Liam estava ao lado de Daniel, e esse não conseguia quase respirar. Seu peito doía, não conseguia nem ao menos ficar calmo com aquilo. Como alguém ficaria calmo ao saber que seu filho tinha sido sequestrado, o menino não tinha nem um ano de vida, apenas com poucos meses sob sua proteção e quando achou que havia encontrado uma pessoa para ajudar, a dita cuja faz isso.Não demorou muito para Stella voltar, Liam pegou sua ficha e levantou para ler o conteúdo, estava estressado com aquele caso. Nenhuma mulher que amamentava no hospital como uma mãe de aluguel era autorizada a sair do mesmo. Ainda mais com a criança, sem supervisão ou com o responsável. Isso daria alguns anos de cadeia se a pegassem com a criança.— Vai ficar tudo bem, eu sei que vai – Liam ouviu Stella falar e olhou na direção, ela estava ajoelhada, segurando as mãos de Daniel, ele apertava a dela tentando esconder as lágrimas. Até entendia aquele momento frágil de Daniel. Ficar sem saber sobre seu filho, podia doer.— Eu
Daniel chegou em casa e logo cuidou de arrumar seu filho. O levou para o quarto enquanto o enchia de beijos. Ninguém no mundo entenderia o tamanho da dor que ele sentiu minutos atrás. Foram poucos, mas muitos doloridos. Já imaginou você perdendo uma pessoa tão frágil como uma criança? Já se imaginou perdendo a pessoa que mais ama nesse mundo de uma hora para outra?Daniel se sentiu assim. Não aguentaria mais uma perda na sua vida, não de Adrian.Deu banho no seu filho com tanto carinho que não podia caber no peito. Não entendia e nem percebeu quando foi que se tornou tão bobo a ponto de fazer essas coisas. Mas no momento, queria apenas demonstrar o quanto se importava com seu filho. O quanto estava abalado com tudo que aconteceu a sua criança tão frágil.O quanto o amava, mesmo que para isso tivesse que arrancar lá do fundo, um Flint que não era.As risadas dele era o que lhe confortava de uma forma contagiante, fazendo ele mesmo sorrir com aquelas palhaçadas. Por um momento, se imagi
— Ele dormiu de novo – Stella disse quando apareceu na porta do quarto de Daniel. Ele estava sentado na cama, mas logo ergueu seu rosto para vê-la. — Posso entrar?— Claro – ele abaixou a cabeça de novo enquanto a sentia a presença dela mais perto — Eu, estou meio confuso com tudo que aconteceu hoje. – ele virou a cabeça para olhá-la, já que a mesma sentou ao seu lado — E fiquei ainda mais quando você chegou.— Sabia que ficaria, mas... – Ela riu — Daniel, não precisa ficar confuso, eu gosto de você e gosto mais ainda quando você fica preocupado com seu filho. Você é muito bonito, e quando demonstra que se importa com seu bebê, isso me atrai, me excita – Ela disse e Daniel abriu mais seus olhos, com surpresa. — Para de pensar que você não é o suficiente, pois você é.Ele ficou olhando para ela, sem dizer uma palavra, admirando seus cabelos róseos que podia ver o quanto eram falsos, já que a raiz loira saía, mas a cor era tão bonita nela, que podíamos esquecer essa parte. E seus olhos
Os olhos de Stella se arregalaram, ao ver aquela mulher pela primeira vez em sua vida. Não podia acreditar que havia voltado depois de deixar seu filho e noivo para trás, sem um paradeiro.— O que você está fazendo aqui? - Perguntou, querendo se livrar da visita inesperada, antes que Daniel voltasse do quarto.— Eu voltei. Percebi que fiz uma coisa horrível, e fiquei com saudades do meu filho. - Suas bochechas estavam coradas, e Stella se enfureceu.— Seu filho? - A rosada quase gritou. — Você não é mãe. Nem tem cabeça pra isso. Como pode abandonar uma criança que precisa de cuidados e carinhos? Ele era só um bebê.— Eu tive os meus motivos, e você não me conhece? - Revirou os olhos entrando no apartamento sem permissão, Stella começou a ninar a criança. — Onde está Daniel?— Ele saiu. - Mentiu. De repente uma série de perguntas formaram-se na cabeça da médica: Será que Daniel podia ainda sentir algo pela mulher à sua frente? Se for o caso, não a queria de jeito nenhum perto do homem
Ele nunca foi apaixonado por ela. Na noite em que ficou, ele somente a quais já haviam se esbarrado na faculdade e ele a achava bonita, na festa, apenas a levou pra cama.Quando estavam juntos, ele tentou gostar dela, a pediu em casamento e antes dos seis meses de gravidez, eles dormiam juntos em muitas e muitas noites, mas isso não foi o suficiente para Daniel se apaixonar. Ele gostava dela, e o pouco que gostava, foi jogado no lixo quando ela deixou aquela maldita carta na geladeira, abandonado seu filho, seu noivo, a vida que ele lutou para ter.— Daniel?! - A rosada chamou, Daniel levantou a cabeça, percebendo só no momento que encarava a mesa, e não os olhos verdes, da namorada. — Você não vai me responder?— Eu senti raiva, Stella. - Disse por fim, encarando os lábios da mulher a frente. — Raiva por ela ter voltado, assim, do nada, esperando que eu a aceitasse! E ainda queria vê meu filho? Depois de tudo?— Você sabe que ela tem direitos, não é? - Daniel assentiu — Ela pode até
— Pai, eu estou bem. Cheguei bem e não irei voltar.— Kesia, ainda dá tempo de voltar. Você tem um futuro pela frente, não jogue isso fora por causa...— Por causa do meu filho? — Kesia completou. Estava sentada em uma das mesas do apartamento que alugou, de frente para o computador, conversando com o pai.— Você podia ir vê-lo depois. A criança não havia ficado com o pai?— Ele é meu filho, seu neto, e eu não podia ter ido. Se quiser me incluir em algum negócio, que faça isso enquanto eu estou aqui. Não vou mais deixar tudo.— Hum. Se achares que ele é mais importante, então o traga para cá.— E o Daniel?!— Você quer esse morto de fome? Pense em Kesia...— Eu quero ficar com ele, com meu filho, e você não pode me obrigar a nada. Não de novo.— Então trate de fazer o melhor. Ganhe a criança para você e volte.— Sim, vou fazer bem melhor do que isso. — Sorriu desligando a chamada de vídeo.*Na manhã seguinte, Daniel saltou da cama quando ouviu o primeiro choro de seu filho. Saiu cor
Depois de deixar Adrian na creche, muito à contragosto, pois assim que as enfermeiras pegaram o garoto, saíram o enchendo de beijos e sumiram. Por um lado, era bom, pois seu filho era amado e muito bem cuidado, mas talvez, ele não conseguisse respirar com tanta mulher em cima.Dobrando o corredor, ele viu Liam saindo de sua sala, respirou fundo antes de chamá-lo.— Dr. — Liam olhou pra trás, sorriu cumprimentando o Flint. — Alguma coisa importante essa manhã?— Sim, tem uma mulher para fazer o preparo para uma operação. — Ele dizia, lendo os laudos em suas mãos. — Caso sério, temos que retirar um tumor de suas costas e orar muito para ela voltar a andar.— Certo — Daniel recebeu os papeis e logo entraram na recepção, Liam pegou o exame da mulher que operaria e juntos foram a sala da direita, onde a tal mulher se encontrava.— Dr. Liam, que bom vê-lo antes da operação — a senhora deitada na cama falou, com um sorriso fraco e os olhos atentos, em um pedido mudo de socorro.— Gosto de vi
Na hora do almoço, Daniel tratou de ir buscar seu filho das garras das enfermeiras que não ficaram satisfeitas ao ter o pequeno Adrian tirado de seus braços. Daniel já nem fazia mais questão de brigar por seu filho com as babás do hospital. Adrian era um menino tão lindinho que não tirava a razão das mesmas. Seus cabelos negros caindo pelo rosto tentando a todo custo cobrir os olhos azuis claros que puxara a sua mãe.Esperava que o próximo filho que tivesse não parecesse com a mãe, só se a mãe fosse Arden Stella, a mulher mais linda que já viu em toda sua vida.E somente ao pensar naquela mulher, seu coração aqueceu, assim como disparou ao mesmo tempo em que a viu atravessar as portas do hospital para chegar ao jardim. Sorriu de canto olhando para Adrian que sorriu levantando os braços em direção a Stella que o pegou logo no colo quando chegou.— Ele sentiu sua falta — Disse Daniel, vendo-a beijar todo o rosto do filho e sentar ao seu lado. — E você sentiu a dele.— Claro que eu senti