Ele pareceu arrependido do que falara e voltou o olhar para o monte de papel na sua mesa.
Ela riu lisonjeada. Afinal aquilo saindo da boca do Delegado George era um grande elogio. Ela desviou o olhar do chefe. Eles já haviam conversado sobre isso.
Suspirou fundo tentando disfarçar a frustração.
Ela o conheceu há alguns anos atrás quando havia entrado para a corporação. E ele já era um delegado conceituado e respeitado. Os bandidos tinham pânico dele e seus colegas idem. Pois sua fama de perseguir o crime seja ele de onde fosse era conhecido por todos. Delegado George era calado, observador e muito atraente nos seus um metro e oitenta e pouco. Os músculos bem distribuídos em todos os centímetros do corpo.
Cristiana sentiu um formigamento no corpo lembrando do único dia em que eles haviam feito amor sob sua mesa. Mas logo depois ele havia pedido mil perdõ
Ele alisou a barba por fazer no rosto másculo e mais uma vez ela se viu perdida naquele homem sentado a sua frente.- Bom, na verdade eu coloquei esse apelido, bem convencional e clichê, pois queria ficar mais próxima a você... Não é chefe, como um chefe qualquer...Ela falava demais e percebeu que acabaria sendo traída.Ele a olhava curioso.- Mais próxima? Ninguém nunca quis ficar mais próximo de mim Cristiana.- Me chame de Cris. Já que eu te coloquei um apelido, pode me chamar assim também. Pelo apelido, quis dizer.Ela estava ficando nervosa com o jeito que ele a olhava, mas sustentava seu olhar penetrante.- Cris...Ele repetiu baixinho.- É isso ai! A gente trabalha juntos então nada de formalidades.- Certo.- Me diga chefe: Não tem ninguém te esperando em casa?Ela revi
Ele estava visivelmente perturbado. Sua tensão era algo palpável.- Cris, melhor não!Ele estava também sentindo o clima que havia instalado entre eles. A tensão sexual e estava querendo fugir e ela não podia permitir isso.- Por que não? Somos adultos, chefe...Sua voz estava estranhamente rouca e ele percebeu.George se levantou e a fitava nos olhos, confusão, desejo reprimido, foi isso que ela enxergou.- Você não sabe onde está se metendo moça...- Eu adoraria saber!Foi como se eles tivessem tomado uma descarga elétrica forte. A mão dela pousou em seu rosto másculo e ele fechou os olhos num mudo pedido de carinho.Ela não sabe ao certo quem beijou quem, mas eles haviam se beijado e feito amor ali na sala. A mesa fora o cenário da noite mais extraordinária da sua vida.Geor
Oscar chegou ao apartamento de Fabiane e a abraçou fortemente.Foi a hora que ela desabou e chorou.Chorou como jamais imaginou que choraria. Abraçada ao amor de sua vida percebeu o quanto mal sua mãe havia lhe feito e como ela estivera tão próxima de acabar o seu sonho em viver sua vida com ele.Ela se deixou ficar ali em seus braços, ouvindo palavras de carinho e conforto.Oscar foi o primeiro a falar:- Desculpa eu tê-la deixada tanto tempo sozinha. Mas eu e Juan precisamos sair da cidade atrás de provas que ligavam sua mãe ao juiz Napoleão.- O que presidiu a audiência?- Sim, o próprio. Uma fonte havia dito que encontraríamos uma pessoa que nos daria todas as informações que estávamos buscando.- E?- Querida...Ele beijou sua testa franzida e continuou.- Parece que ele e sua m&a
No velório de Marlene compareceram várias pessoas da sociedade.Pessoas que Fabiane nem sabia que faziam parte do rol de amigos da mãe.Que amigos que nada!Ela não teve amigos, ali no máximo existiam cúmplices, amantes e pessoas que de alguma forma havia se beneficiado com ela.Ninguém ali ligava por sua morte.Queriam aparecer, tirar fotos e jogar em suas redes sociais. Pessoas fúteis e vazias, iguais a sua mãe.Talvez até seu assassino estivesse ali.Aquilo fazia seu coração bater mais forte. Medo e um misto de raiva.Oscar estava ao lado de seu pai e esteve calado durante o velório. Ele soube que seria interrogado daqui a alguns dias.E como advogado precisava ter bastante cautela para não falar além do que precisava.Sabia que estaria na lista dos prováveis suspeitos, qua
George olhou para Cris que estava do outro lado da sala, perto da escrevente que digitava a declaração.- Eu estava dentro do quarto quando o doutor Gilberto deu a notícia para Marlene. Ela ficou furiosa e pediu que ele não contasse para a filha. Pois ela tinha outros planos.- E que planos seriam esse? Fazer com que ela tirasse a criança?- Não sei qual seria esse plano... Mas sim, poderia fazer isso ou até pior.- Qual pior?Quis saber o delegado.- Matá-la, por exemplo. Ela não. Mas com certeza mandaria alguém.- Certo! Mas uma coisa que não entendi senhor Roberto: Porque ela não gostou de saber que a filha estava grávida?Ele viu quando o rapaz mudou de atitude. Agora ele estava triste e preocupado.- Porque o pai da criança é o noivo dela, o Oscar.George sabia que aquele caso s
Além dele, o pai de Fabiane também se encontrava lá.E George não podia esperar para ver a reação dos três.- Eu vim aqui antes da nossa conversa na delegacia.Oscar olhou para ele e perguntou:- Mas está acontecendo alguma coisa Delegado George? Sabe que todos nós aqui nessa sala estamos dispostos a ajudar naquilo que for possível.- Sim, tenho certeza disso. Mas eu queria conversar com vocês dois, num outro ambiente, extra oficial...O pai dele se aproximou e sentou a sua frente com cara de poucos amigos.- O senhor sabe que o Oscar é advogado e se isso for um interrogatório ele poderá...- Não, ele não poderá nada... Pois ele também é suspeito!Todos ficaram em silêncio e assustados com o que acabaram de ouvir:- Suspeito?- Sim, senhor Oscar. O senhor é o princi
Oscar abraçava uma chorosa Fabiane.Ela havia vomitado mais e agora fraca chorava em seus braços.Ele falava palavras carinhosas em seu ouvido.Ela esperava um filho seu.Uma criança viria para aquele mundo no meio de uma tempestade que a própria avó criara.- Foi você que a matou?Ele não esperava ouvir aquela pergunta.Segurou seu queixo e a forçou olha-lo nos olhos:- Eu não matei sua mãe. Naquela noite eu e Juan fomos atrás de provas que ligasse Marlene ao juiz... Deixei meu celular no carro e só vi suas ligações de madrugada, quase na mesma hora que soube da morte dela... Essa é a verdade e preciso que acredite em mim!Ela encostou a cabeça em seu peito chorando.- Eu acredito meu amor! Mas será que irão acreditar em você? E se as provas que eles colherem...- Não pe
Houve-se um silêncio.Notava-se que ele remoía aquela pergunta.- Eu a odiava. Mas quando eu a via, ficava perdido. Ela era uma tentação em pessoa e por mais que tentasse ser indiferente, às vezes perdia a batalha.George o entendia perfeitamente.Olhou discretamente para Cris que assistia a tudo ao lado da escrevente.- Qual foi a última vez que o senhor viu a vítima?- Esse dia. Depois não a vi mais. Eu tinha tanta raiva dela que temia machucá-la.Ele ponderou o que havia falado, mas essa era a verdade.Depois que ele entregou os documentos da casa sentiu-se traído de novo, dessa vez de uma forma mais humilhante, pois ela não foi lá atrás dele, mas para conseguir algo. E quando soube que ela havia vendido a casa, teve que ter muita força para não ir lá e acabar com ela.- O senhor d