Mas ele para no último momento, sorri e deposita um beijo no canto da minha boca. Uma raiva que eu não consigo identificar no início explode dentro de mim, e um rosnado sai das profundezas do meu peito. Fico tão chocada com o som que acabo de fazer que cubro minha boca com a mão.— Viu? Aí está ela. — Ele ri, antes de me puxar para ele e deitar de novo. Nem sei que horas são, mas assim que minha cabeça encosta no peito dele, Pedro apaga a luz e eu caio no sono....Meus olhos se abrem e percebo que o quarto ainda está escuro, exceto por algumas tentativas da aurora de aparecer. Na verdade, dormi melhor do que nos últimos anos estando ao lado de Pedro. Mesmo agora, enquanto me mexo, ele me procura no sono, e coloco o travesseiro que usei ao lado dele. Por que eu acordei tão cedo? Levo um minuto para perceber, o ruidoso ronco do meu estômago sendo a principal pista. Eu não jantei ontem à noite, estava funcionando no vazio. Preciso comer, mas não tenho coragem de acordá-lo, ele parece t
Ponto de vista de MatildeAcordo e percebo que estou deitada em cima de Diogo. Meu corpo cobrindo o dele, minhas mãos envolvidas em seu pescoço e minhas coxas internas apertadas em sua cintura. Será que eu adormeci no chuveiro? Ele me carregou assim? Não, acho que não. Acho que continuamos muito depois do banho. O corpo dele parece ter oferecido um efeito refrescante ao meu corpo superaquecido, por isso eu ainda estava montada nele.Um suspiro escapa da minha boca quando noto a marca no pescoço dele. Inclino minha cabeça para ter uma visão melhor, para admirar o que criei em seu pescoço.Agora ele era definitivamente meu.A marca de uma lua cheia prateada com seu reflexo em um corpo de água abaixo. Consigo ver dois lobos deitados à beira da água, o lobo maior descansando sua cabeça em cima do lobo ligeiramente menor. Esses devem ser nós dois. Isso é adorável.Não consigo evitar tocar na marca e meu movimento sobre ela o faz estremecer no sono. Um gemido escapa dele quando passo minha
—Eu precisava falar com o Danilo de qualquer forma. — Olhei para a fotografia na minha mão e depois lancei um olhar para minha irmã. A atmosfera ficou tensa na cozinha entre Vitória e Diogo. O que exatamente tinha acontecido na noite passada?…Ponto de Vista de DiogoEu segurava a foto de Vitória nas mãos. A foto dela estava na dark web? Droga, as coisas só estavam piorando. Ele tinha aberto isso para o pior tipo de gente agora. Nem mesmo apenas lobisomens. Qualquer um vai tentar pegá-la de volta agora.— Ele está completamente louco. — Pensei, sentindo a raiva crescer. — Esse tipo de gente não segue regras. Na cabeça deles, enquanto ela estiver respirando, eles vão considerá-la viva. O que ele fez!Soltei um gemido enquanto colocava a foto de volta na mesa.— O que foi? — A voz de Matilde entrou na minha mente através da nossa recém-formada conexão mental de companheiros.— Ele acabou de abrir nossas vidas para qualquer coisa que se mova. — Respondi mentalmente, enquanto saía
— Mamãe está bem? — Ele pergunta, seus olhos desviando para a marca no meu pescoço.Eu mesmo dei uma olhada rápida nela esta manhã, era uma grande lua cheia prateada sobre a água. Suponho que seja a casa no lago, que é tão próxima ao coração de Matilde.— Ela está bem, Ricardo, só precisava de um pouco de sono.Assim que abro a porta da frente, os dois correm para dentro, Ricardo querendo ter certeza de que Matilde está bem. Ele não admitiria abertamente, mas ele se preocupa com ela, temendo que ela esteja assumindo coisas demais.Ana sobe no colo de Matilde, dando-lhe um grande abraço e um beijo na bochecha.Pode confiar em uma criança para não entender o clima da sala e não se importar com a falta de jeito. Eu quase me dou um tapa na testa pelo comportamento insensível de Ricardo.— Por que não vimos você antes? — Ricardo pergunta a Vitória, enquanto se posiciona ao lado de Matilde, observando-a com desconfiança. Nada passava despercebido por Ricardo.— Bem... — Vitória se mex
Ponto de Vista de VitóriaPassei a manhã brincando com Ana, o que não foi difícil de aproveitar. Ela era a menina mais fofa. Ela e Ricardo estavam compartilhando um quarto enquanto estavam aqui na casa de Diogo, mas tinham quartos separados em casa. Ela também continuava falando sobre um menino lá na Matilha Pedra Preta chamado Rafael.Quando perguntei se ele era o namorado dela, brincando, esperando que ela ficasse envergonhada e fugisse do assunto… ela fez o completo oposto. Ela afirmou com bastante confiança que Rafael era seu namorado e futuro marido. Que eles eram muito próximos e ela odiava ficar longe dele.Tudo isso enquanto ela organizava alegremente uma festa de chá, e Ricardo reclamava na cama sobre ela tentar reivindicar seu amigo como se fosse dela.Ricardo saiu logo depois disso, murmurando algo sobre meninas antes de descer as escadas.Ana me mandou descer para buscar chá de verdade e leite, aparentemente água da torneira do banheiro não seria suficiente. Ela herdou o o
……Eu fiquei quieta pelo resto do dia. Tudo em que eu conseguia pensar era em Felipe, preso naquelas correntes... sendo morto. Pedro percebeu minha falta de fala, muitas vezes perguntando se eu estava me sentindo bem. Ele me disse que íamos embora pela manhã, para um lugar perto da Matilha de Matilde, um lugar que me daria espaço para me conectar com meu lado de loba.Seus homens chegaram enquanto eu brincava de chá com Ana. Ele me apresentou a eles, e eu sorri, tentando lembrar seus nomes e me concentrar.Eles não me chamaram de Vitória, me chamaram de Luna em vez disso. Luna? Como se eu estivesse pronta para o título, qualificada para comandá-los.Mas eu nem sequer tinha uma loba ainda? Pedro afirma que pode senti-la, e eu acredito nele, algo dentro de mim estava me dizendo para confiar nele. Mas eu sou o tipo de pessoa que precisa ver para crer.Eu fiquei com Ana na maior parte do jantar. Ela era descomplicada, não mentia para mim. Não jogava comigo. Diogo me observava de perto dura
Ponto de Vista de VitóriaTrês semanas depois.— De novo! — Diogo grita comigo, de novo.De novo, de novo, de novo. Eu estava a ponto de enfiar esse "de novo" no rabo dele.Como isso é justo? Eu me juntei a uma sessão de treinamento à tarde com os guerreiros, sendo que só eu e Ricardo éramos os treinandos.Eu estava treinando com uma criança de quatro anos…Uma criança que, irritantemente, estava indo melhor do que eu.— Preciso respirar. — Eu gemo, colocando as mãos nas coxas enquanto me inclino para frente, tentando não vomitar o almoço.— Morta, Vitória. Você está morta numa batalha porque parou. Você não tem tempo para pausas, tempo para se recuperar. Precisa continuar se movendo.— Recuperar? — Eu resmungo de volta para ele.— Só estou dando aos meus pulmões a chance de respirar o oxigênio que eles tanto precisam.Há três semanas estamos na casa do lago de Matilde. Quero dizer, era linda e oferecia o espaço para treinar. Mas eu deveria ter ido embora três semanas atrás! Como
— Tia, cuidado! — Ricardo grita para mim, enquanto um guerreiro desliza em minha direção, tentando me derrubar no chão.Seu aviso me dá a chance de pular sobre o guerreiro, evitando o toque dele. Corro em direção a Ricardo, que tem três guerreiros logo atrás dele.Já tive o suficiente disso. Estamos aqui há horas, e eu estava exausta. Hora de encurtar o treinamento. O que ele vai fazer? Me trancar na casa do lago?— Ricardo, sai da frente. — Eu rosno enquanto corro em sua direção, e ele olha para trás quando eu passo por ele, correndo em direção aos três guerreiros que vinham em alta velocidade.Eu os derrubo. Me jogo diretamente sobre eles, confundindo-os completamente.Eles têm que mudar a postura no meio da queda, de ataque para garantir que eu não me machuque ao inevitavelmente colidir com um deles. Eles se movem rapidamente, mudando minha posição no último minuto para que, quando batemos no chão, eu estivesse estirada sobre eles.Um leve rosnado me informa que Pedro não gosta d