Anne ficou completamente impressionada. Afinal, a mensagem não tinha sido enviada por ela. Entretanto, era inquestionável e o número do celular que tinha enviado era indiscutivelmente o dela. Então, se lembrou de que, quando saiu do banho e voltou para o quarto, Chloe estava brincando com o celular. Tinha sido tudo um grande azar. Mesmo se Anthony soubesse da existência da criança, seria muito difícil que ele aceitasse que uma criança de dois anos, ainda analfabeta, teria apertado teclas e o corretor automático tinha montado a mensagem. Nenhuma explicação funcionaria.― Se você não pretendia enviar essa mensagem para mim, enviou para a pessoa errada. Para quem você iria mandar? ― ― Não. Não foi um erro. ― Anne se sentiu extremamente desconfortável, mas tinha que admitir aquilo. ― Foi isso que pensei. ― Anthony se aproximou e empurrou Anne contra a parede. Então, o rosto da jovem ficou vermelho e ela afastou Anthony, delicadamente, enquanto dizia:― Espera, eu preciso te f
Kathryn não disse nada. Como médica, ela naturalmente conhecia os efeitos colaterais das pílulas. Como, após o fim dos exames, nenhum problema mais sério foi encontrado, a médica foi embora. Anne queria acompanhá-la até a porta, mas foi rejeitada. Ouvindo a porta se fechar, Anne deitou-se novamente, olhando para o teto atordoada. Ela certamente não estava grávida. ‘Estou?’ Ela sentiu um calafrio nas costas. Anne apressadamente virou o rosto e viu a figura alta de Anthony ao lado de sua cama, olhando-a condescendentemente. Anne sentou-se e olhou para ele, defensivamente.― Você não precisava ligar para a doutora Brown... eu estou bem ― Anne não ficou grata. Afinal, tinha sido ele quem a feriu. A expressão indiferente de Anthony tornava difícil ver o que ele pensava. Mas, ele se aproximou com sua aura sinistra e segurou o queixo de Anne, a encarando com seus perigosos olhos de falcão, enquanto dizia: ― Não se machuque. Caso contrário, como vou usá-la da próxima vez? Hein?
Ouvindo as justificativas inocentes, Anne não teve coragem de culpá-los, mas, mesmo assim, precisava pensar uma maneira de evitar que qualquer coisa como aquela acontecesse novamente. Por isso, falou, com a voz séria:― Dessa vez, tudo bem. Mas, não façam isso de novo, tá? Enviar mensagem de texto pode causar um mal-entendido e é muito problemático para mim... ― ― Mamãe, que mal-entendido? ― Os olhos grandes de Chloe brilharam. 'Você tem a coragem de perguntar? Se eu não tivesse fingido estar doente, seria incapaz de andar agora!’ Anne pensou. Mas, claro que não poderia responder isso, por isso, preferiu dizer: ― Os bandidos virão atrás de você. Em suma, não faça mais isso, você me ouviu? Charlie e Chris, vocês têm que tomar cuidado e não dar ideias ruins para a irmã de vocês. ― ― Tudo bem, mamãe! ― Charlie e Chris disseram, em uníssono. A jovem ponderou se aquilo seria o suficiente e chegou à conclusão de que sim. Então, começaram a tomar café da manhã. Mas, assim que
O diretor financeiro encarou Anne, por alguns segundos, antes de responder, incisivo:― Se você quer tomar o meu lugar, você precisa manter o bom trabalho! ― A jovem queria dar alguma resposta espirituosa, mas o desespero de sua descoberta recente, simplesmente a impedia de pensar em qualquer coisa e Anne permaneceu parada, encarando Xander, com o rosto pálido e os olhos abatidos. ― Você está se sentindo mal? Vejo que seu rosto tem estado bastante pálido ultimamente. Você está doente? Quer pedir licença? ― ― Uma licença remunerada? ― ― Sim. ― ― Eu vou querer sim. Vou precisar de três dias para me recuperar. ― Anne terminou de falar e, sem dar a Xander a chance de responder, concluiu: ― Vou refazer essa análise de dados e tirar essa licença, a partir de hoje à tarde. ― Então saiu e voltou para sua estação de trabalho. Anne se sentou na frente do computador, enquanto pensava se três dias seriam suficientes para um aborto e um pouco de descanso. Ela nunca tinha real
Ainda se sentindo perturbada, Anne saiu do consultório e, antes mesmo que a porta se fechasse, Bianca entrou no consultório do médico, com um sorriso simpático no rosto, dizendo:― Sinto muito, doutor, agora há pouco, minha amiga disse que estava confusa e queria que eu esclarecesse umas dúvidas para ela. ― ― Quem? ― ― Anne Vallois, ela acabou de sair. ― O médico olhou para Bianca, por cima dos óculos, e disse:― Ah sim!. Diga a ela para vir com o estômago vazio para fazer o aborto. Ela não deve comer mais nada depois das oito horas desta noite. Mas, pode beber um pouco de água, amanhã de manhã. ― A expressão de Bianca se transformou em pedra. ‘Ela vai fazer um aborto? Então, Anne está grávida?' Bianca pensou, sentindo o sangue ferver, afinal, era óbvio de quem era o filho que ela carregava. Bianca esboçou um sorriso, com dificuldade, mas tentando manter a simpatia:― Nossa! Mas por que ela quer fazer o aborto? Ela não pode ficar com o bebê? ― ― Não é iss
―Espero poder tocar piano para você todos os dias, de agora em diante ― Bianca disse, com suavidade. ― Você não quer mais se apresentar para o público? ― Os olhos escuros de Anthony se estreitaram ligeiramente. ― Isso não é da sua conta. ― Bianca apoiou o queixo nos ombros largos dele e sorriu. A mão de Anthony roçou seu rosto.― Faça o que quiser. Mas, me diga se precisar de alguma coisa. ― Bianca tinha um sorriso feliz no rosto. Afinal, Anthony ainda se preocupava com o bem-estar dela. O homem deixava claro que, se ela quisesse qualquer coisa, daria a ela, diferentemente de como o magnata agia com Anne, a quem tratava como uma boneca barata, a quem usava sempre que precisava e depois descartava em um canto, como lixo. Não havia competição.No dia seguinte ao procedimento, as crianças foram para a escola e Anne descansou em seu quarto. A recuperação parecia fantástica. Sentiu uma dor incômoda no ventre, nas horas que se seguiram ao procedimento, mas, depois de uma noite
Anthony olhou para as três crianças com olhos negros penetrantes e perguntou:― Por que vocês estão aqui? ― A babá que seguia logo atrás, alcançou o grupo e começou a explicar:― Nós... ― ― Eu não disse que você podia falar. ― A aura calma e poderosa de Anthony silenciou a babá. Anthony era assustador. As três crianças ficaram de frente uma para a outra, com as cabeças erguidas, como três pinguins gordinhos. ― Nós moramos aqui. ― Charlie apontou para cima, com o dedo. ― No sexto andar ― Chloe respondeu. ― Você veio nos visitar? ― Chris perguntou. Anthony não tinha paciência para crianças e começava a ficar desgastado com a coincidência de encontrar os mesmos trigêmeos, em vários lugares diferentes.― Eu acho que vocês não moram aqui. ― Anthony disse, calmamente. Os três pequenos olharam inocentemente para Anthony, mas estavam pensando no que dizer. A babá tentou ajudar.― A família deles teve alguns problemas, então eles se mudaram para cá, recen
― Esta pessoa está procurando por você! ― Soou uma voz infantil, muito familiar. Assim que Anne abaixou a cabeça, ela notou Chloe segurando a perna de Anthony e Charlie e Chris parados ali. A jovem ficou tão assustada que abriu a boca, mas nada saiu. Subconscientemente olhando para Anthony, ela ficou pasma. Seu coração parecia estar funcionando mal. E, mesmo quando as três crianças fugiram, continuando a subir as escadas, estimuladas pela babá, ela ainda não conseguia recuperar a compostura. ― Você... ― A garganta de Anne estava seca, e ela estava nervosa. Anthony não falou e foi direto para a sala enquanto Anne era forçada a recuar e ceder caminho para que o homem passasse. Ela não entendeu o motivo de Anthony ter aparecido em sua casa novamente e muito menos o motivo de ter acompanhado as crianças até ali.‘Agora ele sabe que as crianças moram aqui! Quanto mais vezes ele vier, mais oportunidades de encontrar as crianças ele terá. Isso é muito assustador’ Anne pens