mas me ocorreu também que eu não tinha um pesadelo desde aquela conversa que eu tive com Harold sobre o meu passado. É como se eu tivesse tirado um peso enor
Ele me levou por uma rua de pedestre bastante movimentada chamada High Street e que tem um monte de prédios estilo medieval. Um charme. E é também o centro comercial da cidade.- Sinto-me em um filme medieval – Eu disse enquanto saboreava um refrigerante gelado em um pequeno, mas charmoso, restaurante. – Sua cidade é... um charme, Harold. A arquitetura, a tranquilidade do lugar, o clima de interior, a familiaridade que você tem com as pessoas... Uau! É incrível. É perfeito – ele ficou me olhando sem dizer nada – o quê? Por que está me olhando assim.- Eu já me orgulho de tudo isso. Mas quando você diz parece... parece ainda melhor, se é que isso é possível – ele acariciou minha mão sobre a mesa. Em seguida, tomou o seu chá e ficou silencioso por um tempo. Eu percebi que ele queria falar sobre algo, mas não quis pressionar. Então, deixei que o silêncio se prolongasse até que ele quisesse pôr um fim – Meu pai e minha mãe quase se separaram uma vez. Foi uma declaração vin