Ele estava visivelmente perturbado. Sua tensão era algo palpável.
- Cris, melhor não!
Ele estava também sentindo o clima que havia instalado entre eles. A tensão sexual e estava querendo fugir e ela não podia permitir isso.
- Por que não? Somos adultos, chefe...
Sua voz estava estranhamente rouca e ele percebeu.
George se levantou e a fitava nos olhos, confusão, desejo reprimido, foi isso que ela enxergou.
- Você não sabe onde está se metendo moça...
- Eu adoraria saber!
Foi como se eles tivessem tomado uma descarga elétrica forte. A mão dela pousou em seu rosto másculo e ele fechou os olhos num mudo pedido de carinho.
Ela não sabe ao certo quem beijou quem, mas eles haviam se beijado e feito amor ali na sala. A mesa fora o cenário da noite mais extraordinária da sua vida.
Geor
Oscar chegou ao apartamento de Fabiane e a abraçou fortemente.Foi a hora que ela desabou e chorou.Chorou como jamais imaginou que choraria. Abraçada ao amor de sua vida percebeu o quanto mal sua mãe havia lhe feito e como ela estivera tão próxima de acabar o seu sonho em viver sua vida com ele.Ela se deixou ficar ali em seus braços, ouvindo palavras de carinho e conforto.Oscar foi o primeiro a falar:- Desculpa eu tê-la deixada tanto tempo sozinha. Mas eu e Juan precisamos sair da cidade atrás de provas que ligavam sua mãe ao juiz Napoleão.- O que presidiu a audiência?- Sim, o próprio. Uma fonte havia dito que encontraríamos uma pessoa que nos daria todas as informações que estávamos buscando.- E?- Querida...Ele beijou sua testa franzida e continuou.- Parece que ele e sua m&a
No velório de Marlene compareceram várias pessoas da sociedade.Pessoas que Fabiane nem sabia que faziam parte do rol de amigos da mãe.Que amigos que nada!Ela não teve amigos, ali no máximo existiam cúmplices, amantes e pessoas que de alguma forma havia se beneficiado com ela.Ninguém ali ligava por sua morte.Queriam aparecer, tirar fotos e jogar em suas redes sociais. Pessoas fúteis e vazias, iguais a sua mãe.Talvez até seu assassino estivesse ali.Aquilo fazia seu coração bater mais forte. Medo e um misto de raiva.Oscar estava ao lado de seu pai e esteve calado durante o velório. Ele soube que seria interrogado daqui a alguns dias.E como advogado precisava ter bastante cautela para não falar além do que precisava.Sabia que estaria na lista dos prováveis suspeitos, qua
George olhou para Cris que estava do outro lado da sala, perto da escrevente que digitava a declaração.- Eu estava dentro do quarto quando o doutor Gilberto deu a notícia para Marlene. Ela ficou furiosa e pediu que ele não contasse para a filha. Pois ela tinha outros planos.- E que planos seriam esse? Fazer com que ela tirasse a criança?- Não sei qual seria esse plano... Mas sim, poderia fazer isso ou até pior.- Qual pior?Quis saber o delegado.- Matá-la, por exemplo. Ela não. Mas com certeza mandaria alguém.- Certo! Mas uma coisa que não entendi senhor Roberto: Porque ela não gostou de saber que a filha estava grávida?Ele viu quando o rapaz mudou de atitude. Agora ele estava triste e preocupado.- Porque o pai da criança é o noivo dela, o Oscar.George sabia que aquele caso s
Além dele, o pai de Fabiane também se encontrava lá.E George não podia esperar para ver a reação dos três.- Eu vim aqui antes da nossa conversa na delegacia.Oscar olhou para ele e perguntou:- Mas está acontecendo alguma coisa Delegado George? Sabe que todos nós aqui nessa sala estamos dispostos a ajudar naquilo que for possível.- Sim, tenho certeza disso. Mas eu queria conversar com vocês dois, num outro ambiente, extra oficial...O pai dele se aproximou e sentou a sua frente com cara de poucos amigos.- O senhor sabe que o Oscar é advogado e se isso for um interrogatório ele poderá...- Não, ele não poderá nada... Pois ele também é suspeito!Todos ficaram em silêncio e assustados com o que acabaram de ouvir:- Suspeito?- Sim, senhor Oscar. O senhor é o princi
Oscar abraçava uma chorosa Fabiane.Ela havia vomitado mais e agora fraca chorava em seus braços.Ele falava palavras carinhosas em seu ouvido.Ela esperava um filho seu.Uma criança viria para aquele mundo no meio de uma tempestade que a própria avó criara.- Foi você que a matou?Ele não esperava ouvir aquela pergunta.Segurou seu queixo e a forçou olha-lo nos olhos:- Eu não matei sua mãe. Naquela noite eu e Juan fomos atrás de provas que ligasse Marlene ao juiz... Deixei meu celular no carro e só vi suas ligações de madrugada, quase na mesma hora que soube da morte dela... Essa é a verdade e preciso que acredite em mim!Ela encostou a cabeça em seu peito chorando.- Eu acredito meu amor! Mas será que irão acreditar em você? E se as provas que eles colherem...- Não pe
Houve-se um silêncio.Notava-se que ele remoía aquela pergunta.- Eu a odiava. Mas quando eu a via, ficava perdido. Ela era uma tentação em pessoa e por mais que tentasse ser indiferente, às vezes perdia a batalha.George o entendia perfeitamente.Olhou discretamente para Cris que assistia a tudo ao lado da escrevente.- Qual foi a última vez que o senhor viu a vítima?- Esse dia. Depois não a vi mais. Eu tinha tanta raiva dela que temia machucá-la.Ele ponderou o que havia falado, mas essa era a verdade.Depois que ele entregou os documentos da casa sentiu-se traído de novo, dessa vez de uma forma mais humilhante, pois ela não foi lá atrás dele, mas para conseguir algo. E quando soube que ela havia vendido a casa, teve que ter muita força para não ir lá e acabar com ela.- O senhor d
Ele se perguntava isso também. Mas sabia que deveria ser pra ela uma espécie de jogo. Onde ele era a caça e o troféu.Enquanto explicava para o delegado sua teoria, viu o quanto toda aquela história era absurda!- E quando o senhor e a filha da vítima se conheceram?- Meu amigo também trabalha como motorista de aplicativo. Ele quer abrir uma cooperativa. Mas a esposa dele teve bebê e ele pediu que eu ficasse em seu lugar. Na verdade, ele me desafiou, disse que eu não suportaria uma hora dirigindo.- E foi nessa noite que o senhor a conheceu? E não sabia que ela era filha de sua noiva...Ele suspirou irritado! Marlene nem de longe fora sua noiva!- Ela não era minha noiva de verdade Delegado Lima. A gente não tinha quase contato. Pra mim ficou bem claro que eu só teria que comparecer com ela em almoços, conferência etc. Compare
George aguardou a escrevente sair da sala para pedir a Cris:- Precisamos ir ao apartamento da vítima. Quero ver algumas coisas. Você vem comigo?- Tenho que ir não é? É meu trabalho...Ele não disse nada.Ela estava zangada e ele nem poderia culpá-la.- Olha Cris, me perdoe pelo que falei antes... Eu realmente não quis ofendê-la ou...- Fica tranquilo chefe! Eu deveria ter acreditado quando disse que não era mais pra gente falar sobre isso... O senhor deixou bem claro quais eram suas intenções...- Cris...- Vamos! Eu não quero falar sobre isso... Além do mais hoje não vou poder ficar trabalhando até mais tarde. Então quanto antes formos, melhor... Diferente do senhor, eu quero ter uma vida, fora daqui.E saiu da sala, deixando George pensativo e angustiado. Ele não podia reclamar de