Mas, na cabeça de Anne, a lógica era outra. Afinal, como Lucas poderia querer ser o padrasto de três filhos? Com um histórico e condições tão boas, uma pessoa com a mente sã jamais faria isso! Apesar de não falar mais com a mãe sobre o assunto, os três pequenos continuaram com a ideia na cabeça, até que, três dias depois, Anne dormia tranquilamente, com as crianças em seus braços quando Charlie começou a mexer em seu rosto, para acordá-la e, percebendo que ela abria o rosto, ele disse:― Mamãe, o irmãozão prometeu ser nosso papai! ― Imediatamente, o sono de Anne se dispersou e ela arregalou os olhos, de vergonha e pânico. Mas, acordada, não levou mais o assunto à sério, pensando que o filho tinha sonhado e achado que era verdade. Afinal, como, em sã consciência, o diretor de uma creche permitiria que uma criança a chamasse de papai? De qualquer maneira, ela precisava começar a pensar em como explicar para as crianças que elas não deveriam chamar ninguém de papai.Tirando o sust
Michelle estava sentada no sofá, olhando para Anne, a garçonete, com olhos zombeteiros, enquanto pensava: “Como essa pessoa ousa se comparar a mim? Ela não vê mesmo a hora de subir na cama de Anthony! Que garota mais cheia de fantasias!” Ao ouvir de Zelda que Anne seduziu Anthony, no escritório, ela teria arrancado o rosto da jovem na hora, se não fosse esperta. Entretanto, ela preferiu preparar uma vingança. ― Garçonete, vá buscar algumas frutas para mim! ― Michelle disse, arrogante. ― Sim, traga para mim também! Se você não pode segurar nas mãos, coloque em suas roupas baratas! ― As mulheres provocavam e riam como um bando de corvos. Anne foi buscar as frutas com uma expressão neutra no rosto. Então encontrou uma fruteira, que ergueu e carregou até a mesa em frente a elas. Quando se virava para se afastar, alguém arremessou uma fruta em sua cabeça e todas riram.Apesar da dor, a jovem apenas trincou os dentes e ignorou.― Você acha que ela é estúpida? Ela nem mexeu a c
A postura bélica serviu de alerta para os outros. Afinal, Anthony era muito cruel e implacável. Michelle estava assustada, mas ela ainda reuniu coragem para dar um passo à frente, e chamar o homem de volta. ― Anthony, há mais uma coisa que eu quero te dizer. Anne foi encontrar um homem. Aquele que estava com ela no restaurante. Eu tirei fotos ― e, se virando para uma das socialites, disse ― pegue meu celular! ― Anne ficou parada, esperando, sem ousar mover um músculo enquanto Anthony olhava para seu rosto, com olhos de falcão. Então, depois de um tempo, a jovem socialite se aproximou com uma expressão assustada e disse:― Não consigo encontrar seu telefone! ― ― Anthony, aguarde somente um minuto que eu mostro a prova! ― Michelle saiu para procurar o aparelho ela mesma, mas não conseguiu encontrar. Quando ela voltou, acusou Anne ― Você pegou meu telefone! ― ― Deve haver algum engano. Você quer me revistar? Ou talvez você possa checar o sistema de vigilância, para ver
Cheyenne saiu do apartamento e um carro parou na frente dela, assustando-a. A mulher pretendia correr de volta para dentro do edifício quando Sarah desceu do veículo, dizendo: ― Somente me diga quanto dinheiro você precisa para deixar Anne! Contanto que você peça, eu posso pagar! ― Cheyenne não esperava que sua cunhada inconveniente apareceria ali novamente, por isso, apenas recusou:― Vá embora. Não quero o seu dinheiro. ― ― Na minha frente, você não precisa fingir... ― Sarah pegou um cartão de crédito ― Tome, isso é o suficiente? ― ― Eu disse que não quero o seu dinheiro. ― Sarah riu:― Não seria muito hipocrisia? Existe alguém que não gosta de dinheiro, hoje em dia? ―Apesar da provocação, o rosto de Cheyenne estava impassível, então, Sarah disse: ― Pegue o dinheiro e vá embora, enquanto estou de bom humor. Caso contrário, você terá que ir, do mesmo jeito, mas sem nada. ― Cheyenne olhou para o cartão estendido e recuou:― Eu não preciso do seu dinheiro. Eu só
― Eba! Eu gosto de dormir aqui! ― Charlie ficou radiante. ― Eu também não quero ir para casa! ― Chloe comemorou, tímida. ― Podemos ficar na escola para sempre? ― Chris perguntou. Anne riu. Ela pensou que eles teriam dificuldade em se adaptar, mas pareciam relutantes em ir para casa. Então, Anne as colocou para ninar, ali mesmo e, assim que as crianças dormiram, saiu para o corredor e viu Lucas caminhando em sua direção. ― Lucas, você não vai para casa? ― Ela perguntou. ― Vou te dar uma carona. ― Disse ele. ― Eu... ― Quando ela estava prestes a recusar, o horror tomou conta de sua expressão. ― O que está errado? ― Lucas se virou e viu uma figura imponente saindo da escuridão, à distância. Em seu rosto, havia uma expressão cruel e diabólica sob as luzes, enquanto ele se aproximava. Anne instintivamente deu um passo para trás. ― O que você está fazendo aqui? ― Anthony ignorou Lucas e olhou friamente para Anne. Anne empalideceu, quando sua mente ficou completamen
Anthony examinou a expressão frustrada no belo rosto de Anne, iluminado pelo pálido reflexo das luzes da rua dançando em sua pele através da janela. Os contornos do rosto e corpo da jovem pareciam querer convidar sua boca e ele ansiava por desfrutar. Mas, o telefone do magnata tocou e ele precisou refrear seus instintos, antes de atender:― Fale. ― ― Vizinhos disseram que Cheyenne foi levada por um veículo. As descrições condizem com o de Sarah. ― O chefe de segurança falou. ― Traga-a de volta e não se preocupe em bancar o bonzinho. ― Ele ordenou, antes de jogar o telefone de lado. ― Você encontrou minha mãe? ― ― Encontrei. Como você vai me pagar? ― Na penumbra, os olhos do demônio brilharam com luxúria. Familiarizada com a expressão maliciosa de Anthony, a jovem engoliu nervosamente e olhou para fora da janela, sabendo perfeitamente que não tinha o direito de dizer não. Enquanto isso, os homens de Anthony invadiram a mansão de Ron, exigindo Cheyenne e empurrando q
Anthony se sentava no sofá com as pernas cruzadas, como se ocupasse um trono. Sua presença era poderosa e altiva. Diante dele estava ajoelhada uma mulher com as roupas meio rasgadas, revelando uma ferida no braço. Quatro seguranças se mantinham atrás dela, prontos para atacar, a qualquer movimento. Anne sabia que Anthony não se importava com o gênero da pessoa que matava. Enquanto Anne decidia se deveria voltar para o quarto ou descer para a sala, a voz do demônio ribombou:― Desça aqui. ― Sem sequer olhar na direção de Anne, ele já havia tomado a decisão por ela. A jovem desceu as escadas e caminhou até ficar a um metro de distância de Anthony. Ela finalmente viu o rosto da mulher desconhecida, cheio de terror. ― Foi ela? ― Anthony perguntou. Sabendo que a pergunta era dirigida a ela, Anne olhou firmemente o rosto da mulher, procurando alguma coisa em seus olhos, antes de responder, hesitante:― Eu não vi o rosto da pessoa, no dia da tentativa de assassinato. ― A
Ela não esperava que Anthony continuasse investigando. ― Por que Anne estava procurando por você, na escola? ― Ele questionou ― Ou ela estava lá para fazer alguma outra coisa? ― Anne mordeu o lábio e olhou nervosamente para a mãe. Elas, definitivamente, não podiam dizer a verdade, ou provavelmente seriam mortas. Na melhor das hipóteses, suportariam torturas inimagináveis. Anthony nem se preocupou em olhar para o rosto Cheyenne. Seus olhos permaneciam fixos em Anne, enquanto fazia a pergunta e esperava a resposta. Percebendo isso, a jovem lutou para manter a expressão neutra, mas sob tanta pressão, respirar se tornou impossível e ela começou a se sentir tonta. Teria de contar com a mãe, mesmo sem poder dar nenhuma dica.― Eu... eu queria trabalhar para a escola, cozinhando para as crianças ― Cheyenne disse, com medo, sem saber se tinha dito a coisa certa. Anne permaneceu inexpressiva, mas ficou aliviada com a resposta de Cheyenne. Anthony desviou o olhar do rosto de Anne