Ponto de Vista de PedroColoco Vivi na minha cama, ou na cama de hóspedes que tenho usado bastante recentemente. Apesar de não ter falado com Diogo por anos, a Matilha Luar Vermelho estava começando a se tornar um lar fora de casa. Eu precisava voltar para a Matilha Fúria Noturna, mas meus homens estavam se virando sem mim. No entanto, meu lobo estava lutando para se acostumar com uma companheira que ainda não foi marcada, e com uma matilha para liderar... mas estando no território de outro lobo. Muita coisa de uma vez só! Foi isso que aconteceu com Vivi, ela recebeu muitas informações para seu cérebro digerir. Meu pai sempre foi um grande defensor de “pedaços pequenos”. Um pouco de cada vez, caso contrário, você ficaria sobrecarregado e tomaria decisões ruins para proteger sua própria mente. Ela se acomoda na cama, os braços em volta das pernas, descansando a cabeça sobre os joelhos. Seu corpo a protegendo ao adotar uma posição encolhida. Eu entro no banheiro da suíte e ligo
— Se sentindo melhor? — Sim, embora minhas mãos ainda estejam ardendo. Se eu fosse uma lobisomem, isso não teria cicatrizado já? — Ela levanta as mãos para mim, as palmas cobertas de pequenos cortes feitos na floresta. — Conforme sua loba ganhar mais consciência, você vai cicatrizar mais rápido... — Digo, sentando ao lado dela na cama e segurando suas mãos. Ela não tira os olhos de mim enquanto passo minha língua por cada palma, usando minha saliva de Alfa para acelerar a cicatrização. — O que você está fazendo? — Ela ofega, tomando um fôlego profundo. — A saliva do Alfa tem propriedades curativas. Você é minha companheira, eu posso te ajudar. — Companheiros... O que exatamente são companheiros? — Ela pergunta enquanto continuo lambendo suas mãos. — Destinados pela Deusa da Lua a ficarem juntos. Você é minha companheira, Vitória, destinada para mim. Destinada a ser a Luna da minha Matilha. — Certo... — Ela franze a testa levemente enquanto solto suas mãos e ela as colo
Ponto de Vista de VitóriaEu puxo uma camiseta preta grande de uma das gavetas dele e uma cueca cinza para vestir. Se eu ia ficar aqui afinal, precisava ter algumas roupas minhas, mas usar o quê? Eu não tinha um centavo no bolso. Rapidamente, uso o roupão como cobertura para esconder minhas partes íntimas enquanto troco de roupa antes de voltar para a cama. Pedro estava certo, pequenos pedaços de cada vez. Estava achando as coisas mais fáceis de processar conforme discutíamos lentamente, com ele ao meu lado para conversar sobre isso. Nesse momento, eu não me sentia sozinha.Abro um arquivo e vejo o certificado de óbito da minha mãe no topo. Para algo que eu nunca tinha pensado na existência antes, era realmente difícil de encarar. Acho que gostaria de voltar trinta segundos antes e não ter aberto o arquivo.— Você lembra da sua mãe doente? — Pedro pergunta calmamente, seu braço envolvendo minhas costas. Eu não podia sentir os arrepios, já que minhas costas estavam cobertas pela cam
Mas ele para no último momento, sorri e deposita um beijo no canto da minha boca. Uma raiva que eu não consigo identificar no início explode dentro de mim, e um rosnado sai das profundezas do meu peito. Fico tão chocada com o som que acabo de fazer que cubro minha boca com a mão.— Viu? Aí está ela. — Ele ri, antes de me puxar para ele e deitar de novo. Nem sei que horas são, mas assim que minha cabeça encosta no peito dele, Pedro apaga a luz e eu caio no sono....Meus olhos se abrem e percebo que o quarto ainda está escuro, exceto por algumas tentativas da aurora de aparecer. Na verdade, dormi melhor do que nos últimos anos estando ao lado de Pedro. Mesmo agora, enquanto me mexo, ele me procura no sono, e coloco o travesseiro que usei ao lado dele. Por que eu acordei tão cedo? Levo um minuto para perceber, o ruidoso ronco do meu estômago sendo a principal pista. Eu não jantei ontem à noite, estava funcionando no vazio. Preciso comer, mas não tenho coragem de acordá-lo, ele parece t
Ponto de vista de MatildeAcordo e percebo que estou deitada em cima de Diogo. Meu corpo cobrindo o dele, minhas mãos envolvidas em seu pescoço e minhas coxas internas apertadas em sua cintura. Será que eu adormeci no chuveiro? Ele me carregou assim? Não, acho que não. Acho que continuamos muito depois do banho. O corpo dele parece ter oferecido um efeito refrescante ao meu corpo superaquecido, por isso eu ainda estava montada nele.Um suspiro escapa da minha boca quando noto a marca no pescoço dele. Inclino minha cabeça para ter uma visão melhor, para admirar o que criei em seu pescoço.Agora ele era definitivamente meu.A marca de uma lua cheia prateada com seu reflexo em um corpo de água abaixo. Consigo ver dois lobos deitados à beira da água, o lobo maior descansando sua cabeça em cima do lobo ligeiramente menor. Esses devem ser nós dois. Isso é adorável.Não consigo evitar tocar na marca e meu movimento sobre ela o faz estremecer no sono. Um gemido escapa dele quando passo minha
—Eu precisava falar com o Danilo de qualquer forma. — Olhei para a fotografia na minha mão e depois lancei um olhar para minha irmã. A atmosfera ficou tensa na cozinha entre Vitória e Diogo. O que exatamente tinha acontecido na noite passada?…Ponto de Vista de DiogoEu segurava a foto de Vitória nas mãos. A foto dela estava na dark web? Droga, as coisas só estavam piorando. Ele tinha aberto isso para o pior tipo de gente agora. Nem mesmo apenas lobisomens. Qualquer um vai tentar pegá-la de volta agora.— Ele está completamente louco. — Pensei, sentindo a raiva crescer. — Esse tipo de gente não segue regras. Na cabeça deles, enquanto ela estiver respirando, eles vão considerá-la viva. O que ele fez!Soltei um gemido enquanto colocava a foto de volta na mesa.— O que foi? — A voz de Matilde entrou na minha mente através da nossa recém-formada conexão mental de companheiros.— Ele acabou de abrir nossas vidas para qualquer coisa que se mova. — Respondi mentalmente, enquanto saía
— Mamãe está bem? — Ele pergunta, seus olhos desviando para a marca no meu pescoço.Eu mesmo dei uma olhada rápida nela esta manhã, era uma grande lua cheia prateada sobre a água. Suponho que seja a casa no lago, que é tão próxima ao coração de Matilde.— Ela está bem, Ricardo, só precisava de um pouco de sono.Assim que abro a porta da frente, os dois correm para dentro, Ricardo querendo ter certeza de que Matilde está bem. Ele não admitiria abertamente, mas ele se preocupa com ela, temendo que ela esteja assumindo coisas demais.Ana sobe no colo de Matilde, dando-lhe um grande abraço e um beijo na bochecha.Pode confiar em uma criança para não entender o clima da sala e não se importar com a falta de jeito. Eu quase me dou um tapa na testa pelo comportamento insensível de Ricardo.— Por que não vimos você antes? — Ricardo pergunta a Vitória, enquanto se posiciona ao lado de Matilde, observando-a com desconfiança. Nada passava despercebido por Ricardo.— Bem... — Vitória se mex
Ponto de Vista de VitóriaPassei a manhã brincando com Ana, o que não foi difícil de aproveitar. Ela era a menina mais fofa. Ela e Ricardo estavam compartilhando um quarto enquanto estavam aqui na casa de Diogo, mas tinham quartos separados em casa. Ela também continuava falando sobre um menino lá na Matilha Pedra Preta chamado Rafael.Quando perguntei se ele era o namorado dela, brincando, esperando que ela ficasse envergonhada e fugisse do assunto… ela fez o completo oposto. Ela afirmou com bastante confiança que Rafael era seu namorado e futuro marido. Que eles eram muito próximos e ela odiava ficar longe dele.Tudo isso enquanto ela organizava alegremente uma festa de chá, e Ricardo reclamava na cama sobre ela tentar reivindicar seu amigo como se fosse dela.Ricardo saiu logo depois disso, murmurando algo sobre meninas antes de descer as escadas.Ana me mandou descer para buscar chá de verdade e leite, aparentemente água da torneira do banheiro não seria suficiente. Ela herdou o o