Aqueles olhos ainda estão queimando na parte de trás da minha cabeça e eu sei exatamente quem é. Eu o ignoro, decidindo assistir ao espetáculo em vez disso.Isso até que Pedro me chama à distância. Ele deve ter dado a volta por trás, me procurando. Achei que ele dormiria por mais tempo.Ele resmunga algo inaudível para Diogo antes de vir até mim com passos fortes e colocar a mão ao redor da minha cintura.— Vistam-se! — Ele grita para os homens, arrancando uma gargalhada de Diogo.— Eu não gosto de você olhando para outros homens! — Sua voz está tensa, mas sem maldade. Ele estava com ciúmes?— Não se preocupe, Pedro, eles não têm nada comparado a você. — Pisquei, até mesmo conferindo a largura de seu bíceps para garantir......Espero no café da manhã, não apenas pelos pãezinhos de canela, mas também pela criança de Diogo aparecer. Nenhum dos dois aparece à mesa. Eu estava quase certa de que Diogo e Matilde estavam juntos, será que ela era a mãe do filho dele?Está muito tenso à mesa
Ponto de vista de VitóriaTalvez eu ainda estivesse dormindo, afinal.— O que você está fazendo? — Diogo pergunta, sua voz ligeiramente bem-humorada.— Me beliscando. — Ai, isso realmente doeu. Eu devo estar sonhando, certo? Acho que saberia se eu fosse uma lobisomem. Quero dizer, tenho que depilar as pernas todos os dias… mas é cabelo, definitivamente não é pelo.— Confia em mim, você está acordada. Vitória, preciso que você se concentre… quem te ajudou? Quem foi que te ajudou a escapar? — A voz de Diogo tenta soar paciente, mas não está, consigo sentir a urgência por trás dela.Eu entendi! Isso é um culto, que deve cultivar e fumar suas próprias drogas. Estou um pouco desapontada que não é um retiro de ioga.— Vitória! — Ele rosna para mim, o que provoca um rosnado de volta de Pedro e até de Matilde.— O quê! — Eu grito de volta para ele, ele estava me irritando. Achei que eu era quem deveria irritá-lo.— Quem te ajudou...— Eu não sei... ele não quis dizer o nome. — Eu não men
Eu tinha sido mostrada ao hospital, aos campos de treinamento, à escola, mas só de longe, e agora a algum tipo de centro de segurança. Eu acho. Não tinha as barras de ferro separando cada cela como nos filmes. Mas passava a sensação de prisão.Eu estava realmente conversando, me sentindo muito sobrecarregada e precisando de um tempo sozinha para pensar.— Se renegados tentarem entrar em nossas terras, eles ficarão aqui até podermos verificar sua identidade. Então, dependendo do motivo de entrarem em nossas terras...— Renegados? — Minha cabeça estava girando. Diogo estava falando algo alienígena para mim, usando uma terminologia que eu não fazia a menor ideia do que significava.Eu acho que estava em estado de choque, para ser honesta. Minhas pernas se moviam, mas não sei o que as mantinha em movimento porque, para mim, elas pareciam trêmulas.Meus sentidos explodem, minha boca salivando quando sinto aquele cheiro de café e canela de novo. De onde estava vindo?— Eu te seguro. — A
Ponto de vista de PedroMomento inadequado, mas não consigo evitar de observar a bunda dela se movendo enquanto ela sai. Ela está abaixo do peso no momento, mas sua figura é feminina, com um bumbum e seios que eu não consigo evitar imaginar tocando. Ela pode ter estado fugindo, mas ainda transmite uma aura de classe, mas com bons valores. Será que ela é realmente filha de Fábio?Eu espero até que ela tenha saído das celas inferiores, ou como Diogo gosta de chamar... as salas de tortura. Este renegado está aqui há algum tempo, desde que o capturamos quando ele tentou fugir com Rebeca. Ele não disse uma palavra sequer, nem mesmo sob tortura.Uma vez que as celas estão seguras, eu me viro para ele. Posso sentir meu lobo tentando assumir o controle... esperando para rasgar esse desgraçado em pedaços. Mas esta não é minha Matilha, e ele deve ter informações que me ajudem a entender exatamente o que Vivi passou. Meus guerreiros ainda estão aqui, mas Diogo se recusou a deixar que eles o obse
— Você está relatando isso? — Eu me viro para um dos guardas que estava fazendo a conexão mental com Diogo.— Sim, Alfa! — Claro que ele estava.— Então ela não tinha ninguém? Ninguém veio procurá-la quando a mãe dela morreu?— O que você acha que apagar registros significa? — Ele rosna para mim.…..Eu não fumo, mas m*rda, agora entendo por que Diogo estava lutando para parar. Eu o encontro fumando do lado de fora da instalação das celas. Ele voltou por mim? Para garantir que eu não matasse o desgraçado?— E então?— E então o quê, presumo que seus homens tenham lhe contado tudo o que ele me disse...— Então ela está morta, ou pelo menos como se estivesse? — Ele coloca o cigarro no chão e o apaga.— Sim, isso explicaria por que não há traços dela. — Eu respondo, passando a mão pelos cabelos.M*rda, a pobre criança, usada por seu dinheiro.Caminhamos juntos de volta para a casa do Alfa, para encontrar Vivi andando de um lado para o outro no corredor, como um animal preso. Matilde ap
Ponto de vista de VitóriaEu me recuso a descer para compartilhar outra refeição com eles. Sim, estou morrendo de fome, mas agora, eu não posso ficar perto deles.Nem mesmo de Pedro.Por alguma razão, há uma atração em direção a ele, mas ele era velho demais para mim. Ele deve ter a idade de Diogo, que tem vinte e quatro, e eu dezoito. Seis anos é uma grande diferença, com certeza? Eu nem sequer experimentei nada ainda, e ele parece exalar confiança. Ele é experiente no mundo e com mulheres, sem dúvida. O que eu realmente posso oferecer a ele?No que eu me meti? O que meu pai vai dizer... vai fazer?Eu não posso acreditar no que está acontecendo... que existe um mundo secreto de lobisomens. Que eu deveria ser uma também?Sim, Rebeca tinha um lado de vadia, eu experimentei isso em primeira mão, mas ser capaz de assassinar os pais de Matilde em um ataque tão calculado... sério? E então colocar a culpa em Diogo e sequestrar uma criança inocente? Em um jogo de poder... eu não sei. Tudo pa
Ponto de vista de Vitória— Se esse fosse o caso, você teria usado o portão principal. — Os homens começam a sair das sombras, seus olhos ainda queimando em mim enquanto bloqueiam meu caminho. Deixando bem claro que não estavam dispostos a me deixar passar.— Eu não sou prisioneira aqui, agora saiam da frente. — Eu grito de volta, minha própria voz me surpreendendo dessa vez pela força por trás dela. Não soava como eu.Eu tento passar por eles quando o ouço vindo por trás. Eu não preciso me virar, posso sentir seus olhos na parte de trás da minha cabeça, como uma visão quente, queimando em mim.— Eu estou indo embora! — Eu ordeno, já tendo tido o suficiente dessa porcaria. Eu não deixei uma pessoa controladora para estar perto de outra. Prefiro tentar a sorte por conta própria.— Não! — Ele ruge.— Não? — Eu me viro de repente, franzindo o cenho para ele.— Eu agradeço pela hospitalidade, mas estou indo embora. Eu não quero fazer parte disso... dessa vida que você tem.— Agora já
Ponto de vista de VitóriaEstávamos sozinhos agora, exceto por alguns de seus guerreiros que estavam longe o suficiente para nos fazer sentir isolados. Ele me carrega devagar pela floresta, tomando seu tempo para ser cuidadoso comigo. Não há necessidade, eu me sinto segura em seus braços, mesmo que ele estivesse correndo a uma velocidade de cem milhas por hora.Minha cabeça está apoiada contra o peito dele, meus olhos se enchendo de lágrimas enquanto tento conter meus soluços silenciosos. Eu realmente não pertencia aqui, não importa o quão bem me sentisse em seus braços.— Só me deixa ir... — Eu soluço baixinho, enquanto lágrimas suaves escorrem pelo meu rosto. Eu realmente não pertencia a este novo mundo que havia descoberto. Isso me assustava.— Eu não posso, gatinha, não agora. Não agora que finalmente te encontrei. — Ele quase ronrona, como o gato que ele continua me chamando. Sua voz é como uma canção de ninar no meu ouvido e me chama para dormir, até que um de seus guerrei