Em cada segundo que Anne pensou que poderia ser diferente, que Anthony toleraria a existência de crianças, estava delirando. O homem tinha sido muito claro sobre a natureza de seu relacionamento com ela. Lembrando disso, a jovem suspirou e verificou a localização do magnata em seu celular, depois que deixou seu apartamento, o homem, ao invés de ir para a casa, ou para algum compromisso de lazer, como uma pessoa saudável, tinha voltado para a sede de sua empresa, no edifício do Grupo Arquiduque. Sabendo que o homem não sairia dali tão cedo, Anne subiu com confiança e ousadia para visitar seus filhos. Ela odiava quando tinha que estar constantemente vigilante. Assim que chegaram à porta, as três cabecinhas espreitaram.― Mamãe, você não veio com aquele homem? ― ― Ele foi embora? ― ― Ele virá nos visitar, outro dia? ― Anne não podia controlar o paradeiro de Anthony a qualquer momento, em qualquer lugar, mas podia dizer às crianças para tomarem precauções, por isso,
Anne não só ficou atordoada, como também muito surpresa. Afinal, ela tinha percebido que o jantar tinha sido uma desculpa para aquele momento. Joanne estava ali apenas para dizer aquilo. Mas, qual era o objetivo? ― Lucas pediu para você me dizer isso? ― Perguntou Anne. ― Por que ele precisaria enviar alguém? ― A expressão da senhora Newman era estranha. A mulher abriu a boca, querendo dizer mais alguma coisa, mas acabou não falando nada. Anne se sentiu desconfortável e não conseguiu elaborar uma resposta, então a mulher concluiu: ― Você pode conversar diretamente com Lucas, quando tiver tempo. ―A senhora Newman entrou no carro depois de terminar de falar. ― Volte com cuidado. ― Anne se despediu, ainda tentando recuperar a compostura e ficou observando enquanto o carro partia, sem saber o que pensar.‘Sobre o que eu devo conversar com Lucas?’ A jovem se perguntou. Ela estava curiosa sobre como Lucas tinha persuadido seus pais a aceitá-la. Seus pais não foram tão am
Joanne ficou de boca aberta com a revelação. Não era à toa que Joanne tinha ido pessoalmente perguntar se Anne gostava de Lucas. Ela provavelmente era contra o filho gostar de homens e aproveitou a chance para transformá-lo em heterossexual. Isso significava que Joanne a aceitaria mesmo se soubesse que a jovem já tinha filhos. Ela provavelmente preferiria uma nora com três filhos do que um genro, mesmo que fosse o melhor partido de Luton. Lucas nunca tinha namorado uma garota, muito menos ido em um encontro às cegas e, considerando como o homem era bonito e atraente, Anne sempre se perguntou se havia algo errado com seu caráter. Entretanto, não havia nada de errado com sua personalidade. Grande jogada de Lucas. ― Você sabe, o senhor e a senhora Newman me encontraram e me pediram para renunciar. Embora tenham tentado me comprar, me oferecendo uma quantia absurda de dinheiro, eu recusei. Contei ao diretor sobre isso e eles ficaram ainda mais furiosos, pensando que eu era
Anne congelou, sem saber como reagir a atitude súbita de Lucas. Então, o rapaz soltou a cabeça dela, e o calor do beijo em sua testa desapareceu. ― O que você... ― O beijo repentino a assustou. ― Não pude evitar. ― Lucas olhou para ela, com olhos calorosos. Sem saber como reagir, Anne decidiu apenas se despedir.― Então eu vou subir. Obrigada por tudo. ― ― Imagina. ― Anne se virou e entrou no prédio, então deu alguns passos, virou-se, olhou para o homem parado sob o poste de luz e perguntou:― Como você pretende lidar com Tommy? ― ― Não se preocupe comigo. Eu posso lidar com isso. ― Lucas a confortou. Anne estava preocupada que Lucas pudesse causar problemas para si mesmo e ela já devia muito a ele. Por isso, não queria que ele se metesse em mais problemas. Especialmente porque ele também era o diretor da Apogeu e acabaria no noticiário se errasse. Entretanto, Lucas era maduro e estável, então Anne não deveria se preocupar. No dia seguinte, à tarde,
― Me solta! ― Anne sacudiu a mão de Michelle. Mas, sem se abalar, a modelo simplesmente ficou na frente dela.― Anne, eu sou capaz de te reconhecer mesmo se você virar cinzas! Certamente foi você que eu vi naquele dia! ― Anne ficou com raiva e havia cada vez mais pessoas observando cena, o que era muito embaraçoso. Então, na frente do edifício, um Rolls Royce preto estacionou e um casal desceu, subindo rapidamente as escadas para o saguão. Anthony e Bianca estavam ali. Sentindo o silêncio incomum no corredor, Anne se virou e quando viu Anthony saindo do carro, seu rosto empalideceu e ela se virou para sair. No entanto, Michelle viu através de seus pensamentos e agarrou seu braço.― Já que você disse que eu te confundi com outra pessoa, por que você está fugindo? Por que você simplesmente não esclarece tudo para nós, agora mesmo? ― Anthony e Bianca já haviam entrado no salão, fazendo com que todos os curiosos se sentissem apreensivos. Bianca percebeu a atmosfer
Anne queria fugir. E se ela não tivesse medo das consequências, teria fugido para longe. ― Se ela não estivesse grávida do filho de outra pessoa, por que teria tanta pressa em abortar a criança? Ela descobriu que estava grávida e abortou a criança no dia seguinte. Quão rápido é isso? ― Michelle suspirou. Anne ouviu que algo estava errado.― De quem eu poderia ter ficado grávida? Não diga bobagens! ― ― Temos evidências sólidas e você não pode negar! ― Disse Michelle. Anne correu e pegou o telefone da mão de Michelle. Mas, quando viu a foto, o sangue em seu corpo ferveu e seu rosto perdeu a cor. Lucas tinha beijado sua testa na noite anterior e ela foi fotografada e usada por Michelle como ‘prova’. As mãos de Anne tremiam e ela fazia o possível para se defender.― Eu estava grávida, então decidi fazer o aborto, assim que descobri, mas a criança era sua... ― Ela olhou para Anthony, esperando que ela confiasse nela. ― Você provavelmente fez um aborto muito rap
O telefone chamou, mas ninguém atendeu. De certa forma, Anne esperava que Anthony a colocasse na geladeira e a ignorasse completamente, como uma forma de tortura. O pior é que, mesmo sabendo, funcionava e ela sofria mais, a cada segundo.Obviamente, Anthony a odiaria mais se ela fugisse do problema e não tentasse falar com ela, então só esperava que Anthony pudesse ser tolerante com ela, enquanto insistia, ligando mais três vezes, em seguida. O magnata não atendeu.Anne não conseguia entender seus pensamentos profundos. Ela apenas se sentia terrível. Depois do turno de trabalho mais difícil de sua vida, logo após caminhar até o elevador, Xander se aproximou e perguntou a ela:― Você já está indo embora? ― ― Sim. ― Disse Anne. ― Você não parece muito bem. ― Anne pensou consigo mesma: ‘Muitos dos que disseram que eu não pareço estar bem, ou sabem da fofoca ou eu devo estar um trapo, mesmo.’ ― Obrigada por sua preocupação, mas estou bem. ― Respondeu atordoada.
Depois que Anthony a jogou em seu escritório, ele não fez nada imediatamente, deixando a jovem se arrastar pelo chão da sala, em pânico, enquanto ia calmamente até a adega, abria uma garrafa de vinho e servia uma taça. O líquido rubro tinha a cor de sangue, o que fez Anne tremer. Finalmente conseguindo ficar de pé, a jovem se apoiava contra a borda da mesa, tremendo e se sentindo extremamente vulnerável. Como Anthony ainda não havia atacado, a jovem ponderou se poderia falar por si mesma e, criando coragem, disse: ― Você não acha que a criança era mesmo do Lucas, acha? ― Anne tentou manter a voz o mais firme possível. ― Eu... eu juro pela minha mãe, se você não acredita em mim, não há mais nada que eu possa fazer... ― Anthony se virou e se sentou no banco alto do bar, ao lado da adega. Suas longas pernas eram muito opressivas, como um predador calmo, e seus olhos negros eram frios e aterrorizantes.― Você não tomou seus comprimidos? ― ― Essa é a parte estranha. Tom