Os dois voltaram para a cama e, depois de momentos conturbados, Anthony soltou Anne, que ofegou inexpressivamente, sentindo como se todo o ar em seus pulmões tivesse sido espremido.'Esse cara é uma besta insaciável!' ela pensou, antes de perguntar:― Posso... posso me levantar agora? ―― Não há pressa. ― Ele a encarou como um animal faminto.― Você está tentando me matar? ― Incapaz de aguentar mais, ela questionou com raiva o quão ilimitada era a luxúria de Anthony.Anthony se virou para encarar Anne, enquanto disse, com um sorriso sarcástico:― Relaxa. Vou deixar você viver. ―No silêncio que se seguiu, puderam ouvir, do lado de fora do quarto que o telefone fixo tocava, por isso, o magnata saiu da cama para atender.Anne também se apressou para fora da cama, sabendo muito bem que era muito perigoso para ela ficar e que precisava ir embora. Mesmo com pressa, a curiosidade a atingiu em cheio. Na visita anterior, notara que havia um telefone fixo na casa, mas pensou que fosse a
Quando puxou a porta, Anne descobriu que ela estava trancada por fora. Incapaz de sair, a jovem andava de um lado para o outro, dentro do apartamento. Quando Anthony a deixou ali, ordenou que ficasse aguardando seu retorno.Anne não conseguia entender por que ele iria mantê-la ali. Naturalmente, começou a achar que era apenas uma mudança de cenário, pois, já que agora Anthony estava noivo de Bianca, seria impróprio manter outra mulher na Mansão Real. Para ela, Anthony tinha que ser um louco ou um demônio para insistir em controlá-la, apesar de estar noivo.Ela se sentou no sofá e choramingou enquanto contraía os músculos doloridos, então caiu de lado e se deitou no sofá, sem ousar se mexer, pois não se sentia confortável no apartamento de Julie. Ela não sabia dizer exatamente como se sentia quando olhava para a pintura da mulher.A mãe de Anthony devia ter ficado ressentida com Sarah, mas do ponto de vista de Anne, ela sentia que o único culpado era Ron. Afinal, Sarah não poderia im
O som da voz de Bianca lembrou como era imoral se esgueirar atrás do noivo de outra pessoa e, mesmo que fosse forçada a fazer aquilo, odiava a sensação e lutava para lidar com isso.Anne não conseguia imaginar o que Nigel pensaria dela se Bianca lhe contasse que estava envolvida com Anthony, especialmente por saber que, mesmo que estivesse drogada, foi ela quem tomou a iniciativa, na noite anterior.O que a fazia sentir mais raiva, era que Anne sabia que aquela era a intenção de Anthony, pois o magnata tinha outras opções, afinal, poderia simplesmente a ter ignorado no cassino ou levado para um hospital. Mas, ao invés disso, a levara para aquele apartamento, para vê-la implorar por seu toque, mesmo que Anne não estivesse em um estado de compreender suas próprias ações.A jovem suspirou enquanto tirava a comida da geladeira e começava a cozinhar. Não havia comido direito no dia anterior e estava morrendo de fome, então teria que preparar algo, pois não tinha certeza se Anthony aparec
Se Anthony não iria almoçar com ela, Bianca não via sentido em sair para almoçar sozinha, ela nunca comia muito e simplesmente usava o convite como uma desculpa para passar mais tempo com Anthony. Como ficara com o tempo livre, usaria para algo que precisava descobrir, então ligou para Michelle.― Como está Anne agora? ―― Ela escapou. ―― O quê? ― Bianca empalideceu. ― O que aconteceu? ―― Aqueles homens que contratei deveriam ter agarrado Anne, mas alguém veio em seu socorro, no último minuto. ―― Quem? ― Bianca sentou-se ereta.― Anthony. ―― O quê?! ― Bianca apertou o volante. ― E? Ele levou Anne com ele? ―― Sim. Eu fui investigar o que tinha acontecido, mas o que os rapazes me contaram foi que tudo acontecia de maneira até melhor que no plano, porque Anne foi levada e deixada sozinha na piscina, então, quando eles se preparavam para agir, Anne foi resgatada. ―― Isso não é possível! Por que eles estão dizendo que Anthony a levou embora? Como você pode dizer isso? Você vi
Anne engoliu em seco e se afastou do punho e da sombra de Anthony que pairava sobre ela, antes de sair correndo do apartamento. Quase caiu no chão, quando entrou no elevador e a adrenalina que corria por suas veias abaixou. Ela sentiu que tinha escapado do inferno por pouco, mas, ao mesmo tempo, ficou impressionada consigo mesma por ousar dizer coisas tão duras para o demônio.Anne se considerava sortuda por ter conseguido sair viva, se ela não provocasse Anthony e permanecesse naquele apartamento, não queria nem imaginar o que aconteceria quando Nigel descobrisse.Ainda na casa de Julie, Anthony foi até o banheiro e olhou para o ferimento e o sangue em seu punho, antes de limpar o ferimento e pegar uma toalha para enxugar, com uma expressão sombria. Ele fervia de raiva enquanto pensava que deveria ter torturado Anne até a morte, na noite anterior. Ele tinha sido muito misericordioso.De volta ao Grupo Arquiduque, Oliver sabia que Anthony precisava ver certos documentos, então bateu
Damian não seria tolo o suficiente para fazer algo, sabendo que entraria na mira de seu sobrinho maníaco. Então, se perguntou se Anthony havia descoberto alguma coisa mas, depois do que aconteceu ao meio-dia, não teve coragem de tentar falar com o magnata. Ela sempre foi cautelosa com Anthony.Até a noite anterior, Anthony tinha cumprido com sua palavra de não abusar mais dela, pelo bem de Nigel, mas foi ela quem o procurou e permitiu que Anthony a tocasse, então poderia acontecer novamente e não haveria fim para isso. Anne suspirou com resignação e verificou as chamadas perdidas em seu telefone, para descobrir que Nigel havia ligado duas vezes, por volta do meio-dia.A jovem saiu do Grupo Marwood e ligou de volta, enquanto caminhava em direção à estação de metrô:― Boa tarde, Pai. Tudo bem por aí? ―― Tudo sim... Você foi trabalhar hoje? ― Nigel perguntou.Ela inconscientemente queria esconder seu rastro, mas o fato de não ter ido trabalhar não era exatamente um segredo, então el
A expressão de Nigel ficou severa, pegando as duas mulheres de surpresa:― Eu sou o pai de Anne. Você está tentando me insultar? ―Dorothy riu.― Nigel, você se tornou extremamente sensível, desde que chegou a Luton. Você só recentemente soube que Anne é sua filha, por que está levando isso para o lado pessoal? ―― Não faça acusações quando não tem nenhuma prova para apresentar. Vou voltar para o escritório. ― Nigel voltou correndo para casa para almoçar depois de saber sobre a birra de Bianca, mas só serviu para que tivesse que ir trabalhar enfurecido.Depois que saiu, Bianca e Dorothy permaneceram sentadas no sofá. A mãe notou a fúria no rosto da filha e a consolou:― Seu pai se preocupa com você. Ele não teria voltado correndo para casa depois de saber que você estava chateada, se não se importasse. ―― Eu sei que ele se importa, mas não quero que ele seja justo. Eu quero que ele esteja do meu lado, não importa o que aconteça ― Bianca estava dominada pela raiva e ciúmes.― C
Anne sabia que estava impotente diante de Tommy, mas tentou recuperar a compostura:― Não me venha com isso, você também! Você e seu pai estão loucos? Algo aconteceu ontem à noite e eu tive que sair! Não foi intencional! ―― Você foi drogada, não é? ― Tommy disse.― Então, você sabe. ― Ela falou, sarcástica ― Mas, você não sabe quem me drogou... ―― Deve ser alguém que você conhece. ― Ele olhou para ela.Anne tinha uma ideia geral de quem poderia tê-la drogado, mas teria que se concentrar em lidar com Tommy, antes.― Você pode me deixar em paz? O que mais você quer de mim? ―― O que eu quero? ― Os lábios do rapaz se curvaram em um sorriso calculista. ― Você descobrirá logo, logo. ― Sem dizer mais nada, Tommy se levantou e saiu, deixando Anne sozinha na sala de seu apartamento. Cansada, a jovem deixou o corpo cair pesado, no sofá, mas, no segundo seguinte, se lembrou que Tommy tinha levado a cópia de chave e saiu correndo atrás dele. Mas, o rapaz já tinha ido embora. Sem forças