― Mas, me diga uma coisa, como eu poderia ignorar qualquer pedido dos trigêmeos se eu sou o pai deles?! ― O rosto de Anne ficou vermelho e quente de vergonha:― Mas... ― ― Estou brincando. ― Ela pensou: ‘Eu sei que Lucas está apenas brincando, mas ele não tem medo de brincar com uma coisa séria assim? Não seria ruim para sua reputação? Pessoas menos próximas vão acabar achando que ele tem três filhos.’ ― Além disso, ajuda como um álibi para minha questão. Quanto mais pessoas acharem que eu crio três filhos, mais eu fico livre de encontros e arranjos. ― ― Parece que você não gosta de ser popular com as mulheres. ― ― Depende de quem é a mulher em questão... ― Explicou Lucas. Anne se divertiu relembrando o que havia acontecido e disse:― Sou grata a você, por me ajudar a esconder a verdade sobre os trigêmeos e sinto muito pelos problemas que Anthony causou a você por minha causa... ― Anne lamentou ― Mas, é justamente esse tipo de coisa que me faz sentir melhor de e
― Obrigada, mas não, preciso de ajuda. Na verdade, eu estou um pouco apressada, pois ainda tenho que ir trabalhar. ― ― Você está indo para a Clínica de Estética? ― Anne ficou surpresa e pensamentos correram por sua mente, enquanto tentava se lembrar de quem era essa pessoa, até que a memória veio:― Você é... a amiga de Tommy? ― Quando ela foi pela primeira vez à clínica e encontrou Tommy, a mulher que estava ao lado dele era ela. ― Não somos bem grandes amigos. Tínhamos nos encontrado algumas vezes antes e como ouvi dizer que ele conhecia o dono da clínica, pedi que me recomendasse. ― ― Ah sim, entendo... ― Disse Anne. ― Você quer uma carona? Meu carro está estacionado logo ali na frente e, por acaso, estou indo para lá, pra fazer um procedimento. ― ― E-Está tudo bem. Não é muito longe daqui, de qualquer maneira, eu posso caminhar até lá, muito obrigada mesmo assim. ― Anne recusou. Essa pessoa conhecia Tommy e não era bom ficar muito perto dela. ― Você está
Completamente irritada, Anne ergueu o corpo, adquirindo uma postura altiva, saiu do banheiro e, ignorando os olhares surpresos ao longo do corredor, caminhou com passos firmes, deixando pegadas molhadas, até a sala de descanso dos funcionários.Zelda e mais duas enfermeiras estavam conversando e rindo quando a jovem entrou e, percebendo como estava encharcada, começaram a fazer comentários maldosos:― Eu já vi gente feliz por receber uma comissão, mas tomar banho na privada? Você não acha que exagerou? ― Zelda debochou ― Eu sei que a comissão vai ser um dinheiro legal, mas era pra tanto? ― Falou com malícia. ― Acho que ela nunca viu tanto dinheiro! ― A outra enfermeira disse. ― Mas, ela não tem aquele amante na diretoria? Ele não paga nada a ela? ― Complementou a funcionária que estava ao lado. ― Bom, pode ser que ele não pague porque ela não sabe fazer direito... ― Concluiu Zelda. Anne conteve sua raiva e perguntou:― Qual de vocês foi ao banheiro? Quem despejou água em mim
― Pelo amor de Deus, Anne, pare de fingir! Se é isso que você quer da vida, por que não faz logo um teste para atriz? ― Zelda zombou. Mas, o delegado se inclinou para frente, preocupado:― Você está muito pálida! Você está doente? ― ― Estou com cólica e sentindo frio por causa da água fria que ela derramou em mim. Por favor, deixe-me agachar um pouco aqui... ― Anne se afastou do assento e se agachou no chão, sentindo-se um pouco mais confortável do que antes. ― Pare de fazer acusações! Eu não joguei água em você! ― Zelda negou, pois acreditava que ninguém a tinha visto, de qualquer maneira. ― Eu vi seus sapatos. Você é a única que não usa sapatos brancos no trabalho. ― Disse Anne. Zelda entrou em pânico e olhou para os pés, inconscientemente, e, ao invés do habitual tênis branco, a mulher percebeu que tinha esquecido de trocar e usava um scarpin preto. No entanto, Anne realmente tinha visto? Ou ela estava blefando? ― Não invente besteiras, não fui eu! ― Zelda n
Depois de alguns segundos de silêncio, com Anthony observando Anne encolhida e magoada, seus olhos negros brilharam de interesse e ele perguntou: ― Onde você quer ir? ― Ele perguntou. Anne ficou atordoada. Ele estava realmente perguntando a ela? Desde que tudo aquilo tinha começado, não era sempre ele quem decidia tudo? Anne nunca pensou que ouviria Anthony fazer uma pergunta qualquer. Ele era um homem mal-humorado e instável e era realmente difícil entendê-lo. Vendo que a jovem não respondia, Anthony instruiu o motorista:― Vá para o hospital. ― Desde que Anne era uma garotinha, ela nunca precisou ir ao hospital por causa de cólicas menstruais. Afinal, nunca tinha sido tão doloroso quanto agora. Eles foram para o hospital e foram atendidos por Kathryn. Anne sentou-se e recebeu mais uma pontada forte que roubou as cores de seu rosto. Então, Kathryn perguntou:― O que você está sentindo? ― ― Cólicas menstruais. ― Kathryn ficou surpresa e olhou para o homem sent
― Ai... ― A pontada aguda da cólica fez Anne franzir a testa e se afastar um pouco, apoiando as mãos nos ombros largos de Anthony. Então, ela contorceu o rosto uma segunda vez, respirou fundo e falou ― Olhe para mim, agora, não vou estragar o clima para você? ― Anthony trincou os dentes e seu rosto ficou morbidamente branco. Ele passou a ponta dos dedos sobre seus lábios macios de Anne e disse:― É realmente decepcionante ― então, aproximou o lábio contra o ouvido da jovem e disse ― fica para a próxima ― mas, depois de falar, ele mordeu a orelha dela com força. ― Hmm! ― Anne sentiu o corpo tremer, com a dor súbita, e a dormência se espalhou por todo o corpo. Pouco tempo depois, o carro parou e Anne saiu. Ela estava de volta ao prédio antigo, seu novo lar. A jovem não se preocupou com o trabalho, afinal, desconfiava que, mesmo se faltasse um mês inteiro, ainda assim, receberia o salário integral.No entanto, estava curiosa para saber como Zelda havia sido tratada. Se ela real
― Que coisa mais rara ver a falta de confiança da Madame Newman em si mesma... ― A boca de Lucas se curvou, escondendo um sorriso. ― Mas, o culpado é você por não me passar uma visão clara da situação, meu filho. Além disso, ela chamou você de 'diretor'. O que isso significa? Que vocês dois ainda não estão juntos!? Qual é a relação entre vocês? ― Enquanto Lucas tentava aplacar a revolta da mãe, no celular, com Anne, Lilian se desculpava:― Sinto muito, Anne. Surgiu um imprevisto e talvez precisemos mudar o jantar para outro dia. Você já chegou? ― Anne não queria colocá-la em uma posição difícil. Afinal, isso poderia acontecer com qualquer um. Então, ela disse:― Ainda não cheguei. Não se preocupe comigo, vá cuidar das suas coisas, fique tranquila. ― Porém, após desligar, Anne ficou um pouco envergonhada por ter que ir embora sem comer nada, mas, se ficasse, o preço de uma refeição seria muito alto para ela pagar. Anne, então, voltou para se despedir de Lucas e da mãe:
― Então, só resta a opção de ter sido um crime aleatório, mas acho que a possibilidade é muito pequena. Sua mãe não era a única pessoa no Jardim Municipal, então por que a atacaram? Este caso é bem mais complicado do que pensamos... ― Lucas disse, balançando a cabeça. Mas, os olhos de Anne eram firmes:― Não importa o quão complicado seja, devo encontrar o assassino, de qualquer maneira. ― ― Sim, isso vai acontecer, não se preocupe. ― O carro chegou ao portão de onde Anne morava. ― Obrigada pela carona. ― Lucas levantou o pulso para ver a hora e disse:― As crianças devem estar a caminho, neste momento. ― ― Sim. Vou entrar em casa, então. Boa noite. ― Anne abriu a porta do carro e se virou para sair do carro. Mas, algo apertou seu peito e ela descobriu que o cinto de segurança ainda estava preso. Ela corou. Lucas olhou para ela e reprimiu um sorriso. Seus olhos adquiriram um brilho suave. Anne saiu do carro e fechou a porta e Lucas abaixou a janela, se despedi