Tommy já sabia quem estava ligando a julgar pelo olhar no rosto da moça. Sem intenção de ir embora, ele perguntou: — Você vai atender a chamada? — Anne não conseguia entender por que Anthony estava ligando, considerando o fato de que ele a mandara para casa no início da tarde.'O que mais ele quer?'Seu coração ameaçou pular do peito, enquanto ela se perguntava se ele já estaria no quinto andar, talvez ligando porque não conseguia encontrá-la.— Por que você está tão assustada? Ele vai ficar desconfiado se você não atender logo. — Tommy a lembrou.Ela lhe lançou um olhar frio e se virou para entrar em seu quarto, mas Tommy a agarrou pela manga.— Atenda aqui mesmo. — Frustrada, Anne empurrou a mão do rapaz. — Chega, Tommy! — No instante seguinte, Tommy arrancou o telefone da mão dela e atendeu no viva-voz, fazendo a moça prender a respiração.— Onde você está? — Anthony perguntou, com óbvia falta de paciência.— No meu apartamento! — Ela tentou o seu melhor para soar n
Anne se sentia presa, sem escolha ou liberdade diante de Anthony, e relutantemente se preparava para partir. Após se despedir das crianças, ela retornou ao quinto andar. Mesmo tendo verificado antecipadamente a localização do homem, ela diminuiu a velocidade e caminhou na ponta dos pés ao chegar ao canto da escada.Ao inserir a chave na porta, entrou na sala com um suspiro de alívio, porém, logo percebeu o paletó no chão, que ela inadvertidamente pisara várias vezes. Seu rosto ficou pálido e ela correu para pegá-lo, sacudindo a poeira, mas isso não ajudou a eliminar as rugas ou as pegadas. As roupas que Anthony costumava usar sempre estavam impecáveis, sem rugas, e agora era doloroso olhar para aquela peça.Ao verificar as horas, Anne percebeu a urgência de restaurar a aparência do paletó, pois sabia que qualquer olhar de Anthony seria suficiente para revelar o que ela havia feito. O que ela fizera com a roupa representava um insulto direto ao homem abusivo, e a moça não desejava atr
Anne não esperava que uma simples peça de roupa pudesse ter um valor tão alto, mas recordou das marcas de luxo que havia visto na internet e em lojas sofisticadas, o que lhe fez pensar que o preço fazia sentido. De forma subconsciente, a moça olhou para suas próprias calças, sapatos e o relógio em seu pulso, e percebeu que tudo o que ele possuía custava uma fortuna.A moça se via incapaz de compensar o estrago, mas também não sabia como retirar suas palavras. Mesmo que pudesse pagar a dívida em prestações, o valor continuava sendo absurdamente alto. Anne preferia destinar esse dinheiro às necessidades de seus filhos. Os trigêmeos precisavam de leite em pó, medicamentos e recursos, e ela não podia criar seus filhos enquanto estivesse sobrecarregada por dívidas.— Eu não tenho dinheiro. — — Então me pague de outra maneira. — Ela o fitou com um olhar confuso. — Quer que eu pague como? — — Como você acha? — Anne franziu os lábios com a intenção escondida dentro de seus olhos.
— Vá comer. — Anthony a soltou e se virou para ir ao banheiro.Anne ficou atordoada, perguntando-se sobre a aceitabilidade repentina do homem. A aura que emanava de todo o seu corpo era quase sufocante, o que a fazia pensar que Anthony iria ignorar sua reclamação, então ela ficou um pouco surpresa. No entanto, ela não era nem um pouco grata a ele, porque sabia que, de certo, o atraso era apenas uma tática para retardar a tortura e não significava que ela havia escapado do desastre.O apartamento não era tão grande quanto a Mansão Real, assim como a mesa de jantar de Anne não era nem um terço da mesa do lugar. A comida, é óbvio, também não serviria para comparação. Aos olhos de Anthony, uma refeição ali poderia ser tão proveitosa quanto a comida de um botequim suburbano. No entanto, o homem insistiu em comer por lá. O que estaria em sua mente, afinal?Anne viu que ele terminava de comer um dos pratos e afastou o pensamento.— Você quer repetir esse? — Perguntou a moça.Anthony a en
Anne decidiu não fazer a ligação. Ela preferia deixar o assunto quieto, na esperança de que Anthony simplesmente esquecesse da possibilidade. Embora pensasse dessa forma, a mulher fez uma quantidade a mais, enquanto preparava o jantar. Era melhor que ele não aparecesse, mas se fosse o caso, pelo menos não a incomodaria com reclamações.Para evitar problemas com aquele homem, ela tinha que pensar em tudo antes de tomar qualquer decisão. A verdade é que Anne vivia com muito medo do comportamento abusivo de Anthony, mas não tinha o que fazer. Depois de voltar ao trabalho, por mais que os colegas fingissem que não ligavam, todos tinham olhares de curiosidade direcionados para a funcionária. De certo, deviam estar se perguntando como que ela ainda poderia ir trabalhar depois de ter provocado a ira do homem, famoso por ser irredutível. Era como se nada tivesse acontecido.Ninguém pensaria que ela e Anthony teriam algum tipo de relacionamento íntimo, mas a cena que testemunharam foi de pura
— Um pouco. — Respondeu Anne, esticando o braço para ligar o resistor e aquecer a água do chuveiro.Ela ouviu Anthony reclamar, sem explicar o que o incomodava. Sua voz era profunda e rouca, tão atraente quanto a moça se lembrava. O homem a deixou embaixo da água quente e se virou para tirar a própria roupa. Enquanto isso, Anne erguia a cabeça e fechava os olhos, deixando a água quente molhar o seu rosto.Virando-se para o homem, a mulher encostou suas costas contra a parede de azulejos. Devagar, a moça abriu os olhos e encontrou o cenho predatório de Anthony, que a encarava com intensidade, fazendo seu corpo e coração tremerem. Para completar a cena, Anne acabara de acordar, então, para aquele homem dominador, a mulher parecia inocente e indefesa, como interessava à sua luxúria. Os olhos escuros do magnata se fecharam por um segundo, ao mesmo tempo em que ele dava uma inspirada profunda. Em resposta, parecia que sua aura perigosa se intensificava.— Não vejo você tomar qualquer ini
Ele foi embora? Anne saiu do banheiro e foi à sala, passando em seguida para o outro quarto, mas Anthony estava completamente fora de vista. Era evidente que ele havia partido. Porém, um pensamento preocupante surgiu em sua mente: o que fazer com as roupas dele? Anne sentia-se relutante em lidar com elas de forma descuidada, pois temia algum incidente que pudesse resultar em uma exigência de indenização.Anne encontrou o celular na sala e decidiu ligar para Anthony, mas assim que fez isso, uma expressão sombria tomou conta de seu rosto. Para sua surpresa e frustração, aquele indivíduo desgraçado não atendeu ao telefone. Afinal, ele não havia acabado de sair? O telefone certamente deveria estar ao seu alcance.Após tentar ligar três vezes consecutivas sem receber resposta, Anne ficou absolutamente convencida de que Anthony estava ignorando suas chamadas de propósito. Sentindo-se frustrada, ela deixou o telefone de lado e decidiu enfrentar a questão das roupas no banheiro. A mulher sab
Depois de desligar o telefone, Nigel tinha uma expressão séria. — O que você quer dizer? Isso não deveria ter acontecido! Ele voltou atrás em suas palavras, e eu quero que ele me dê uma explicação! — Bianca discordou ainda mais. — É óbvio que Anne foi quem seduziu Anthony. É culpa dela! — — De quem é a culpa, descobriremos mais tarde. — Disse Nigel.— Então você fica aqui, e eu vou embora. — Bianca se virou e estava prestes a sair.Nigel puxou seu braço. — Fique aqui. — — Pai! — Bianca não desejava confrontar Anthony. Afinal, ela ainda temia sua presença. Anthony era um homem poderoso e imprevisível, e Bianca sentia-se impotente diante dele, porque sabia que não podia controlá-lo.— Vocês duas são minhas prioridades, e eu valorizo ambas igualmente. Se desejam resolver essa situação, vamos discutir sobre isso em detalhes — disse Nigel, olhando para Anne, que permanecia em silêncio. Em seguida, ele acrescentou: — Anne, por favor, vá trocar de roupa. — Anne abaixou a ca