― Do que você está falando? ― Anne ficou confusa ― Minha mãe não é Cheyenne? ― ― Mais ou menos, Cheyenne teve um aborto complicado e não podia mais ter filhos. Acontece que sua mãe deu à luz uma criança e então ela acabou criando você. Cheyenne ficou muito feliz com esse arranjo... ― O rosto de Anne ficou pálido. Seus lábios tremiam ligeiramente, quando perguntou: ― E-Então... Quem é minha mãe? ― ― Ora bolas! Sarah! Ela não é sua tia. Ela é sua mãe! ― Disse Gregory. Anne arregalou os olhos em uma expressão de descrença:― N-Não... isso é impossível, você está falando besteira! Como minha tia poderia... ― ― O que você quer dizer com impossível? Ela é sua mãe e eu sou seu pai. Ninguém sabe disso melhor do que eu. Se não fosse pela relutância dela em me dar dinheiro, eu não teria contado a você... ― Gregory parecia ressentido, mas, imediatamente ele sorriu e disse ― Por acaso, você é rica? ― Anne voltou os olhos para olhar para Gregory, ainda em estado de choque
Vários seguranças já tinham entrado no local, então, Anthony caminhou, em linha reta na direção de Kevin.Os capangas queriam detê-lo, mas não eram páreos para os seguranças do magnata, afinal, todos eram ex-militares com experiência em combate. Kevin levantou o punho e estava prestes a socar o rosto bonito e indiferente de Anthony. Mas, o magnata se esquivou e aproveitou o movimento para desferir um potente gancho no queixo do homem.Com um estrondo, Kevin caiu sobre a mesa de bilhar e, lutando para não perder a consciência, virou o rosto para o lado, cuspindo dentes e sangue.Anne tinha conseguido soltar os nós mal feitos que a prendiam e saiu do quarto, olhando, assustada, para as pessoas que gemiam de dor, espalhadas pelo chão. Percebendo que estava em segurança, sua adrenalina baixou e a jovem começou a cair, mas, antes que aterrissasse no chão, algo apertou em torno de sua cintura, e seu corpo foi levantado na altura do peito forte de Anthony. Anne ainda tinha lágrimas
No entanto, Anthony sabia muito bem de tudo o que poderia ter acontecido e não fez mais perguntas. De mau humor e sentindo a cabeça girar, conforme a adrenalina abaixava, Anne encostou a cabeça no peito do magnata.No passado, aquele mesmo homem tinha torturado Anne de todas as maneiras possíveis, apenas porque ela era sobrinha de Sarah. Quando ele descobrisse que, na verdade, ela era filha biológica da mulher. Ele a mataria?Esse pensamento deixou Anne extremamente assustada e, ainda nos braços de seu algoz, a jovem estremeceu. Acreditando que ela sentia frio. Anthony pegou o paletó preto e cobriu os ombros trêmulos expostos.Apesar da demonstração de preocupação, ninguém falou mais nenhuma palavra e, no silêncio da viagem de carro, Anne adormeceu um sonho preocupado e inquieto e, quando acordou, estava na Mansão Real.Confusa, a jovem abriu os olhos e percebeu que estava na cama. Olhando para a cabeceira, percebeu que eram quase dez horas. Ainda sem entender o que acontecia, busc
Ela não deveria confiar em um estranho, logo de cara. Afinal, aquele homem era muito indigno de confiança e parecia ser apenas um viciado em apostas e mau perdedor. O mais simples, seria simplesmente, perguntar para Sarah. ― Tia... ― ― A tia vai cozinhar para você à noite. Tem alguma coisa que queira comer? Comprei comida para você. ― A voz alegre de Sarah veio pelo telefone, e parecia que cozinhar para sua sobrinha era uma coisa deliciosa de se fazer. Anne teria se sentido amada no passado, mas agora... ― Anne? ― ― O quê? ― ― Por que você está tão quieta? ― ― Você já almoçou? ― Anne perguntou: ― Se não almoçou, que tal fazermos isso juntas? ― ― Mas, agora? Está bem. Claro. Vou procurar um restaurante e reservar uma mesa. ― ― Obrigada, tia. ― Poucos minutos depois, Sarah enviou uma mensagem com o endereço do restaurante e, imediatamente, Anne saiu da escolinha, entrando em um táxi. Assim que entrou na sala privativa do restaurante, Sarah já e
O garçom entrou, a viu chorando e ficou sem saber o que fazer. Mas, quando Anne ouviu o barulho da porta se abrindo, levantou a cabeça e enxugou as lágrimas do rosto. Olhando para os pratos nas mãos do garçom, ficou consternada. Ela sabia que os pratos servidos não poderiam ser devolvidos e ela não tinha nem apetite, nem disposição para comer, depois daquela conversa. Tudo o que ela queria era pagar a conta e ir embora. ― Você quer que eu embale para viagem? ― Disse o garçom, estupefato. Mas, Anne se levantou e disse:― Não precisa, você pode comer tudo, se quiser! ― Ainda sob o olhar surpreso do garçom, Anne saiu da sala. Entretanto, quando foi pagar as contas, notou que Sarah já havia pagado. Então, simplesmente, se virou e saiu.Caminhando pela avenida, Anne sentiu-se tonta. O que era real em sua vida? Pois, tudo parecia ser uma imensa trama de mentiras. Depois de pegar um taxi e voltar para casa, Anne caiu na cama, sem forças para mais nada. O telefone tocou em
‘Claro, obviamente ela não vai resistir, não é?’ ― Sim, eu sei. O que mais você quer me dizer? ― Anthony perguntou, passando o dedo pelo lábio da jovem. Anne abaixou a cabeça e mordeu o dedo indicador de Anthony, com força. Ao que Anthony franziu a testa. Mas, em vez de quebrar os dentes dela com um soco, como seu primeiro impulso o obrigava a fazer, ele sorriu e perguntou:― Você gosta de morder, hein? ― Sim, Anne queria morder seus dedos. Ela odiava tudo aquilo e achava injusta sua situação. Por que deveria ser seu destino pagar as dívidas de sua mãe?Para Anthony aquilo fazia sentido e ele aproveitaria aquela noite até as últimas consequências. No dia seguinte, quando Anne acordou, já era de tarde. Seu corpo doía e ela se sentia péssima. Mas, se vestiu e arrastou o corpo fraco escada abaixo até parar no sofá do salão de entrada e olhar em volta. Então se lembrou de um detalhe da noite anterior. Antes de ser abusada por Anthony, quando passavam pela sala, sua bols
― Você contou ao Ron? ― Sarah perguntou ansiosamente, incapaz de se acalmar ― Ron veio me perguntar se eu tive algum filho antes de me casar com ele. Foi porque você disse alguma coisa? Não pode ter sido o Gregory, então deve ter sido você! ― ― Não. Não fui eu. Tchau. ― Anne desligou sem esperar resposta. Ela não queria mais falar com Sarah. Ainda irritada, a jovem colocou o telefone ao lado dela e continuou a comer. Anthony não disse nada. No entanto, Anne soube que o homem já tinha descoberto essa informação, sabe-se lá desde quando. ― Você contou para a família Marwood? ― Perguntou Anne. ― Se eu contei, o que haveria de errado nisso? ― Anthony perguntou. Ele estendeu a mão para segurar o queixo de Anne e o ergueu. ― Eu estive esperando por este dia, por muitos anos. Deixe meu velho ver a verdadeira identidade de Sarah. ― Anne olhou para aqueles olhos negros de águia. Suas pupilas se contraíram e ela tremeu ligeiramente. ― Você me odeia? ― Anthony olhou para
A maneira como Sarah estava lá fora chamando seu nome repetidamente só a fez se sentir mais deprimida e confusa. Talvez, sabendo que Anne não abriria, Sarah finalmente cansou de chamar o nome da filha e saiu. Anne continuou sentada com as costas apoiadas na porta. Seus olhos estavam lacrimejantes. Afinal, estava ciente das consequências irreversíveis no meio dessa confusão, ou seja, assim que se divorciasse, Sarah voltaria a maior parte de sua atenção para Anne. E isso tornaria muito mais difícil de manter os trigêmeos em segredo. Quanto mais ela ponderava sobre isso, mais pânico ela sentia. Então, talvez não fosse o melhor momento para Sarah se divorciar de Ron. Mas, o que Anne deveria fazer? Ela realmente deveria ir até Anthony e implorar, assim como Sarah tinha sugerido que ela fizesse?Mas, conseguir o divórcio de Ron e Sarah era justamente o objetivo de Anthony. Por que ele desistiria disso? Anne apoiou a nuca contra a porta de madeira, seus pensamentos correndo. Não hav