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Capitulo 5 - A Escapada

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                  Capítulo 5 - A escapada!

Olhei em volta para ver se eu veria outra porta naquele salão. Mas eu não conseguia ver, com as pessoas dançando no meio. Dei uma pequena olhada na direção da escadaria e vi que o meu belo admirador havia sumido. Passei o olhar no final até o topo da escadaria, e nada, será que foi uma ilusão? 

Não poderia ser. Quem o notou primeiro foi a Grace, a não ser que tenha algo na bebida talvez. Enfim, eu estava apertada onde seria o banheiro nesse lugar infernal? Resolvi subir as escadas, tinha várias pessoas sentadas e eu subia devagar para não pisar em ninguém.

Chegando ao topo tinha vários corredores com portas, ali talvez fossem os dormitórios ou alguma sala secreta talvez? Vai saber.  Fui andando em direção ao corredor principal quando sinto uma mão pegando meu braço.

      — A onde a moça está indo? — era ele, o cara misterioso e bonitão. A voz era grossa, parecia um trovão, me encarava de forma muito séria.

      — Eu estava procurando o banheiro, eu não conheço nada aqui! — digo assustada e ao mesmo tempo encantada.

       — Claro que não conheço, o banheiro está na primeira porta do corredor da escadaria. — diz o bonitão sem tirar os olhos dos meus.

Encabulada, começo a andar a passos largos em direção ao local indicado. Entro no banheiro, dou uma olhada no meu reflexo, arrumo meu cabelo e dou uma respirada porque nada ainda de anormal aconteceu. Só achei estranha a porta principal fechada. Por que o anfitrião decidiu nos deixar trancados?

Fiz o que tinha que fazer e saio do banheiro para o corredor, e lá estava ele, apoiado em uma das grades de apoio das escadas observando de camarote o movimento abaixo. Pensei em puxar assunto, mas ele tinha um ar de autoridade e seus olhos azuis intimidadores eram penetrantes.

Fui devagar e me apoiei na grade de mansinho do lado dele, do canto do meu olho percebi que ele havia me notado. Olhei para baixo procurando a safada da Grace e ela estava lá, toda saltitante com o carinha de preto. Ela olha para cima e me dá um joinha, dando uma olhada para o meu admirador e depois para mim com uma piscadela, sem vergonha.

Olhei para o meu admirador do meu lado que continuava a observar a festa, e eu pensando em como começaria uma conversa. Resolvo tomar coragem.

       — Eeh está quente aqui né?  Eu queria sair para fora, mas o guarda plantou ali e disse que não poderia abrir a porta. Achei um absurdo! — digo, chamando sua atenção.

       — Faz parte do protocolo. O salão excedeu sua cota de pessoas, é para evitar a entrada de mais gente. — ele fala com tanta prepotência, que comecei a achar realmente que ele era o anfitrião.

      — Desculpa. Mas como você sabe?! Você é o anfitrião? Ou o organizador? — ele dá uma virada ficando de frente para mim, apoiando o braço na grade e me fitando com um risinho no rosto.

      — Sou os dois. E antes que você me peça, a porta continua fechada até a segunda ordem. Princesa! — diz ele bem sério.

Nossa. Ele era bastante prepotente, idiota, lindo e imbecil.

        — Quanta gentileza meu senhor. E para você, eu não sou princesa. E outra, não abra a porta, deixe que todos morram sufocados aqui dentro. Passar bem! — digo com indignação dando as costas.

Sai dali nervosa. Enquanto eu virava as costas e ia embora, eu ouvia seu risinho debochado.

          — Não seria uma má ideia! — ouço ele dizer logo atrás. Rindo.

Desci as escadas xingando-o de todos os palavrões possíveis. Ao descer até o final,dou mais uma olhada para cima e o vejo com uma loira falando ao seu ouvido. Ele continuava me encarando com um sorriso de canto no rosto, olhei para a loira que virou o rosto e a reconheci.

Era a Elisabete a "fominha" era como todos no escritório a chamavam, porque todo novo trabalho que surgia ou cargo ela conseguia. Tanto que a desgraçada é secretária de três dentistas em três horários, ela praticamente não tem vida e a ambição fala por ela.

Eu não sabia muito de Elisabete. Só sabia que ela me odiava. E olha que nem nos falávamos. A única coisa que sabia é que ela é de Nova York e veio para cá por indicação e está na cara que ela mexeu os pauzinhos.

Andei pelo meio das pessoas sem tirar os olhos dos dois, era muita intimidade. Será que ela tinha um romance com o anfitrião rico e bonito?! Não duvidaria daquilo. Que ódio. Fui até Grace que já estava agarrada ao homem Emo. Eu dei dois toques nas costas dela com a ponta do dedo para lhe chamar a atenção. Ela me olha com a boca toda borrada e o vestido amarrotado.

       — Tem uma segunda porta ali. Vamos embora agora nem que quebremos alguma janela. Quero ir embora, não estou me sentindo bem. — digo à Grace que me encara em desgosto.

        — Como assim? Estou me divertindo tanto! — Grace rir alto. — Pensei que você já estava no quarto com o garanhão da festa. Ah, às vezes você me decepciona Honey. — diz entortando a boca.

       — Eu não sou você Grace. E ele é um idiota. Anda. Vamos embora, não quero ir sozinha, faltam 30 minutos para as 2 da madrugada! — digo por fim.

       — Aaah você é uma estraga prazeres. E como assim ele é idiota? — Grace diz voltando a encarar o seu homem.

Ela dá mais um beijo chupa limão naquele cara do Punk rock. Lhe entrega um cartão com seu telefone e me segue bufando, tomando mais um gole de Uísque. Chegamos à porta dupla de madeira enorme que fica logo atrás do bar, tinha mais um casal grudado se atracando, os empurrei e tentei abrir a porta com muito esforço. 

Era muito pesada, parecia pesar uns 200 quilos. Grace me ajuda a abrir e finalmente entramos com a porta fechando atrás de nós. Era um salão enorme, bem parecido com o anterior, só que bem mais escuro e sombrio. Mas algo parecia nos observar, gelando minha espinha.

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