Quando Anne e Lucas se encontraram, parecia que uma vida inteira havia se passado.— Desculpe por te preocupar, mas estou bem agora — disse Anne.Emocionado e sentindo saudades, Lucas se aproximou para abraçá-la. Mas, assim que chegou perto o suficiente, Anne entrou em pânico e deu alguns passos para trás, afastando-se dele. — Nunca mais devemos nos contatar... Nada vai acontecer entre nós. —— Por quê? — Ele ficou aturdido.— Não somos certos um para o outro. —— Desculpe Anne, mas essa é uma razão estranha para me rejeitar. Você vai ter que me dizer mais que isso. — Lucas se recusou a aceitar.— Apenas acho que não devo me casar depois de pensar um pouco. Desculpe, mas é isso... — Anne se virou para sair e Lucas ficou em seu caminho.— Por que, exatamente? Seja clara! O que aconteceu!? —— Percebi que Anthony era a primeira pessoa em quem pensei quando estava em perigo. Percebi que sinto algo diferente por ele. Não posso ficar com você enquanto tiver sentimentos por ele, Lu
Anthony parou abruptamente e encarou Anne de forma intimidadora.— Lucas Newman está parado a dez metros de nós. Você já descobriu o que vai fazer? — Seus olhos fixaram-se nos do outro homem.O coração de Anne disparou, enquanto tentava recuperar o fôlego diante da situação. Ela não podia ignorar o fato de que Lucas não desistiria facilmente. Suas palavras na escola haviam deixado uma lacuna que ele estava determinado a preencher com uma explicação. Anthony, por sua vez, já havia previsto essa possibilidade.Anne tomou uma inspiração profunda e decidiu agir. Se aproximou de Anthony e parou bem diante dele. Com um gesto rápido, envolveu os braços ao redor do pescoço dele e pressionou seus lábios contra os dele, movendo-se com delicadeza, como se estivesse beijando o homem que amava verdadeiramente.Anthony correspondeu ao beijo, envolvendo-a pela cintura e a puxando ainda mais para perto. A intensidade do momento era evidente, mas Anne não conseguia ignorar o olhar de Lucas à distân
— Eu vou esperar por você na Mansão Real, então. —— Claro. Não espere acordada. —Bianca deixou o escritório, pensando se suas palavras teriam levantado suspeitas em Anthony. Mas, se Anne não estava com ele, era provável que estivesse com outro homem. Acreditava que, uma vez que seu marido visse a verdadeira natureza de Anne, ele perderia o interesse nela.O fato de Anthony não ter se importado quando Anne foi sequestrada confirmava o que Bianca já havia mencionado há muito tempo: a piranha era apenas um brinquedo para Anthony, e não significava nada para ele. Mas, assim que Bianca saiu, Anthony fez um telefonema para dar uma ordem a seus homens:— Vão até a área onde ela morava e verifiquem se ela está lá! —Ele desligou o telefone e estreitou os olhos perigosamente, pensando consigo mesmo: “Anne Vallois, é melhor você esperar sua vez!”O guarda-costas de Anthony entrou sorrateiramente no prédio residencial e subiu até o quinto andar, batendo na porta de Anne. Não houve respost
Tommy ergueu uma sobrancelha, sem dizer uma palavra.— Já está tarde, Tommy. Estou cansada... Será que posso ir dormir agora? — Anne disse.— Estive preocupado com você a semana inteira e é assim que me trata? — Ele fez uma careta melancólica.— Como estou te tratando? Só estou afirmando um fato. — — Vamos conversar melhor, da próxima vez, então. — Disse ele, se movimentando para sair. — Tchau, Anne.— Tchau, Tommy... —Anne trancou a porta e se deitou na cama, evitando voltar ao sexto andar com medo de que Anthony pudesse aparecer de repente. Decidindo que voltaria para ver os filhos na manhã seguinte, tocou a cicatriz em suas costas e percebeu que não doía mais ao se deitar.Ao mostrar seu braço e pescoço para Tommy, temeu que ele visse as cicatrizes nas costas e percebesse que seu desaparecimento estava relacionado a Anthony, já que os sequestradores não teriam causado aquelas cicatrizes. Mas, teve sorte dele não ter notado nada. Quanto aos "sequestradores", Anthony cuidar
Durante a manhã, Nigel se levantou da cama, escovou os dentes e tomou banho. A sua rotina matinal era sempre a mesma, feita de forma automática e calculada, um comportamento seguindo o outro suavemente. Após se vestir e se preparar para o dia, desceu a escada luxuosa e ampla de sua mansão, se deparando com Dorothy, quando chegou na sala de estar. — Preciso sair para uma viagem de negócios esta tarde. — Ele disse, olhando com a expressão séria para ela. — De novo? — Dorothy perguntou.— Não faz muito tempo que transferi minhas operações para lá, então tenho que ir de vez em quando. —— Para onde? Por quanto tempo? — Indagou Dorothy curiosa.— Para Louxville, provavelmente por três ou quatro dias. —Dorothy não questionou mais e disse gentilmente: — Eu posso ajudar a organizar suas coisas mais tarde. —— Deixe os criados cuidarem disso — respondeu Nigel de forma abrupta.— Mas, eu sou sua esposa. É meu dever ajudar. — — Não precisa Dorothy. E fim de papo. — Nigel disse de
— Um pouco ocupado, Dorothy. — Nigel disse.— Como está o tempo em Louxville? Cuidado para não pegar um resfriado, hein. —— Eu não vou pegar. Mas, tenho que ir agora querida. Estou realmente ocupado. — Nigel desligou.— Okay... tudo bem. Qualquer coisa me ligue. —— Certo, boa noite! —— Boa noite.... —Assim que Nigel desligou, Dorothy, furiosa, gritou: — Ouviu isso? Ele não mencionou que não estava em Louxville! Por que ele mentiria? Por quê? —Bianca estava tão zangada quanto Dorothy. O fato de Nigel ter ido ver Sarah não era apenas uma traição a Dorothy, mas também uma traição a ela. Como seu pai era capaz de fazer aquilo com as duas?— Eu sabia que algo estava errado com seu pai desde que viemos para Luton. Bem? É por isso! — Dorothy cerrou os dentes. — E isso é exatamente o que sabemos até agora. Só Deus sabe o que mais está acontecendo! —Bianca avaliou a situação, sabendo que não poderia permitir que Nigel ficasse com Sarah, caso contrário, ele poderia abandonar
À noite, Nigel acompanhou Sarah de volta ao hotel e decidiu parar do lado de fora da porta para garantir sua segurança. Percebendo sua preocupação, disse: — Você não quer entrar para uma bebida? Anne não está por perto, então você poderia me fazer uma companhia no lugar dela... —Nigel hesitou, então ela o puxou para dentro do quarto e fechou a porta atrás deles. Assim que entraram, Sarah pegou duas taças e serviu vinho na mesa do bar, enquanto Nigel colocava a pasta na mesa e se sentava. Embora se sentisse desconfortável com a proximidade de Sarah, não parecia querer evitá-la. Parecia simplesmente querer conversar e desfrutar de um momento juntos.Eles brindaram com as taças, o som nítido ecoando pela sala. Nigel bebeu o vinho, sentindo o calor se espalhar pela garganta. Observando-o, Sarah sentia-se cada vez mais atraída por ele. Entretanto, com tristeza, virou-se e comentou: — Eu me pergunto quando poderei ver Anne e compartilhar uma refeição com ela. Ficaria feliz apenas em v
Sarah acordou e se virou na cama, encontrando Nigel prestes a sair. Seus olhos se abriram lentamente e ficou confusa com a situação. Ele estava saindo escondido? Ela estendeu a mão na sua direção, buscando uma resposta.— Você está saindo? — Perguntou ela, sua voz carregada de surpresa e um leve tom de desapontamento, mas ainda sonolenta.Nigel olhou para ela, hesitante, antes de responder com uma pergunta evasiva: — O que você quer comer? —Sarah franziu o cenho, seus olhos fixados nos dele. Ela sentia a necessidade de entender o que estava acontecendo. Então, envolveu os braços em volta da cintura do homem, aproximando-se para tentar encontrar alguma resposta no toque. Sua voz soou suave e carinhosa ao expressar a preocupação que sentia:— Eu pensei que você estava fugindo — disse ela, deixando transparecer um misto de vulnerabilidade e anseio nas palavras.Nigel se sentiu desconfortável diante da situação, incapaz de enfrentar de forma adequada a mulher que um dia amara. Ele