O diretor financeiro encarou Anne, por alguns segundos, antes de responder, incisivo:― Se você quer tomar o meu lugar, você precisa manter o bom trabalho! ― A jovem queria dar alguma resposta espirituosa, mas o desespero de sua descoberta recente, simplesmente a impedia de pensar em qualquer coisa e Anne permaneceu parada, encarando Xander, com o rosto pálido e os olhos abatidos. ― Você está se sentindo mal? Vejo que seu rosto tem estado bastante pálido ultimamente. Você está doente? Quer pedir licença? ― ― Uma licença remunerada? ― ― Sim. ― ― Eu vou querer sim. Vou precisar de três dias para me recuperar. ― Anne terminou de falar e, sem dar a Xander a chance de responder, concluiu: ― Vou refazer essa análise de dados e tirar essa licença, a partir de hoje à tarde. ― Então saiu e voltou para sua estação de trabalho. Anne se sentou na frente do computador, enquanto pensava se três dias seriam suficientes para um aborto e um pouco de descanso. Ela nunca tinha real
Ainda se sentindo perturbada, Anne saiu do consultório e, antes mesmo que a porta se fechasse, Bianca entrou no consultório do médico, com um sorriso simpático no rosto, dizendo:― Sinto muito, doutor, agora há pouco, minha amiga disse que estava confusa e queria que eu esclarecesse umas dúvidas para ela. ― ― Quem? ― ― Anne Vallois, ela acabou de sair. ― O médico olhou para Bianca, por cima dos óculos, e disse:― Ah sim!. Diga a ela para vir com o estômago vazio para fazer o aborto. Ela não deve comer mais nada depois das oito horas desta noite. Mas, pode beber um pouco de água, amanhã de manhã. ― A expressão de Bianca se transformou em pedra. ‘Ela vai fazer um aborto? Então, Anne está grávida?' Bianca pensou, sentindo o sangue ferver, afinal, era óbvio de quem era o filho que ela carregava. Bianca esboçou um sorriso, com dificuldade, mas tentando manter a simpatia:― Nossa! Mas por que ela quer fazer o aborto? Ela não pode ficar com o bebê? ― ― Não é iss
―Espero poder tocar piano para você todos os dias, de agora em diante ― Bianca disse, com suavidade. ― Você não quer mais se apresentar para o público? ― Os olhos escuros de Anthony se estreitaram ligeiramente. ― Isso não é da sua conta. ― Bianca apoiou o queixo nos ombros largos dele e sorriu. A mão de Anthony roçou seu rosto.― Faça o que quiser. Mas, me diga se precisar de alguma coisa. ― Bianca tinha um sorriso feliz no rosto. Afinal, Anthony ainda se preocupava com o bem-estar dela. O homem deixava claro que, se ela quisesse qualquer coisa, daria a ela, diferentemente de como o magnata agia com Anne, a quem tratava como uma boneca barata, a quem usava sempre que precisava e depois descartava em um canto, como lixo. Não havia competição.No dia seguinte ao procedimento, as crianças foram para a escola e Anne descansou em seu quarto. A recuperação parecia fantástica. Sentiu uma dor incômoda no ventre, nas horas que se seguiram ao procedimento, mas, depois de uma noite
Anthony olhou para as três crianças com olhos negros penetrantes e perguntou:― Por que vocês estão aqui? ― A babá que seguia logo atrás, alcançou o grupo e começou a explicar:― Nós... ― ― Eu não disse que você podia falar. ― A aura calma e poderosa de Anthony silenciou a babá. Anthony era assustador. As três crianças ficaram de frente uma para a outra, com as cabeças erguidas, como três pinguins gordinhos. ― Nós moramos aqui. ― Charlie apontou para cima, com o dedo. ― No sexto andar ― Chloe respondeu. ― Você veio nos visitar? ― Chris perguntou. Anthony não tinha paciência para crianças e começava a ficar desgastado com a coincidência de encontrar os mesmos trigêmeos, em vários lugares diferentes.― Eu acho que vocês não moram aqui. ― Anthony disse, calmamente. Os três pequenos olharam inocentemente para Anthony, mas estavam pensando no que dizer. A babá tentou ajudar.― A família deles teve alguns problemas, então eles se mudaram para cá, recen
― Esta pessoa está procurando por você! ― Soou uma voz infantil, muito familiar. Assim que Anne abaixou a cabeça, ela notou Chloe segurando a perna de Anthony e Charlie e Chris parados ali. A jovem ficou tão assustada que abriu a boca, mas nada saiu. Subconscientemente olhando para Anthony, ela ficou pasma. Seu coração parecia estar funcionando mal. E, mesmo quando as três crianças fugiram, continuando a subir as escadas, estimuladas pela babá, ela ainda não conseguia recuperar a compostura. ― Você... ― A garganta de Anne estava seca, e ela estava nervosa. Anthony não falou e foi direto para a sala enquanto Anne era forçada a recuar e ceder caminho para que o homem passasse. Ela não entendeu o motivo de Anthony ter aparecido em sua casa novamente e muito menos o motivo de ter acompanhado as crianças até ali.‘Agora ele sabe que as crianças moram aqui! Quanto mais vezes ele vier, mais oportunidades de encontrar as crianças ele terá. Isso é muito assustador’ Anne pens
― Não. Não quero que leve até lá. Traga aqui. Vou passar o endereço. Anote... ― Anne franziu a testa ligeiramente enquanto ouvia Anthony dar o endereço do apartamento dela para a pessoa no telefone. ‘O que é que está acontecendo’ Anne pensou, desesperada. Mas, quando o magnata desligou o telefone e se acomodou no sofá, como se nada tivesse acontecido, a jovem não teve coragem de perguntar e só entendeu quando o entregador do restaurante trouxe o jantar e, como se já estivesse habituado a servir Anthony, distribuiu a refeição sobre a mesa, de maneira ordenada. ‘Então, o telefonema misterioso era isso? Anthony queria comer aqui.’ A jovem ainda estava atordoada, enquanto Anthony se sentava para comer, em uma mesa pequena demais para a variedade de alimentos ali distribuída.. ― Você está esperando por um convite? ― Anthony ergueu ligeiramente os olhos escuros, falando em um tom muito ameaçador. Anne moveu os pés, caminhou até a mesa e sentou-se. Vendo que Anthony já t
Em cada segundo que Anne pensou que poderia ser diferente, que Anthony toleraria a existência de crianças, estava delirando. O homem tinha sido muito claro sobre a natureza de seu relacionamento com ela. Lembrando disso, a jovem suspirou e verificou a localização do magnata em seu celular, depois que deixou seu apartamento, o homem, ao invés de ir para a casa, ou para algum compromisso de lazer, como uma pessoa saudável, tinha voltado para a sede de sua empresa, no edifício do Grupo Arquiduque. Sabendo que o homem não sairia dali tão cedo, Anne subiu com confiança e ousadia para visitar seus filhos. Ela odiava quando tinha que estar constantemente vigilante. Assim que chegaram à porta, as três cabecinhas espreitaram.― Mamãe, você não veio com aquele homem? ― ― Ele foi embora? ― ― Ele virá nos visitar, outro dia? ― Anne não podia controlar o paradeiro de Anthony a qualquer momento, em qualquer lugar, mas podia dizer às crianças para tomarem precauções, por isso,
Anne não só ficou atordoada, como também muito surpresa. Afinal, ela tinha percebido que o jantar tinha sido uma desculpa para aquele momento. Joanne estava ali apenas para dizer aquilo. Mas, qual era o objetivo? ― Lucas pediu para você me dizer isso? ― Perguntou Anne. ― Por que ele precisaria enviar alguém? ― A expressão da senhora Newman era estranha. A mulher abriu a boca, querendo dizer mais alguma coisa, mas acabou não falando nada. Anne se sentiu desconfortável e não conseguiu elaborar uma resposta, então a mulher concluiu: ― Você pode conversar diretamente com Lucas, quando tiver tempo. ―A senhora Newman entrou no carro depois de terminar de falar. ― Volte com cuidado. ― Anne se despediu, ainda tentando recuperar a compostura e ficou observando enquanto o carro partia, sem saber o que pensar.‘Sobre o que eu devo conversar com Lucas?’ A jovem se perguntou. Ela estava curiosa sobre como Lucas tinha persuadido seus pais a aceitá-la. Seus pais não foram tão am