Entretanto, onde estavam as crianças? Ela disse aos trigêmeos que a chave estava embaixo do vaso de flores e, se mamãe não estivesse em casa, elas poderiam abrir a porta sozinhas. Sarah saiu com os pratos:― Por que você está parada aí, atordoada? Vá lavar as mãos. O jantar está pronto. ― Anne não tinha como estar com vontade de comer. Se as crianças não tivessem voltado, o que ela deveria fazer a hora que elas chegassem? Eles iriam se encontrar com Sarah. ― Tia, como você entrou? ― Perguntou Anne. ― Entrei com a chave embaixo do vaso, claro! ― Sarah disse. Anne pensou em telefonar para a escola, querendo evitar que as crianças conhecessem sua tia, no entanto, antes que ela pudesse ligar, a tela mudou. Lucas ligava e ela correu para a sacada, para atender:― Olá? ― ― Você está em casa? ― ― Sim, qual é o problema? ― Perguntou Anne. ― As crianças estão na minha casa. ― Disse Lucas. ― Por que eles estão na sua casa? ― Anne baixou a voz. ― Tem algu
― A propósito, três crianças bateram à sua porta, agora há pouco. ― Disse Sarah. A mão de Anne segurando os utensílios tremeu e sua expressão ficou tensa. ‘Ela abriu? Ela viu seus rostos?’ ― Eram as três crianças de quem sua mãe cuidava. Estranho... por que elas vieram aqui? ― Sarah perguntou. ― Eles devem ter subido para o andar errado, por hábito. ― ― Sim, as crianças disseram que era a porta errada. Não entendo por que os pais das crianças têm dinheiro para contratar uma babá, mas moram em um apartamento tão destruído! Talvez seja porque sua mãe não cobrava muito deles. ― Sarah falou, sem rodeios. Anne ficou em silêncio, pensando em seus filhos. ‘Com certeza, eles pensam rápido. No entanto, como eles entraram em contato com Lucas? Como eles sabiam o número dele?’ De qualquer forma, com crianças tão espertas, ela podia ficar tranquila, sabendo que elas seriam capazes de se defender sozinhas. ― A propósito, você tem que arranjar um tempo para ir a um enco
― A propósito, como os três entraram em contato com você? ― Perguntou Anne. ― Eles pegaram emprestado o telefone de um vizinho. ― Disse Lucas. Anne sorriu impotente, sem saber o que dizer em resposta. Afinal, os três pequenos não apenas se lembraram do número de telefone de Lucas, mas também pegaram emprestado um telefone de um estranho para fazer a ligação e ela nunca tinha ensinado nada disso. A única coisa que os ensinou foi a ligar para o 911 se estivessem em algum tipo de perigo. ― Eles são muito inteligentes e, se você os treinar bem, alcançarão grandes alturas no futuro, mas não se iluda achando que eles sabiam meu número de cabeça. O telefone da Apogeu está estampado no material escolar deles. ― Lucas elogiou às crianças, mas não quis que a mãe pensasse que eram gênios. Anne sentiu-se aliviada e feliz. ― Eu vou dormir agora, boa noite e muito obrigada por tudo. ― Depois de desligar o telefone, Anne deitou na cama, em transe. E depois de pensar em diversa
― E então, eu devo ir ao aniversário, ou não? ― ― Você decide. ― Anne ficou atordoada e Anthony desligou o telefone, antes que ela perguntasse qualquer outra coisa. ‘Isso significa que eu posso ir? Desde quando eu tenho tanta liberdade?’ Anthony colocou o celular de volta na mesa. Seu rosto estava indiferente e seus olhos negros como os de um falcão:― Alguma notícia da delegacia? ― ― Não. ― Disse Oliver. Toda vez que ele dava um telefonema, toda a delegacia entrava em pânico e os investigadores estavam sob enorme pressão para encontrar o assassino. No entanto, não havia pistas úteis. Os olhos negros de Anthony eram escuros como tinta:― A tentativa de assassinato na mansão de Elder e a morte de Cheyenne, se não me engano, foram cometidos pela mesma pessoa. ― Oliver ficou chocado:― Como eles estariam relacionados? Você quer colocar a culpa no Senhor Marwood e piorar o relacionamento entre você e a Senhorita Vallois? Tem certeza que quer fazer isso?
Tommy vestia um terno reto e mantinha uma postura casual e indiferente, enquanto olhava para Anne com uma expressão estranha no rosto. Sem querer estabelecer nenhum tipo de relação com o rapaz, Anne voltou seu olhar para outro lugar. Aquele não era mais o gentil Tommy que ela conhecia e o desconforto de revê-lo foi tão grande que a jovem pensou que provavelmente iria embora, depois de entregar o presente e desejar felicidades para Elder Marwood. Claro que, além do vestido, Sarah também havia preparado o presente para ela, afinal, Anne com a renda oriunda da clínica, não conseguiria comprar um presente valioso que pudesse caber na família Marwood. Ela não foi criada em uma família rica, então não sabia quais presentes eram apropriados e quais não eram. Durante o horário do chá e do café, os convidados riam e conversavam. Apesar de serem próximos, alguns deles quase não se viam por conta da rotina do cotidiano. Até mesmo Sarah conversava alegremente com outros convidados s
Esse sentimento ruim, mas tão comum na vida de Anne, fez a expressão da jovem mudar, se contorcendo em raiva. Quando Tommy levantou os olhos e olhou para ela, esperando submissão, Anne firmou os pés no chão e esticando os dois braços, empurrou Tommy para longe:― Vá embora! ― Tommy cambaleou vários passos para trás e, quando recuperou o equilíbrio, olhando para Anne, encontrou uma máscara de ódio.― Eu não vou deixar Luton. Esta é a minha casa. Por que você quer que eu vá embora? Por favor, fique longe de mim! ― Anne disse e se virou. Mas, estacou, de repente, em pânico como se ela tivesse acabado de descobrir algo. Emergindo da mata da propriedade, como uma besta saindo da floresta escura, cercando a presa, Anthony caminhou na direção da dupla. Anne estremeceu, como se estivesse sido pega fazendo algo errado. Tommy também se surpreendeu, mas rapidamente recuperou a compostura e avançou, parando ao lado de Anne, enquanto dizia:― Primo, pensei que você não viria!
Com os olhos arregalados e a boca aberta, Anne olhou para Anthony e depois para os outros. ‘Por que eles estavam conversando sobre isso? É dever de minha tia e não deles decidir sobre isso.’ A mente de Anne passou por alguns cenários. Elder Marwood olhou para Anthony com olhos nublados, mas astutos, e perguntou a Ron:― O que está acontecendo, aqui? ― ― Eu acho que Anthony gosta muito de Anne. Mas, sem sua permissão, eles não vão ficar juntos. Além disso, Anthony não é mais um rapaz e é hora de ele começar uma família. ― Ron olhou para Anthony, com insegurança nos olhos, mas ainda disse na frente de todos:― Hoje é o aniversário do vovô. Vamos celebrar com uma união! ― ― O que te faz pensar que pode decidir isso por mim? ― Anthony perguntou, com uma expressão calma e indiferente. ― Já que você está aqui, significa que você pertence à família Marwood. Não negue. O sangue da família flui em seu corpo! ― Ron tentou convencer Anthony. Os olhos escuros de Anthony b
Durante alguns segundos, o ancião olhou para os convidados, com a mesma expressão de desgosto, até que todos ficassem em silêncio e limpassem suas gargantas, constrangidos. Então, ele apertou os olhos e disse:― Eu tenho algo a anunciar ― então, seus olhos cruzaram com os de Ron e Damian ― os dez por cento das ações do grupo da família que estão em minhas mãos serão repassados a Anthony. ― Damian e Tommy possuíam a maior parte das ações, entretanto, suas cotas eram iguais e os dois possuíam o mesmo poder. Os dois esperavam que, com as ações de Elder, um deles assumiria o poder de fato. Entretanto, como as ações tinham sido destinadas a Anthony, eles não teriam poder absoluto nem após o falecimento do ancião.Mesmo com a notícia, não houve nenhuma alteração na expressão de Anthony. Em compensação, Ron e sua esposa ficaram muito surpresos. E Tommy estreitou ligeiramente os olhos olhando com atenção para o rosto do primo, mas, incapaz de ver através de seus pensamentos. ― Pai, v