Cansington era a capital dos suprimentos médicos, de Sol, e uma das referências mundiais. Ali, havia empresas farmacêuticas no valor de bilhões, bem como milhares de fábricas de processamento de medicamentos. Grandes ou pequenas elas se espalhavam por toda parte, nas grandes estradas ou escondidas em pequenos becos.A Nine Dragons Street era uma rua complicada, no coração de Cansington, onde bandidos se reuniam. Havia lojas de antiguidades, bares, pubs e casas de massagens e, em uma de suas extremidades, havia uma clínica chamada Commom.Foi nela quem Henry encontrou um emprego para acobertar suas atividades e relações com James e poder se manter na cidade. Como James era médico, ao longo dos anos Henry havia aprendido várias de suas técnicas especiais ao tratar de viroses e ferimentos leves.O disfarce de Henry tinha sido providencial, afinal, James e Henry estavam debruçados em uma das mesas para pequenos procedimentos cirúrgicos da Common, observando os cortes no rosto de Thea e
O sol nasceu, brilhando intensamente sobre o mundo. Os cidadãos acordaram, se prepararam e começaram um novo dia, pouco a pouco retomando seus afazeres.No edifício do Grupo Celestial, uma mulher vestida com um terninho riscado, cinza e uma expressão dura e profissional no rosto, entrou no escritório do presidente, como fazia todas as manhãs, para relatar os informes e notícias importantes.― Senhor Yates, algo importante aconteceu ontem à noite. No leilão dos Xavier, Trent torturou Thea e toda sua família. Mas o assassino de Warren Xavier reapareceu e... ― ― Espera! Trent Xavier sequestrou Thea e sua família? ― Alex ficou surpreso quando ouviu isso. Ele continuou com: ― Trent morreu no final? ― ― Sim senhor. De acordo com o noticiário, Trent pretendia exterminar os Callahan antes de vir atrás da Celestial. Mas, no momento em que ele ameaçava matar a Senhora Callahan, perante todos os convidados, o homem da máscara de fantasma apareceu e o matou. ―Alex acenou com a mão, agrade
Mas, Henry ainda se sentia insatisfeito e encheu os pulmões de ar, pretendendo voltar a argumentar. Percebendo isso e sem querer continuar a conversar, James mudou de assunto:— Me dê uns trocados, vou comprar um café da manhã para Thea. Suspirando, resignado, Henry entregou três notas para James— Tudo bem, eu fico de olho nela. — James saiu da clínica e encontrou uma padaria, ali mesmo, na Nine Dragons Street, onde comprou suco de laranja, café com leite e alguns sanduíches. Quando retornou, Thea já tinha acordado. Ela estava deitada na cama, olhando para o teto, com indiferença e o rosto envolto em gaze. James foi até ela, puxando a mesinha para perto da cama e servindo o café da manhã. Quando tudo estava preparado, suavemente, chamou:— Querida, vamos comer? — Thea não respondeu e James pegou na mão dela.— Acabou agora. Está tudo acabado agora. — Thea virou-se ligeiramente para ele, soluçando baixinho. Seu corpo tremia e uma expressão de pânico surgiu em seu rosto.
― Pai ― disse Thea ― Eu estou bem. ― ― Quem está aí, Benjamin? ― Uma voz soou e Gladys apareceu. Entretanto, quando ela viu Thea, seu rosto se tornou sombrio e ela disse, com voz fria ― sua garota maldita, o que está fazendo aqui? ― ― Mamãe... ― ― Não me chame de mãe. Eu não te reconheço como minha filha! ― A mulher olhou com desdém para Thea, cujo rosto estava completamente enfaixado.Gladys tinha sido sequestrada e tratada horrivelmente por causa de Thea. Entretanto, felizmente, Trent estava morto. Caso contrário, os Callahan estariam perdidos. Mesmo assim, quando Lex voltou para sua mansão, estava tão furioso que emitiu uma ordem tirando Thea de sua posição na empresa e expulsando-a da família. Ele até fez um anúncio público de que Thea não era mais uma Callahan.― Gladys, o que você está fazendo? ― Benjamin franziu a testa ― meu pai pode tê-la expulsado da família, mas ela ainda é nossa filha! ― Gladys plantou as mãos nos quadris e respondeu, contrariada:― Quem ousari
James ainda se desculpava quando Thea ergueu o rosto e, subitamente, parando de chorar, puxou o braço de seu marido, dizendo:― Oh, e meu avô? Ainda podemos falar com ele! Vamos falar com o vovô! Ele me amava muito quando eu era jovem. Ele nunca me expulsaria. Podemos implorar para que ele me aceite! ― Ela agarrou James, caminhando na frente e o arrastando. Percebendo o quanto tudo aquilo era importante para Thea, James sentiu seu coração doer, mas concordou:― Certo. Vamos para a mansão falar com ele. ―― Sim. Vamos agora. ― Thea estava sob muito estresse. Em um dia, foi torturada e quase morreu nas garras de um louco vingativo, no seguinte, foi expulsa da família. Ela estava à beira de um colapso mental e, em seu estado frágil, tinha certeza que seria bem recebida de volta à família se pudesse se explicar para Lex. Mas, isso não fazia sentido, afinal, tinha sido ele quem a tinha expulsado.James não teve escolha. Ele tinha que acalmar Thea e garantir que suas emoções estabili
A morte de Trent tinha causado grande alvoroço por toda Cansington e, por mais que as autoridades investigassem, ninguém sabia quem era o homem da máscara fantasma. Entretanto, Alex diretor no Grupo Celestial na cidade, sabia que era James, o Dragão Negro das Planícies do Sul estava envolvido, por isso, sentiu um frio intenso percorrer por sua espinha.James perguntou:― Como vai a parceria com a Eternality? ― — Vai muito bem, Senhor Caden, conforme você pediu. ―― Cancele tudo. Diga aos Callahan que a Celestial negociou a parceria com Thea e, como ela não faz mais parte da Eternality, os contratos foram quebrados. Quanto aos rumores que essa resolução pode gerar, resolva você mesmo. Não quero que Thea tenha problemas com isso. ―― É claro. Vou fazer isso, imediatamente ― Alex respirou fundo e, após desligar, tomou imediatamente as providências necessárias passando ao encarregado pelas negociações com a Eternality instruções precisas de como deveria proceder.Na mansão dos Calla
Vendo como Thea estava feliz, mesmo contrariado por saber que ela voltaria para o ambiente tóxico que era a família Callahan, o humor de James também melhorou.― Jamie, eu estou indo para casa! ― Thea não conseguia parar de repetir e comemorar, como uma garotinha que tinha acabado de sair do castigo.James não falou muito e apenas a abraçou, com força.Assim que Howard soube onde Thea estava, dirigiu até a Nine Dragons Street. Dada a gravidade e importância da situação para a família Callahan, outros integrantes da família o acompanharam, como seus filhos Tommy, Megan e sua nora, Yvonne.Como fazia anos que Howard era o presidente executivo da Eternality, ele dirigia um carro que fazia jus ao seu cargo, um BMV 7 Series, raríssimo de se ver.No carro, Tommy reclamou:― O que o vovô está fazendo? Como ele pôde permitir que Thea voltasse? Pai, assim que Thea voltar, você não será mais o CEO. Não podemos deixar que isso aconteça. ―A nora, Yvonne, imediatamente concordou com o que o
James sabia que Thea se importava mais do que deveria com a opinião de sua família. Mas, havia um motivo para isso e James a entendia. Nos últimos dez anos, ela tinha sido menosprezada e agora desejava, desesperadamente, o reconhecimento de sua capacidade e a aprovação de sua família.― Thea, você quer voltar? ―Thea assentiu levemente, enquanto murmurava:― Sim. ― James olhou para Howard e sua família, ainda de pé, aguardando em frente ao carro de luxo. Com uma voz suave, o homem disse:― Thea retornará sob uma condição. Vocês devem se ajoelhar e implorar. ―― James... ― Tommy sentiu uma raiva borbulhante no peito e uma veia pulsando em seu rosto ― você não tem autoridade nenhuma na família. Thea não disse nada. Quem é você para fazer essas exigências? ― James disse:― Se você não quer se ajoelhar, está bem, sem problemas. Mas, peça a Lex para que ele venha se ajoelhar em pessoa. Caso contrário, ela não voltará. ―Thea puxou a manga de James, gentilmente, dizendo-lhe para p