Bianca Santoro,Um mês depois…..Passou-se um mês desde que voltamos daquela viagem. O tempo parece ter se arrastado de uma forma lenta, mas também trouxe mudanças. Durante esses dias, eu me vi mergulhada em uma rotina diferente, algo que nunca pensei ser possível para mim. As aulas de etiqueta continuaram, assim como as idas diárias à escola. Aos poucos, eu fui me adaptando a esse novo estilo de vida, uma transformação que não esperava vivenciar.O mais estranho de tudo é que, nesse último mês, não vi Aléssio uma única vez. Ele simplesmente sumiu, como se tivesse evaporado da mansão. Talvez estivesse viajando, como fazia frequentemente, ou talvez ele soubesse exatamente os horários em que eu estava em casa e se certificasse de estar ausente. Era difícil de dizer, mas a verdade é que sua ausência era perceptível.No início, isso me incomodou. Havia tanto a dizer, tanto a esclarecer sobre aquela noite, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que talvez fosse melhor assim. Aléssio sempre deixou c
Aléssio Romano,Eu estava de volta há alguns dias à mansão, mas preferi manter distância. Havia muitas questões pendentes, e parte de mim sabia que retomar o contato com Bianca sem antes resolver meus próprios conflitos internos seria um erro. Mas eu estava de olho nela, observando de longe como se fosse um estranho em minha própria casa.Na varanda, com um uísque para relaxar após mais um dia de negociações tensas e decisões arriscadas, eu me escondia na luz fraca que projetava sombras distorcidas. A brisa fria trazia um toque de tranquilidade. De longe, eu a vi atravessando o jardim em direção à saída, provavelmente indo para a casa da colega Helen. Ela estava diferente, mais confiante, mais focada. Era como se eu estivesse olhando para outra pessoa.Durante este mês, escolhi ficar ausente. Precisava organizar meus pensamentos e refletir sobre a noite em que tudo mudou entre nós. Bianca estava aprendendo, crescendo de uma maneira que eu jamais imaginei. Mas, ao mesmo tempo, sentia c
Bianca Santoro,O tempo parecia passar rápido. E algumas semanas já tinha se passado apressadamente, sem que eu me desse conta. Enzo estava cada vez mais presente em minha vida, e eu não sabia bem como lidar com isso. Ele se aproximava de forma natural, como se fosse apenas um amigo curioso e preocupado, mas eu sentia que havia algo mais em seus gestos e palavras.Numa tarde de sábado, estávamos na casa de Helen, terminando mais um trabalho em grupo. Helen tinha saído para resolver algo com a mãe, e eu e Enzo acabamos ficando sozinhos na sala de estar. Era um ambiente confortável, com móveis simples e toques de decoração que deixavam tudo com uma sensação de acolhimento. Nada naquela casa parecia feito para impressionar, diferente da mansão de Aléssio, onde cada detalhe parecia uma declaração de poder.Enzo estava sentado no sofá, um pouco inclinado para frente, folheando um caderno com notas. Eu o observava de relance, tentando disfarçar o interesse crescente. Havia algo nele que me
Aléssio Romano,A escola era o último lugar onde eu esperava estar, mas ali estava eu, sentado dentro do carro, observando o movimento na entrada. Vito estava no banco da frente, mexendo em seu celular enquanto aguardava minhas ordens. Eu raramente me envolvia em questões triviais, mas aquela situação estava começando a me irritar de uma forma que não conseguia ignorar.— Ela vai sair daqui a pouco — Vito comentou sem levantar a cabeça do celular.Assenti em silêncio, sem tirar os olhos da entrada. Eu sabia que estava agindo de forma irracional, mas algo em mim estava fora de controle. Desde o momento em que Bianca começou a se aproximar de pessoas novas, algo mudou. Eu estava acostumado a ser o centro da vida dela, a ter o controle, e vê-la encontrar um novo círculo me incomodava mais do que eu gostaria de admitir. Estou sendo incoerente, sim. Mas não consigo controlar esse sentimento.Minutos depois, lá estava ela. Bianca saía da escola, acompanhada de outros estudantes. Ela ria de
Aléssio Romano,O caminho de volta para a mansão parecia interminável. O silêncio dentro do carro era sufocante, e por mais que eu tentasse me distrair com qualquer coisa, meus pensamentos voltavam sempre para o mesmo ponto: Bianca. Ela estava mudando, e cada vez mais parecia seguir um caminho que eu não conseguia controlar.Vito dirigia calmamente, com a expressão séria e concentrada, como sempre. Eu sabia que ele notava as mudanças em mim, a irritação que vinha crescendo, mas ele era o tipo de homem que não fazia perguntas a menos que fosse necessário. Era uma das qualidades que eu mais apreciava nele. Lealdade e silêncio quando necessário.Mas, naquele momento, Vito decidiu quebrar o silêncio.— Sei que o sentimento com o qual está lutando é difícil, senhor — começou, sua voz baixa, mas firme. — Parece que não consegue ter o controle.Olhei para ele, sem entender muito bem aonde ele queria chegar.— Seja claro, Vito — respondi, tentando esconder minha irritação.Ele me olhou pelo r
Bianca Santoro,Eu estava furiosa. Andava apressada, as palavras de Aléssio ainda ecoando em minha mente. "Só estou preocupado", ele disse, como se fosse uma justificativa para aparecer na escola e me encarar como se eu tivesse feito algo errado. Eu esperava outra coisa dele, talvez um pedido de desculpas, uma explicação. Mas tudo o que recebi foi aquela frase patética.— Só pode ser brincadeira, aquele filho da mãe vir aqui só para dizer que está preocupado? — murmurei para mim mesma, enquanto apressava o passo. — Eu estava esperando ele me pedir, no mínimo, desculpas por me levar até o inferno com a boca dele, as pegadas e o que ele vem me dizer? É que está querendo me proteger? Dane-se proteção.Caminhei rapidamente até o carro, onde o segurança que Aléssio havia colocado para me seguir estava à espera. Entrei no banco de trás sem dizer uma palavra, meus pensamentos girando em círculos enquanto o carro nos levava de volta para a mansão.As
Aléssio Romano,Entrei em meu quarto e bati a porta com força, o som ecoando pelo quarto. A frustração e a raiva estavam me dominando, e eu não sabia mais como lidar com elas. Tudo era estranho, porque sempre fui um homem que conseguia controlar tudo à minha volta.— O que eu estou fazendo? — perguntei para mim mesmo, passando as mãos pelos cabelos ainda úmidos, bagunçando-os de um jeito que eu nunca fazia. Minha mente estava um caos. — Isso não é amor. É apenas obsessão, um sentimento passageiro. Não posso magoá-la dessa forma. A tirei das ruas para salvá-la, dar uma vida calma e não colocá-la em minha vida conturbada. Caminhei de um lado para o outro no quarto, tentando encontrar alguma lógica no que havia acabado de acontecer. Meu coração estava batendo forte no peito, e meu corpo ainda formigava por causa do contato físico com Bianca. Eu não conseguia ignorar o que sentia, mas também não conseguia aceitar a ideia de estar perdendo o controle de
Bianca Santoro,Eu saí do meu quarto, hesitante, mas decidida a seguir o que meu coração estava gritando. Meu corpo parecia agir sozinho, enquanto minha mente lutava contra os medos e as dúvidas. O corredor estava silencioso, e cada passo que eu dava parecia ecoar, aumentando ainda mais a ansiedade. Eu estava indo até o quarto de Aléssio, mas sabia que poderia desistir no último momento. Talvez eu voltasse atrás quando estivesse diante da porta dele, talvez me desse conta de que isso era um erro, que estava me precipitando novamente.Mas todos os pensamentos desapareceram assim que eu o vi. Ele estava ali parado, saindo do quarto, o cabelo ainda úmido e a expressão carregada de algo que eu não conseguia identificar. Era como se ele tivesse tido a mesma ideia que eu, como se estivesse vindo em minha direção. Nossos olhares se encontraram, e a hesitação que existia em ambos se dissipou.Fomos um para o outro com pressa, quase correndo, como se estivéssemos sendo puxados por um ímã irres