Anne sabia que estava impotente diante de Tommy, mas tentou recuperar a compostura:― Não me venha com isso, você também! Você e seu pai estão loucos? Algo aconteceu ontem à noite e eu tive que sair! Não foi intencional! ―― Você foi drogada, não é? ― Tommy disse.― Então, você sabe. ― Ela falou, sarcástica ― Mas, você não sabe quem me drogou... ―― Deve ser alguém que você conhece. ― Ele olhou para ela.Anne tinha uma ideia geral de quem poderia tê-la drogado, mas teria que se concentrar em lidar com Tommy, antes.― Você pode me deixar em paz? O que mais você quer de mim? ―― O que eu quero? ― Os lábios do rapaz se curvaram em um sorriso calculista. ― Você descobrirá logo, logo. ― Sem dizer mais nada, Tommy se levantou e saiu, deixando Anne sozinha na sala de seu apartamento. Cansada, a jovem deixou o corpo cair pesado, no sofá, mas, no segundo seguinte, se lembrou que Tommy tinha levado a cópia de chave e saiu correndo atrás dele. Mas, o rapaz já tinha ido embora. Sem forças
― Que tal subirmos para o quarto, para que eu te faça uma massagem relaxante? ― Bianca ronronava, mas seu coração afundou quando viu o ferimento nas costas da mão do magnata. Então ergueu a mão para olhar mais de perto e exclamou, perplexa: ― O que aconteceu com sua mão? Quem fez isso? ―― Eu me bati por acidente. Está tudo bem. ―Bianca não conseguia entender como ele poderia ter dado um soco tão forte em alguma coisa ‘por acidente’. Ela estava extremamente chateada porque, apesar de sua preparação para uma noite apaixonada, ficou claro que nada iria acontecer. Bianca sabia que ela estava ovulando, e se quisesse ter um filho, teria que esperar mais um mês para tentar de novo.Considerando o ferimento de Anthony, simplesmente não havia como eles terem alguma intimidade e ela não queria parecer desesperada.― Hayden, vá pegar o kit médico ― disse a mulher, preocupada ― Apesar de ser uma lesão externa, ainda precisa ser tratada ou vai infeccionar. ―― Vou tomar um banho primeiro ― d
Anne caminhou de volta para o departamento nervosamente, relembrando cada momento capturado pelas câmeras de vigilância desde que fora contratada pelo Grupo Marwood. Tudo transcorria tranquilamente até que Tommy a beijou. Ela não desejara aquele beijo e ficara evidente que Tommy também não nutria um real interesse por ela. No entanto, a moça entendia como aquela situação poderia ser interpretada pelos demais.Ela começou a trabalhar distraída, lançando olhares ao telefone de tempos em tempos, questionando se teria a má sorte de Anthony ter testemunhando o ocorrido pelas câmeras. Provavelmente o homem estivesse ocupado demais para permanecer em frente ao computador o tempo todo, então poderia ter designado outra pessoa para vigiá-la. De qualquer forma, ele apenas desejava fazê-la experimentar o sentimento de destruir relacionamentos, mas nunca mencionara nada sobre proibi-la de beijar outro homem. Ainda assim, considerando o que aconteceu com Lucas, Anne se sentia cada vez mais agitada
Anne pressionou o rosto contra o peito de Anthony, apreensiva com a possibilidade de que vissem sua blusa encharcada. Tanto Damian quanto Xander aguardavam tensos, do lado de fora da porta, mantendo-se em silêncio, assim que ela se abriu. No entanto, Anthony os ignorou e saiu com Anne nos braços.— O que está acontecendo? — Damian perguntou: — Por que ele é tão dramático? — — Eu realmente não sei. — Disse Xander. Ele também ficou chocado, pois nunca tinha visto Anthony tão irritado. Assim, Anne foi mandada de volta para seu apartamento. O Rolls-Royce parou do lado de fora do prédio e, quando Anne estava prestes a tirar o paletó, Anthony disse: — Continue com ele. Está querendo mostrar seu corpo para quem? — Anne cerrou os dentes e se forçou a ficar quieta, o tempo todo pensando consigo mesma: 'Que loucura é essa? Eu me molhei por causa dele!'. Ela ajustou o paletó e saiu. Anthony olhou para ela como uma águia fitando sua presa, antes de agarrar seu pulso e puxá-la contra ele.
Tommy já sabia quem estava ligando a julgar pelo olhar no rosto da moça. Sem intenção de ir embora, ele perguntou: — Você vai atender a chamada? — Anne não conseguia entender por que Anthony estava ligando, considerando o fato de que ele a mandara para casa no início da tarde.'O que mais ele quer?'Seu coração ameaçou pular do peito, enquanto ela se perguntava se ele já estaria no quinto andar, talvez ligando porque não conseguia encontrá-la.— Por que você está tão assustada? Ele vai ficar desconfiado se você não atender logo. — Tommy a lembrou.Ela lhe lançou um olhar frio e se virou para entrar em seu quarto, mas Tommy a agarrou pela manga.— Atenda aqui mesmo. — Frustrada, Anne empurrou a mão do rapaz. — Chega, Tommy! — No instante seguinte, Tommy arrancou o telefone da mão dela e atendeu no viva-voz, fazendo a moça prender a respiração.— Onde você está? — Anthony perguntou, com óbvia falta de paciência.— No meu apartamento! — Ela tentou o seu melhor para soar n
Anne se sentia presa, sem escolha ou liberdade diante de Anthony, e relutantemente se preparava para partir. Após se despedir das crianças, ela retornou ao quinto andar. Mesmo tendo verificado antecipadamente a localização do homem, ela diminuiu a velocidade e caminhou na ponta dos pés ao chegar ao canto da escada.Ao inserir a chave na porta, entrou na sala com um suspiro de alívio, porém, logo percebeu o paletó no chão, que ela inadvertidamente pisara várias vezes. Seu rosto ficou pálido e ela correu para pegá-lo, sacudindo a poeira, mas isso não ajudou a eliminar as rugas ou as pegadas. As roupas que Anthony costumava usar sempre estavam impecáveis, sem rugas, e agora era doloroso olhar para aquela peça.Ao verificar as horas, Anne percebeu a urgência de restaurar a aparência do paletó, pois sabia que qualquer olhar de Anthony seria suficiente para revelar o que ela havia feito. O que ela fizera com a roupa representava um insulto direto ao homem abusivo, e a moça não desejava atr
Anne não esperava que uma simples peça de roupa pudesse ter um valor tão alto, mas recordou das marcas de luxo que havia visto na internet e em lojas sofisticadas, o que lhe fez pensar que o preço fazia sentido. De forma subconsciente, a moça olhou para suas próprias calças, sapatos e o relógio em seu pulso, e percebeu que tudo o que ele possuía custava uma fortuna.A moça se via incapaz de compensar o estrago, mas também não sabia como retirar suas palavras. Mesmo que pudesse pagar a dívida em prestações, o valor continuava sendo absurdamente alto. Anne preferia destinar esse dinheiro às necessidades de seus filhos. Os trigêmeos precisavam de leite em pó, medicamentos e recursos, e ela não podia criar seus filhos enquanto estivesse sobrecarregada por dívidas.— Eu não tenho dinheiro. — — Então me pague de outra maneira. — Ela o fitou com um olhar confuso. — Quer que eu pague como? — — Como você acha? — Anne franziu os lábios com a intenção escondida dentro de seus olhos.
— Vá comer. — Anthony a soltou e se virou para ir ao banheiro.Anne ficou atordoada, perguntando-se sobre a aceitabilidade repentina do homem. A aura que emanava de todo o seu corpo era quase sufocante, o que a fazia pensar que Anthony iria ignorar sua reclamação, então ela ficou um pouco surpresa. No entanto, ela não era nem um pouco grata a ele, porque sabia que, de certo, o atraso era apenas uma tática para retardar a tortura e não significava que ela havia escapado do desastre.O apartamento não era tão grande quanto a Mansão Real, assim como a mesa de jantar de Anne não era nem um terço da mesa do lugar. A comida, é óbvio, também não serviria para comparação. Aos olhos de Anthony, uma refeição ali poderia ser tão proveitosa quanto a comida de um botequim suburbano. No entanto, o homem insistiu em comer por lá. O que estaria em sua mente, afinal?Anne viu que ele terminava de comer um dos pratos e afastou o pensamento.— Você quer repetir esse? — Perguntou a moça.Anthony a en