Óbvio que Anne já imaginava que aquelas poucas pessoas estavam em conluio. O acidente com o tubo de aço caído não tinha sido mero acaso, mas a moça não deu continuidade ao assunto porque ainda não era o momento certo. Bianca ficou tão frustrada que cerrou os dentes com força enquanto fingia estar bem, como se não tivesse nada a ver com o ocorrido. — Por que você está me contando isso? Para provar que você é muito competente? Que piada. Sua melhor habilidade é sair por aí e seduzir homens! — — Senhorita Vallois, me ajude. Fui incriminado! — O senhor Walker ainda implorava por misericórdia.Anne negociou com o homem uma delação: — Eu posso fazer isso, claro! Apenas me diga quem lhe pediu para fazer isso. Deveria haver alguém instruindo você, não é? Caso contrário, você não teria sido tão audacioso. — O senhor Walker evitou o olhar da patroa. — Não... não é bem assim... fiz porque sou ganancioso... — — Obrigado, oficial! — Anne não perguntou mais nada.— Anne Vallois, como v
Tommy ficou sem palavras, bem como Anne. No fim, a experiência foi muito pior que o golfe. Anne deixou o taco na mesa com calma. — Não é divertido. Não quero mais brincar. — Tommy não pôde deixar de rir enquanto pegava a bola do chão. — Sou uma pessoa que joga até o fim, uma vez que comecei o jogo. — Anne viu Tommy colocar a bola de volta sobre a mesa de sinuca e voltar a jogar. Com movimentos precisos, o homem conseguia encaçapar as bolas com facilidade. Resignada, a moça ficou apenas de lado, observando.— Você está se sentindo melhor? — Tommy perguntou enquanto manejava o taco com maestria.Anne sabia sobre o que o homem perguntava, já que Tommy também foi ao funeral de Nigel para prestar homenagem. Porém, a moça ficou tão triste que não conseguiu prestar atenção no convidado.— Acho que nunca serei capaz de experimentar esse tipo de sentimento nesta vida — disse Tommy. — Se meu pai morresse, talvez eu comemorasse por três dias e três noites. — Anne sabia que ele não es
Leta ficou muito feliz, ao passo que Lucas a instruiu: — Querida, arranja um lugar para a gente comer. Daqui a pouco te encontro. — Leta olhou para Anne e sorriu com gentileza, depois se retirou. Anne, por outro lado, não pôde deixar de seguir a mulher com os olhos, analisando sua silhueta e pensando na gravação.— Você está selecionando uma cadeira de massagem? — Perguntou Lucas, interrompendo os pensamentos da jovem.— Ah, sim… O pescoço da minha mãe não está bem, então vim dar uma olhada. Há muitas marcas, mas não sei qual escolher. — Disse Anne.— Essa aqui é muito boa. Comprei um para minha mãe no passado, e eu mesmo acho muito confortável de usar de vez em quando. — Lucas sugeriu uma marca. — Esta, então! — Anne disse ao vendedor que a atendia, ao passo que o homem foi cuidar da venda no caixa.Enquanto esperavam pela confirmação da compra, Lucas disse: — Na verdade, ela é uma pessoa arranjada para mim pela minha mãe. Estamos na fase de tentar nos conhecer. — — Isso
— Por que você está aqui? — Leta se aproximou.— Você realmente está aqui... — Anne viu Leta e pareceu surpresa.— Claro. Eu trabalho aqui. — — Acabei de me lembrar que o senhor Newman disse que você é professora— disse Anne. — Tenho três filhos. Estava pensando se deveria mudá-los para uma escola pública, então vim saber mais. Infelizmente, é o único horário que tenho. — Leta olhou para Anne sem esconder a surpresa. — Você já tem três filhos? Menina, ninguém diz! Você é muito jovem! — Na verdade, Leta ficou feliz, porque imaginou que, dessa forma, não precisava mais se preocupar com aquela concorrente. Até então, suspeitava que Anne fosse ex-namorada de Lucas, mas quem se interessaria por uma mulher com três filhos?Anne sorriu com a indiscrição da moça, muito comum quando outras pessoas descobriam aquilo. Antes disso, a maioria das pessoas pensava que ainda fosse uma estudante universitária e, ainda por cima, caloura.— Então você está perguntando à pessoa certa. Leciono ne
Anne ficou na entrada e observou o carro desaparecer antes de se virar e dar de cara com Sarah parada ali, sorrindo. — Por que vejo que aquele carro não se parece com o de Anthony? — — Por que deveria ser o carro de Anthony? Ele não tem suas próprias coisas para fazer? — Anne sentiu que sua mãe estava zombando.— É o de Lucas, certo? — Sarah perguntou.Anne não negou. — Sim, é o carro dele. Encontrei com ele e sua namorada quando estava comprando a cadeira de massagem. Ele se ofereceu para me trazer até aqui. — Ela não disse que percebeu que a namorada de Lucas tem uma verruga no canto dos lábios. Afinal, e se não tivesse nada a ver com a moça? Além disso, Anne também precisava ser cautelosa, para evitar alertar um possível inimigo.— Namorada? Ele tem namorada agora? Eu realmente pensei que ele era apaixonado por você. Parece que ele é o tipo de pessoa que segue em frente assim que se afasta. — Sarah sentia que homens confiáveis eram realmente tesouros raros.— Não é ótimo a
Sarah nunca foi assim no passado. Desde que Nigel se foi, a mulher foi acometida por uma melancolia infinita. Pensava em tudo... em quando estava namorando com homem, quando terminaram, quando ela se casou com Ron e quando reencontrou o amor de sua vida tempos depois. Não negaria que seu coração acelerou quando viu Nigel outra vez. Sua honestidade, a maneira como trabalhava tanto e seu comportamento cavalheiresco e gentil a encantaram outra vez. Depois que o homem faleceu, algumas das emoções reprimidas dentro da mulher simplesmente explodiram.Sarah decidiu visitar o túmulo de Nigel. No caminho, comprou uma garrafa de uísque, velas e flores frescas. Quando chegou ao cemitério na área montanhosa, viu que alguém vigiava a entrada. Depois que o vigia a deixou passar, a mulher avançou com o carro até a base do monte, no qual ficava a lápide de seu amado. Em seguida, desligou o veículo e desembarcou. Ainda havia uma longa distância a percorrer andando, então subiu os degraus, carregando a
Depois que Anne se despediu da polícia, sua manhã praticamente acabou. As autoridades disseram que o senhor Walker continuava se recusando a dizer quem era o cérebro por trás do esquema e dizia que era apenas mais um ganancioso. Os outros tinham menos ainda a falar, já que o senhor Walker era o líder. Só depois do almoço que a moça conseguiu descansar um pouco.Anne pensava em como o policial parecia muito hesitante. O homem disse que, como o senhor Walker admitiu que foi obra própria, ela deveria parar por aí. Mas por que um policial aconselharia aquilo? Aliás, por que o senhor Walker permanecia tão teimoso depois de ser levado para a delegacia?Anne teve vontade de rir e acabou soltando uma gargalhada estranhamente fria. Qual mais poderia ser o motivo? Certamente por causa de Anthony, afinal Bianca era sua noiva. O senhor Walker poderia ir para a prisão, mas absolutamente não ousaria envolver a noiva do Rei de Luton, mesmo que ela fosse culpada.Na verdade, Anne já sabia disso des
— Você quer algo para comer? — Perguntou Anthony.— O que podemos comer? — Perguntou Charlie, e houve uma batida na porta do escritório assim que disse isso.— Entre. — Anthony disse com uma voz profunda.'Este é meu escritório. Quem é você para dar as ordens?', foi o primeiro pensamento de Anne.A pessoa que entrou foi Ivan, levando a comida que comprou para o escritório, servida na mesinha de centro. Eram bolinhos recém-preparados, de certo de uma padaria próxima, com chá para acompanhar, indicando que o homem teve acesso à cozinha da empresa. Aquele seria um chá da tarde completo. Depois que terminou de preparar o lanche, Ivan saiu. Mesmo que as competências do homem fossem dignas de um militar, as ordens de Anthony eram indiscutíveis.— Vocês três deveriam comer um pouco. Ainda tenho coisas para fazer. Depois que terminarem, vamos para casa juntos. — Anne acariciou as cabecinhas dos trigêmeos.— Coma alguma coisa antes de sair. — Sugeriu Anthony.— Está tudo bem. Sobra mais