Bianca Santoro,
Uma semana havia se passado, e desde aquela pequena desavença com Aléssio, eu fiz de tudo para não cruzar com ele pela casa. A mansão era grande o suficiente, e sempre que ouvia seus passos ou via sua sombra, eu me retirava antes de sermos forçados a nos encarar. Não queria dar a ele o prazer de achar que ainda me afetava.Hoje é o último dia das aulas de etiqueta, e em breve também encerraria minhas aulas na escola. Daqui a dois dias, completaria meus tão sonhados 18 anos, e mal conseguia esperar para alcançar essa marca. Essas últimas semanas foram confusas e cheias de surpresas, especialmente em relação a Enzo. Sim, estávamos namorando. Achei que entrar em um relacionamento "normal" seria a melhor forma de deixar para trás tudo o que aconteceu entre mim e Aléssio.Mas nada é tão simples. Noites sem fim eram povoadas por sonhos eróticos com Aléssio, e mesmo sem querer, minha mente e meu corpo pareciam lembrar cada toque, cada suspiroAléssio Romano,Fechei a porta do escritório, quase com força demais. O eco do som reverberou pelo ambiente, como se tentasse refletir a raiva contida dentro de mim. Meus passos soaram duros pelo assoalho de madeira, e eu caminhava sem direção por alguns instantes, apenas tentando controlar os pensamentos caóticos na minha cabeça.Peguei uma garrafa de uísque na estante e me servi sem pressa, observando o líquido dourado encher o copo. Precisava de algo para acalmar a mente, algo que amenizasse a irritação que me corroía. O namoro de Bianca com Enzo.... Só de pensar naquilo, minha mão apertou o copo com tanta força que pensei que ele poderia estourar.— Maldito moleque — murmurei entre dentes, tentando afastar a imagem dele perto dela. Eu conhecia o tipo dele; garotos assim eram atrevidos, confiantes demais para o próprio bem. E Bianca, com sua nova liberdade e confiança, parecia disposta a desafiar todos os limites, inclusive os meus.Sentei
Bianca Santoro,Naquele mesmo dia, depois da tensa conversa com Aléssio, tentei recompor meus pensamentos e me concentrar no que tinha para eu fazer. A última aula de etiqueta estava prestes a começar, e eu precisava manter a cabeça erguida. Havia me preparado tanto para chegar até aqui, e, depois de tudo, não permitiria que ele ou qualquer outra coisa me desviasse do meu objetivo.Caminhei até a área onde sempre aconteciam as aulas. O salão de dança era amplo, com janelas grandes que deixavam a luz entrar e iluminavam o piso de madeira. A professora Elenice e Gian, o professor de dança, já estavam lá, aguardando minha chegada. Ambos me cumprimentaram com sorrisos.— Bom dia, senhorita Bianca — disse Elenice, sempre educada.Eu apenas assenti, tentando manter a expressão serena. Precisava fingir normalidade, mesmo com o caos dentro de mim. A tensão entre Aléssio e eu era recente demais para ser ignorada, mas eu me forcei a deixar isso de lado
Dois dias Depois… Bianca Santoro, Hoje era meu aniversário. Eu me sentei na cama por um momento, deixando o sol que entrava pela janela aquecer meu rosto. Finalmente 18 anos, uma idade que significava liberdade para muitas pessoas, mas para mim, era uma mistura de emoções. Depois daquele dia em que eu saí correndo da sala após Aléssio me beijar, ele havia ficado distante, o que me deixava pensativa, mas tentei não pensar muito nisso. Hoje, eu queria apenas ter um dia normal, como uma pessoa normal para a minha idade. Meu celular vibrou, quebrando meus pensamentos. Era uma ligação de Helen minha amiga, que agora se tornou cunhada, e daqui a alguns dias será ex-cunhada. Isso era engraçado de alguma forma, ter um homem como Alessio Romano controlando até com quem devo ou não namorar, logo ele que não quer aceitar seus próprios sentimentos por ser covarde. — Feliz aniversário, Bianca! — ela disse ani
Aléssio Romano, Passei pelo corredor em direção ao meu quarto quando ouvi a voz de Bianca ao telefone. Parecia leve, um sorriso visível em sua expressão. Por um momento, deixei de lado meus pensamentos e me permiti escutá-la. Ela falava com a amiga dela, Helen, rindo de algo que a outra dizia. Mas então, notei a mudança em seu tom de voz. Sua expressão ficou séria e, em seguida, triste. Pelo que entendi, a razão de sua tristeza era simples: não podia sair com a amiga porque não tinha dinheiro. Aquilo me incomodou, não pela falta de recursos — porque eu sabia que aqui na mansão ela tinha tudo o que precisava — mas pela ideia de que Bianca não era o tipo de mulher que me pediria nada. Mesmo quando desejava algo, preferia guardar para si. Enfiei minha mão no bolso, peguei a carteira, tirei o cartão e dei a ela. Quando finalmente saiu, observei-a da sala, tentando disfarçar a atenção que dava. Ela estava deslumbrante,
Bianca Santoro, — Droga, esse homem vai acabar me deixando louca — resmunguei, jogando-me na cama com força, sentindo o colchão afundar sob meu peso. A cena de nosso beijo ainda queimava na minha mente, e o misto de sentimentos me deixava inquieta. Meu celular vibrou, e a notificação de uma chamada de vídeo apareceu na tela. Era Enzo. Suspirei, tentando compor minha expressão antes de atender. — Oi, Enzo — falei, forçando um sorriso. — Feliz aniversário, gatinha! Vamos sair para comemorar essa noite? — Ele parecia animado, o sorriso dele era sincero e acolhedor. Hesitei por um segundo, minha mente ainda presa nos eventos recentes. Mas então me lembrei do convite de Aléssio. — Não vai dar, Enzo, desculpa. Tenho que sair com meu tio, ele preparou uma surpresa para comemorar meu aniversário, e não quero fazer desfeita. Estou fazendo errado mentindo que Aléssio é meu tio. Mas é melhor assim, até que as coisas se ajeitem. A expressão de Enzo vacilou, mas ele logo recuperou a post
Bianca Santoro,— Aí, Aléssio, por que faz isso? — levei as mãos aos cabelos, sentindo o tremor tomar conta de meus dedos. Eu estava emocionada, e ao mesmo tempo com raiva por ter visto ele beijando outra, que não fosse eu. Mas Aléssio ainda estava ali, de joelhos diante de mim, esperando uma resposta. Seus olhos azuis, tão seguros em qualquer outra situação, agora mostravam uma vulnerabilidade que eu nunca tinha visto antes, por eu ter me afastado um pouco, invés de dizer logo um “sim”. — Porque reconheci que estou louco por você, como nunca estive por outra pessoa — ele falou, a voz rouca mostrava o quanto ele estava sendo sincero. — E...— Aléssio, você estava no seu escritório beijando outra mulher. Eu vi, ninguém me contou, vi com os olhos que um dia a terra vai comer — rebati, a dor da lembrança queimando minha garganta, meu coração palpitando fortemente no peito. Ele sorriu de leve, um sorriso triste, e balançou a cabeça.— Não, Bianca, a terra vai demorar muito para comer e
Aléssio Romano,— Não a matarei de susto, mas de prazer, futura senhora Romano.Virei Bianca de frente para mim, olhando nos seus olhos, que brilhavam com uma mistura de desejo. Tirei uma mecha molhada do seu cabelo que grudava no rosto e a coloquei atrás da orelha. Ela sorriu de leve, e isso foi tudo o que precisei para me aproximar e beijá-la novamente. Um beijo calmo, sem pressa, onde a água fria da cachoeira e a nossa respiração quente se misturavam.Minhas mãos deslizaram lentamente pela sua cintura, explorando cada detalhe de sua pele. Ela suspirou quando meus dedos encontraram o fecho do vestido, e sem pressa, fui retirando a peça que a envolvia. Bianca não desviava o olhar, acompanhando cada movimento meu com um brilho curioso e entregue.Quando o vestido foi tirado do seu corpo, revelando sua pele sob a luz da lua, ela se encaixou ao redor de mim, suas pernas envolvendo minha cintura de forma que parecia que éramos feitos um para o outro. O toque da água fria combinava com o
Aléssio Romano,Eu sou um homem de sorte, um homem feliz por finalmente ter aberto meu coração e enxergado o que por tanto tempo me recusei a admitir. O caminho de volta para o carro foi preenchido pelo riso suave de Bianca, que corria à frente, os pés descalços pisando na terra úmida e o vento brincando com seus cabelos. Fiquei para trás de propósito, admirando a visão dela vestida apenas com minha camisa social. A camisa caía sobre seu corpo como um vestido, cobrindo o essencial, mas deixando um vislumbre de pele que me fazia sorrir e me perder por um momento.O vestido dela havia sido levado pela correnteza durante nossa brincadeira apaixonada da noite passada, e a lembrança de seu rosto ao procurar pelo tecido perdido me fez rir de novo.— Aléssio, cadê meu vestido? — ela perguntou, as sobrancelhas erguidas em uma mistura de incredulidade e diversão.Adoraria vê-la nua por aqui, como se eu fosse o Adão e ela a Eva. Não seria uma má idéia.— Acho que a cachoeira decidiu que era hor