— Não esqueça do que combinamos depois da aula hoje. — Chloe me lembrou, enquanto me acompanhava até a sala do jornal do colégio.
Antes que eu pudesse responder, nos esbarramos com Spencer, que também estava indo para o mesmo lugar.
— Oi, Spencer. Vou entrar num minuto. — falei.
— Não demore. — ela ordenou, olhando para Chloe, que desviou o olhar em resposta. Elas estiveram agindo muito estranhas desde as férias de verão.
— Então... como foi seu encontro com Jason?
Spencer me olhou de relance por cima da tela do computador. Já na sala do jornal do colégio, trabalhand
Novembro chegou e com ele, o baile de formatura.Eu estava tão ocupada tentando descobrir uma forma de ir para faculdade, e me inscrevendo para elas, que acabei esquecendo de comprar um vestido. Chloe e Ben me levaram para compras de última hora e aproveitamos e compramos uma gravata para Jason, que combinasse com o meu vestido. Tínhamos decidido de ir juntos, como amigos.Eu não sabia muito bem como me sentir em relação àquele beijo. Eu tinha acabado de terminar com Luke quando aconteceu, foi tudo tão rápido, não sabia como processar aquilo na minha mente. Na verdade, o que eu fiz foi bloquear o beijo da minha mente, porque fingir que nunca tinha acontecido era bem melhor do que acabar pensando demais sobre isso e descobrir algum sentimento indesejado. E tinha sido a
Na véspera de natal, o cheiro da ceia deliciosa que meus pais preparavam invadiram a casa, juntamente às decorações natalinas em excesso que eu e minha irmã fazíamos questão de colocar. Não havia um móvel sequer sem decoração. Tommy alegrava ainda mais a casa, tocando, ou melhor, batendo freneticamente no piano de brinquedo, sendo observado de perto por Pesadelo. E toda vez que o gato tentava tocar no piano ele falava, irritado:—Peadelo! Não!No meio de toda aquela organização natalina, ouvimos a campainha tocar. Corri para atendê-la, animada. Desde que Jason jantara conosco na noite da véspera de natal em que eu contei para meus pais que estava grávida, se tornara uma tradição que pas
Insuficiência renal crônica. Uma doença lenta e silenciosa. Havia tratamento, mas nenhuma cura.Era isso que havia tirado Pesadelo de mim. De nós. Eu e minha irmã nem conhecíamos uma vida sem nosso gato. Tudo parecia errado sem ele ali. Uma tigela vazia sem a sua ração; uma casa silenciosa sem os seus miados; uma cama vazia durante a noite sem a sua companhia. Todas aquelas fotos dele que eu tinha no meu celular, todos os seus pertences, todos os nosso momentos juntos, tudo se tornaria apenas uma memória. E pouco a pouco, Pesadelo, o gato da travesso da família Baker seria uma memória.Contudo, lentamente, aquilo se tornava mais fácil de lidar. A cada vez que Tommy perguntava sobre Pesadelo, se tornava meio doloroso. Na primeira vez, tudo que eu consegui f
Acordei com uma luz branca apontada diretamente para o meu rosto. Eu começaria a reclamar e pedir para alguém ascender às luzes se eu não estivesse muito fraca.Havia um suporte para soro ao meu lado, ligado ao meu pulso, eu estava numa cama desconfortável de hospital e sentia uma dor de cabeça terrível. Era quase como dar a luz novamente. Meu pai dormia num canto do quarto, ao passo que minha mãe sussurrava ao telefone.— Por favor... — murmurei com a voz rouca. — Me diga que eu não estou grávida de novo.Minha mãe tomou um susto ao ouvir minha voz. Ela correu para perto de mim, como se tivessem visto um fantasma.— Não, voc&ec
— Eu vim aqui buscar umas coisas. — disse ela, apontando para uma caixa no banco do passageiro. Balancei a cabeça de um lado para o outro, tentando processar a informação.Spencer e Jason haviam terminado?— Eu não quero que você pense que é sua culpa, está bem? Não é. Nós dois estamos em páginas diferentes.Spencer estava falando rápido demais e eu apenas franzia testa, ficando ainda mais confusa.— O que aconteceu? O encontro não saiu como esperado? Vocês brigaram?Spencer riu.— Eu falei que o amava.Algo simplesmente não parecia s
Eu estava perplexa demais para esboçar qualquer reação. Boquiaberta, virei a cabeça para Jason, que descia as escadas. Ele escutara. Sabia que seu pai estava na porta. Não consegui decifrar o que seu rosto exprimia. Era uma mistura de choque, raiva e tristeza.— Pai. — disse Jason, se colocando na minha frente para poder visualizá-lo. Ele tentou soar confiante, mas sua voz saiu trêmula. Eu observava os dois, atônita. — O que... o que está fazendo aqui?— Não vai me convidar para entrar? — questionou seu pai. Jason soltou uma risada irônica.— Não.— É assim que recebe visitas, Jason? — repreendeu o se
Eu já acordei com um sorriso no rosto. Jason distribuía pequenos beijos pelo meu pescoço e a minha bochecha, com seus braços ao redor do meu corpo, me envolvendo num abraço.— Bom dia... — falou ele. Me virei para encará-lo. Eu ainda estava extremamente sonolenta, mal conseguia abrir os olhos; ele, entretanto, parecia bem desperto; já estava vestido e seu rosto estava manchado de tinta. Seus olhos bem abertos estavam fixos aos meus, e ele tinha um sorriso fraco nos lábios. Passei a mexer nos fios bagunçados do seu cabelo.— Você acordou muito cedo, não foi? — questionei, preocupada.— Não consegui dormir, na verdade. — respondeu, cabisbaixo.
— Da primeira vez que eu te encontro você está sem camisa e agora está sujo de tinta? — reclamou meu pai. Por mais que eu tivesse tomado banho, aquela tinta dificilmente saía do cabelo. A única razão para eu não ter começado uma briga naquele exato momento, era porque eu precisava que ele fosse embora o mais rápido possível. Não queria que ele encontrasse com Tommy, que assistia à televisão no quarto da minha mãe no andar de cima. — O que está fazendo aqui, pai? — questionei, num suspiro. Por mais que tê-lo ali, diante de mim, depois de todos aqueles anos, deixava meus nervos à flor da pele e trazia à tona lembranças trágicas da minha infância que eu gostaria de esquecer, eu só precisava aturá-lo até ele ir embora e eu nunca mais precisasse vê-lo de novo. Então, eu poderia me concentrar no que realmente me deixava feliz, como Ariana,