— Acha que não consigo cuidar do meu filho sozinho? – Perguntou, já sabendo a resposta. Liam riu abaixando a cabeça. O ruivo não lhe apresentava uma ameaça, não. Era um amigo, seu chefe, um homem muito elegante e... Legal.— Não estou dizendo isso – Liam suspirou e levantou a cabeça — Eu e você sabemos que não vivemos sem uma mulher. Acredito que com uma criança seja a mesma coisa. Uma mulher é a base de uma família, é aquela que bota tudo em ordem, uma criança, um bebê, adolescente adulto, nós homens, precisamos delas por perto. Adrian e você podem viver bem, claro, você é um excelente homem, e sei que é um bom pai. Mas ter alguém com quem dividir a vida, ter alguém ao seu lado, é a melhor parte.Daniel ficou somente admirando seu filho, assimilando as palavras ditas pelo chefe. Liam tinha razão, e era óbvio que ele já tinha pensado nisso.Mas tinha algo o deixando incerto do que fazer. Ele não amou Kesia, mas gostou a ponto de depositar toda a sua confiança naquela mulher, e ela hav
Stella sentou em sua cadeira e deitou a cabeça na mesma. Teve que respirar fundo e fechar os olhos, para lembrar-se novamente da cena. Daniel disse que gostava dela foi um susto enorme. Além de que, ela nem mesmo soube o que falar. Nunca ia pensar que Daniel sentisse esse sentimento por ela.Sempre a deixou constrangida com a escolha de peças íntimas, e a proibiu de sair com Liam naquela noite. Bom, esse último fato fez Stella sorrir e girar na cadeira. Se ele gostava dela, então Stella havia ido longe demais para querer ajudar as pessoas. Contudo, Daniel era tão bonito, e passaria por tantas coisas.Era inteiramente dedicado ao trabalho e em breve voltaria para a faculdade, não que isso lhe importasse. E a melhor coisa de todas, ele tinha um filho, uma criança adorável, a qual era completamente apaixonado. Louco de amor por Adrian. Stella também tinha criado um carinho enorme por aquele bebê, ele era o mais bonito que já tinha visto, se perguntou sorrindo se era por causa da beleza d
Liam estava ao lado de Daniel, e esse não conseguia quase respirar. Seu peito doía, não conseguia nem ao menos ficar calmo com aquilo. Como alguém ficaria calmo ao saber que seu filho tinha sido sequestrado, o menino não tinha nem um ano de vida, apenas com poucos meses sob sua proteção e quando achou que havia encontrado uma pessoa para ajudar, a dita cuja faz isso.Não demorou muito para Stella voltar, Liam pegou sua ficha e levantou para ler o conteúdo, estava estressado com aquele caso. Nenhuma mulher que amamentava no hospital como uma mãe de aluguel era autorizada a sair do mesmo. Ainda mais com a criança, sem supervisão ou com o responsável. Isso daria alguns anos de cadeia se a pegassem com a criança.— Vai ficar tudo bem, eu sei que vai – Liam ouviu Stella falar e olhou na direção, ela estava ajoelhada, segurando as mãos de Daniel, ele apertava a dela tentando esconder as lágrimas. Até entendia aquele momento frágil de Daniel. Ficar sem saber sobre seu filho, podia doer.— Eu
Daniel chegou em casa e logo cuidou de arrumar seu filho. O levou para o quarto enquanto o enchia de beijos. Ninguém no mundo entenderia o tamanho da dor que ele sentiu minutos atrás. Foram poucos, mas muitos doloridos. Já imaginou você perdendo uma pessoa tão frágil como uma criança? Já se imaginou perdendo a pessoa que mais ama nesse mundo de uma hora para outra?Daniel se sentiu assim. Não aguentaria mais uma perda na sua vida, não de Adrian.Deu banho no seu filho com tanto carinho que não podia caber no peito. Não entendia e nem percebeu quando foi que se tornou tão bobo a ponto de fazer essas coisas. Mas no momento, queria apenas demonstrar o quanto se importava com seu filho. O quanto estava abalado com tudo que aconteceu a sua criança tão frágil.O quanto o amava, mesmo que para isso tivesse que arrancar lá do fundo, um Flint que não era.As risadas dele era o que lhe confortava de uma forma contagiante, fazendo ele mesmo sorrir com aquelas palhaçadas. Por um momento, se imagi
— Ele dormiu de novo – Stella disse quando apareceu na porta do quarto de Daniel. Ele estava sentado na cama, mas logo ergueu seu rosto para vê-la. — Posso entrar?— Claro – ele abaixou a cabeça de novo enquanto a sentia a presença dela mais perto — Eu, estou meio confuso com tudo que aconteceu hoje. – ele virou a cabeça para olhá-la, já que a mesma sentou ao seu lado — E fiquei ainda mais quando você chegou.— Sabia que ficaria, mas... – Ela riu — Daniel, não precisa ficar confuso, eu gosto de você e gosto mais ainda quando você fica preocupado com seu filho. Você é muito bonito, e quando demonstra que se importa com seu bebê, isso me atrai, me excita – Ela disse e Daniel abriu mais seus olhos, com surpresa. — Para de pensar que você não é o suficiente, pois você é.Ele ficou olhando para ela, sem dizer uma palavra, admirando seus cabelos róseos que podia ver o quanto eram falsos, já que a raiz loira saía, mas a cor era tão bonita nela, que podíamos esquecer essa parte. E seus olhos
Os olhos de Stella se arregalaram, ao ver aquela mulher pela primeira vez em sua vida. Não podia acreditar que havia voltado depois de deixar seu filho e noivo para trás, sem um paradeiro.— O que você está fazendo aqui? - Perguntou, querendo se livrar da visita inesperada, antes que Daniel voltasse do quarto.— Eu voltei. Percebi que fiz uma coisa horrível, e fiquei com saudades do meu filho. - Suas bochechas estavam coradas, e Stella se enfureceu.— Seu filho? - A rosada quase gritou. — Você não é mãe. Nem tem cabeça pra isso. Como pode abandonar uma criança que precisa de cuidados e carinhos? Ele era só um bebê.— Eu tive os meus motivos, e você não me conhece? - Revirou os olhos entrando no apartamento sem permissão, Stella começou a ninar a criança. — Onde está Daniel?— Ele saiu. - Mentiu. De repente uma série de perguntas formaram-se na cabeça da médica: Será que Daniel podia ainda sentir algo pela mulher à sua frente? Se for o caso, não a queria de jeito nenhum perto do homem
Ele nunca foi apaixonado por ela. Na noite em que ficou, ele somente a quais já haviam se esbarrado na faculdade e ele a achava bonita, na festa, apenas a levou pra cama.Quando estavam juntos, ele tentou gostar dela, a pediu em casamento e antes dos seis meses de gravidez, eles dormiam juntos em muitas e muitas noites, mas isso não foi o suficiente para Daniel se apaixonar. Ele gostava dela, e o pouco que gostava, foi jogado no lixo quando ela deixou aquela maldita carta na geladeira, abandonado seu filho, seu noivo, a vida que ele lutou para ter.— Daniel?! - A rosada chamou, Daniel levantou a cabeça, percebendo só no momento que encarava a mesa, e não os olhos verdes, da namorada. — Você não vai me responder?— Eu senti raiva, Stella. - Disse por fim, encarando os lábios da mulher a frente. — Raiva por ela ter voltado, assim, do nada, esperando que eu a aceitasse! E ainda queria vê meu filho? Depois de tudo?— Você sabe que ela tem direitos, não é? - Daniel assentiu — Ela pode até
— Pai, eu estou bem. Cheguei bem e não irei voltar.— Kesia, ainda dá tempo de voltar. Você tem um futuro pela frente, não jogue isso fora por causa...— Por causa do meu filho? — Kesia completou. Estava sentada em uma das mesas do apartamento que alugou, de frente para o computador, conversando com o pai.— Você podia ir vê-lo depois. A criança não havia ficado com o pai?— Ele é meu filho, seu neto, e eu não podia ter ido. Se quiser me incluir em algum negócio, que faça isso enquanto eu estou aqui. Não vou mais deixar tudo.— Hum. Se achares que ele é mais importante, então o traga para cá.— E o Daniel?!— Você quer esse morto de fome? Pense em Kesia...— Eu quero ficar com ele, com meu filho, e você não pode me obrigar a nada. Não de novo.— Então trate de fazer o melhor. Ganhe a criança para você e volte.— Sim, vou fazer bem melhor do que isso. — Sorriu desligando a chamada de vídeo.*Na manhã seguinte, Daniel saltou da cama quando ouviu o primeiro choro de seu filho. Saiu cor