– Eu ando dormindo demais! – Eu digo balançando a cabeça para tirar aquela voz. – Estou imaginando coisas.
– Tem certeza docinho? – Escuto novamente e me viro.
Ali. Parado com seu sorriso galanteador com a mistura de deboche, ironia, safadeza e divertimento. Meu pior pesadelo voltou a me assombrar. Só que agora em forma física.
– Achou que iria se livrar de mim docinho? Não aprendeu nada o que eu ensinei? – Ele falou dando um passo para frente.
– Mantenha-se longe de mim, benzinho. – Digo com nojo.
– Que isso? Não vou ganhar um beijo de reencontro? Assim eu fico magoado! – Ele falou e começou a rir.
– Como me encontrou?
– Sua mãe fala demais, sabia? – Ele falou olhando para a unh
Acho que devo algumas explicações, não estou certa?A primeira delas é: Que diacho de segredo é esse que eu tenho?Certo. Isso será respondido logo, logo. Aguardem.A segunda delas é: Quem é Chuck Walter?Bem, essa é fácil: Ele é meu ex-namorado. Isso, aquele que meus pais não gostavam. O único namorado que eu tive por um bom tempo. Aquele inútil que não fazia nada da vida. Esse mesmo.A terceira delas é: Por que diabos ele estava fazendo no fim do mundo?Eu me pergunto isso todo dia.O.K. Se tiver mais alguma pergunta... Depois eu respondo.O caso é que Chuck me achou neste acampamento, o lugar mais improvável da face da Terra onde Angelica Verona estaria bem ele me acho
Enquanto ia em direção de algum lugar onde eu pudesse ficar sozinha, as palavras de Luiz não saiam da minha cabeça. Nunca pensei que algumas palavras poderiam machucar mais do que qualquer faca afiada, e eu tinha alguma experiência com isso.Sentei-me em uma rocha afastado do acampamento perto da lagoa. Enquanto eu lutava para não chorar olhava para as fracas ondas que o vento fazia no lago. Iria chorar daqui a algumas horas ou menos e eu não estava me preocupando com isso.“Ninguém nunca vai te querer assim Verona!” ecoou em minha mente pela centésima vez.Será que eu era tão ruim assim? Será que eu era tudo o que haviam me acusado nesses últimos dias? Será que eu era egoísta, chata, orgulhosa e outros defeitos que eram jogados na minha cara constantemente.Ser&aacut
– Bom dia docinho. – Chuck fala falsamente alegre quando eu entro no refeitório. – Sem pesadelos?– Morre! – Eu desejo com uma simpatia espantosa.– Eu achava que você era mais educada. Pelo visto eu devo te ensinar como se deve falar com o papai aqui. – Chuck falou.Eu o olhei sério. Bufei. Passei por ele e de propósito esbarrei no seu ombro. Chuck riu atrás de mim. Fui até a mesa de comida e me servi. Escolhi uma mesa que não tivesse idiotas e me sentei para comer minha refeição.Hoje era quarta feira.Menos de 4 dias para eu sair deste inferno e voltar a minha vida normal.– Ótimo lugar docinho. Perto da janela. Como sabia que eu amo sentar perto da janela? – Chuck diz jogando sua bandeja na mesa e se senta na minh
– Achei você Verona. – Ouço a voz ridícula da bosta falante chegando perto de mim.Com bosta falante eu me refiro ao natal ambulante ou Sr. Boring. Como preferir!– Que azar o meu, não acha? – Digo e o encarando. – O que eu fiz desta vez?– O que a senhorita ainda não fez você quer dizer.– Não. Não quero dizer isso. Por que eu não quero fazer nada. – Digo irritada.Credo! Eu ando muito irritada ultimamente. Acho que devo procurar um médico e uma receita médica para calmantes, ilha com sol, rede e maracujá à vontade. Novas férias seriam bem vindas.– O café da manhã já foi retirado. As cozinheiras a aguardam para cumprir sua missão na cozinha. – Ele fala.
Senhor, obrigado por não fazer o avião cair.Nunca vi um avião com tanta turbulência. Acho que nem uma roupa na máquina de lavar roupas se sacode tanto quanto sacudiu esse avião.Mas o importante é que eu estou de volta à cidade pacata (nem tanto assim), de volta ao meu lar. E sem irmãos Rubens, sem dividir o quarto com mostarda e muito menos sem arvore de natal ou pilhas e pilhas de pratos cheios de comidas que ninguém sabe da onde veio.Não.Agora era só eu e a pequena cidade.– Angelica! – Minha mãe gritou vinda em minha direção com um sorriso no rosto e braços abertos.Meu pai vinha logo atrás.– Mãe! – Digo sem a animação dela.&n
– Chuck. – Patrício cumprimentou com a cabeça.– Ótimo. Todos apresentados, podemos ir agora? Preciso dormir. – Eu digo tentando acabar com a presença do idiota.– Claro filha. – Minha mãe responde dando as costas para Chuck que faz uma careta. – Fiz bolo de chocolate!– Hmmm. Eu amo bolo de chocolate. – Chuck responde. – Mais tarde eu passo na sua casa para comer, que tal?Pelos velhos tempos.– Nem pense em chega perto da minha casa ou da minha família seu maníaco destruidor de lares.– Assim você me ofende Sofia.– Minha intenção foi alcançada.– Pelo visto não sou bem vindo na sua casa.– Você
Eu juro que tentei não entrar em confusão.Juro.Mas é óbvio que não daria certo, afinal até onde eu sei sou Angelica Verona. A confusão me persegue. Eu tenho sangue doce para atrair confusões. Problema é o meu nome do meio. Não se esqueça.Acabei de “abolir” o Jean da minha vida para sempre. E colocarei problema no lugar.Mas está não é a questão que eu estou tentando falar. Aliás, meu nome é tão lindo que merece ter apenas um capítulo para explicar, ou melhor, filosofar sobre ele. Porque convenhamos, quem não gostaria de ter um nome tão lindoe imponente como esse?Mas a questão é que eu sofri um acidente.Eu sempre imaginei que meu primeiro aci
– Em primeiro lugar, não há nada entre a gente. Em segundo, você é o maior idiota que eu conheço, melhor, vocês dois porque isso foi extremamente ridículo apostar dinheiro por um beijo e terceiro o que está fazendo aqui? – Pergunto irritada com tudo aquilo.– Eu estava sem fazer nada e moro aqui no lado e soube sobre o cavalo do Senhor Mansell sofreu alguns danos psicológicos por encontrar alguém como você. – Felipe disse. – Mas o que você faz aqui mesmo?– Ele me chamou e eu nem sei por que vim! – Digo sincera. Era verdade eu nem sabia por que eu tinha vindo para cá mesmo. – Porque me chamou mesmo?– Hã... Hm... Er... – Patrício começou a gaguejar.Felipe começou a rir desesperadamente e eu só revirei