À noite, Nigel acompanhou Sarah de volta ao hotel e decidiu parar do lado de fora da porta para garantir sua segurança. Percebendo sua preocupação, disse: — Você não quer entrar para uma bebida? Anne não está por perto, então você poderia me fazer uma companhia no lugar dela... —Nigel hesitou, então ela o puxou para dentro do quarto e fechou a porta atrás deles. Assim que entraram, Sarah pegou duas taças e serviu vinho na mesa do bar, enquanto Nigel colocava a pasta na mesa e se sentava. Embora se sentisse desconfortável com a proximidade de Sarah, não parecia querer evitá-la. Parecia simplesmente querer conversar e desfrutar de um momento juntos.Eles brindaram com as taças, o som nítido ecoando pela sala. Nigel bebeu o vinho, sentindo o calor se espalhar pela garganta. Observando-o, Sarah sentia-se cada vez mais atraída por ele. Entretanto, com tristeza, virou-se e comentou: — Eu me pergunto quando poderei ver Anne e compartilhar uma refeição com ela. Ficaria feliz apenas em v
Sarah acordou e se virou na cama, encontrando Nigel prestes a sair. Seus olhos se abriram lentamente e ficou confusa com a situação. Ele estava saindo escondido? Ela estendeu a mão na sua direção, buscando uma resposta.— Você está saindo? — Perguntou ela, sua voz carregada de surpresa e um leve tom de desapontamento, mas ainda sonolenta.Nigel olhou para ela, hesitante, antes de responder com uma pergunta evasiva: — O que você quer comer? —Sarah franziu o cenho, seus olhos fixados nos dele. Ela sentia a necessidade de entender o que estava acontecendo. Então, envolveu os braços em volta da cintura do homem, aproximando-se para tentar encontrar alguma resposta no toque. Sua voz soou suave e carinhosa ao expressar a preocupação que sentia:— Eu pensei que você estava fugindo — disse ela, deixando transparecer um misto de vulnerabilidade e anseio nas palavras.Nigel se sentiu desconfortável diante da situação, incapaz de enfrentar de forma adequada a mulher que um dia amara. Ele
Dorothy ficou boquiaberta diante das palavras de Nigel e se levantou abruptamente, esbarrando na cadeira próxima. Sua mente estava em turbilhão, tentando assimilar o que acabara de ouvir. — O que... O que você disse? Você está se divorciando de mim? Por Sarah? —Nigel olhou para ela com seriedade, consciente do impacto que suas palavras estavam causando. — Você sabe exatamente por que não nos divorciamos antes. Eu nunca expliquei a Bianca porque não queria que ela perdesse o respeito por você, mas agora que está crescida, acredito que ela será capaz de entender. —— Não! Eu não vou me divorciar de você! — Dorothy exclamou, aproximando-se dele e agarrando sua mão. — Como você pode se divorciar de mim? Nós estivemos bem depois de todos esses anos, e agora você está me abandonando por causa de Sarah?! De jeito nenhum! Eu nunca vou concordar com isso! — Nigel olhou nos olhos de Dorothy, compreendendo sua angústia. Ele sabia que aquela não era a vida que ela desejava, e tampouco er
Dorothy não mencionou isso no telefonema, então Bianca ficou chocada ao perceber que Nigel estava desistindo de tudo, incluindo o negócio que ele trabalhou tanto para construir.— Isso é o quão longe você está disposto a ir por Sarah? Pai, você já pensou se ela gostaria de ficar com você se ficar sem um centavo em seu nome? —— Eu disse que estou me divorciando de sua mãe e eu nunca mencionei nada sobre me casar com Sarah. — Nigel olhou para ela. — Esta é minha escolha pessoal. Não tem nada a ver com mais ninguém. —Bianca não podia acreditar que seu pai fosse louco o suficiente para tomar tal decisão.— Bianca, não me arrependo de ter voltado com sua mãe. Pelo menos você cresceu com saúde. Você vai se casar e dar à luz seus próprios filhos. Você será uma ótima esposa, mãe e tem sua própria vida agora, então o que eu fizer ou deixar de fazer não vai afetá-la. Mesmo assim... Sinto muito se isso te causa dor. —Ela achou ridícula a situação de sua família ser dilacerada por Anne e
Antes que Anne pudesse responder, Sarah encerrou a chamada. A jovem se sentiu surpresa com a atitude repentina da mãe, mas confiava nela. No entanto, uma sensação de preocupação começou a tomar conta de si. Ela se questionava se os esforços de Nigel para garantir o conforto da mãe eram realmente bons para a família. Porque, se Dorothy descobrisse, haveria consequências para eles, e nunca veriam o fim disso. As incertezas preenchiam sua mente enquanto tentava processar a situação. No final, ela acabou dormindo com esses pensamentos em mente.No meio da soneca, Anne foi despertada por uma ligação ao meio-dia. Sonolenta, ela pegou o telefone da mesa de cabeceira e atendeu com a voz cansada: — Alô... —— Alô! Estamos ligando do hospital, do telefone do proprietário. Sua mãe sofreu um acidente de carro e está passando por uma cirurgia. Por favor, venha para cá imediatamente! —Anne ficou séria ao perceber que a ligação vinha do número de Sarah. Ela sentiu um aperto no coração. —No..
Nigel ligou para o amigo que estava esperando Sarah, para jogar black jack. Ele ficou surpreso, não esperava que algo assim tivesse acontecido, então concordou em ir até o hospital para ver como estava a situação. Após terminar o telefonema, Nigel corria para a estação de metrô, quando encontrou Anne sentada em um canto, com a cabeça baixa e os olhos inchados de tanto chorar.— Anne! — Ele gritou.Ela olhou para cima e começou a chorar ainda mais ao ver o pai. Nigel se aproximou rapidamente e envolveu a filha nos braços, tentando transmitir conforto e segurança. — Está tudo bem. Vai ficar tudo bem, minha princesa. Já pedi ao meu amigo em Santa Nila para verificar como ela está. Ele nos manterá atualizados. —— Por que isso aconteceu? Mamãe estava conversando comigo por videochamada há pouco tempo. Ela disse que ia jogar blackjack com um amigo seu. Por que não a lembrei de viajar com segurança? — Anne soluçou, desabafando a culpa nos braços de Nigel.Nigel sentiu uma mistura de pr
Ninguém se preocupou em ajudar Sarah a trocar de roupa, notou Anne. A situação era caótica e ela mesma estava sobrecarregada de emoções. Sentia tristeza e raiva ao limpar o sangue de Sarah. Se culpava por ter concordado em deixá-la sozinha em Santa Nila, contribuindo para a situação atual. Cada mancha de sangue era um lembrete doloroso de sua culpa. O peso da responsabilidade pesava sobre seus ombros.A culpa consumia Anne como nunca. Odiava Anthony por tê-las colocado nessa situação, e odiava a si mesma por ter concordado com isso. Agora, diante da cama do hospital, ela se sentia impotente. Se não fosse pelo amigo de Nigel, que estava lá para ajudar, elas não teriam nem mesmo recursos para pagar as despesas médicas. A possibilidade de perder Sarah era assustadora e Anne sentiu um peso esmagador em seu coração.Enquanto a jovem tentava processar seus sentimentos, alguém bateu na porta do quarto. Uma mulher de meia-idade entrou, trazendo consigo uma criança pequena. Ela caiu de joelho
Já era tarde da noite quando o celular de Nigel tocou e ele saiu para atendê-lo. Anne tinha uma ideia de quem poderia estar ligando, mas não queria falar nada. A outra família de Nigel estava se perguntando onde ele estava, provavelmente, já que não voltara para casa. O pai dela tinha sua própria família para cuidar e não poderia ficar com Anne para sempre, mas ela estava bem com isso. Apesar de se sentir insegura, ainda tinha a presença de Sarah.Pouco tempo depois, Nigel retornou. — Eu vou pegar algo para comer. Alguma coisa que você queira? —— Não estou com fome... — Anne não tinha apetite.— De jeito nenhum. Você precisa comer. Sua mãe ficaria preocupada. — Nigel não permitiria que ela passasse fome.— Tudo bem... –– Assentiu. — Pai, quando você vai voltar para Luton? Posso ficar aqui com a mamãe se quiser. Vamos ficar bem. —— Já avisei à minha família que vou passar alguns dias em Santa Nila. —— Tem certeza? — Anne queria desesperadamente que o pai ficasse, mas não gos