Ponto de Vista de VitóriaEu estava começando a perceber, enquanto me sentava no banco de trás de um grande SUV preto, que estava equipado com todos os gadgets e materiais finos, que isso talvez não fosse um sonho.Ao me beliscar, realmente doía.Fiquei triste quando o homem deliciosamente carrancudo colocou roupas, eu estava gostando da vista... exatamente o que os sonhos devem ser feitos. Eu me divertiria muito seduzindo-o quando chegasse o momento de escapar...Quando essa tal de Matilde me colocou no banco de trás do carro dela e trancou as portas, comecei a entrar um pouco em pânico.Eu podia vê-los pelas janelas traseiras escurecidas, um pequeno grupo estava conversando sobre mim. Pedro, era isso? O que eu queria lamber de cima a baixo.Seus olhos não saíram de mim nem uma vez, e quando Matilde me colocou no carro, pensei que ele ia arrancar o braço dela de mim.O outro sujeito, o que se parecia com meu pai, era perigoso. Eu não gostaria de cruzar o caminho dele, mas é exatam
— Paciência, meu amor, eu valho a pena esperar! — Ele riu antes de nossos olhos se encontrarem no retrovisor.Pedro entrou no banco do passageiro da frente e eu senti a energia no carro mudar. Era como quando você pensa que está sozinho em um quarto, mas vê algum tipo de sombra no canto do olho... medo, antecipação... os pelos da minha nuca se arrepiaram.— Pedro, você precisa controlar sua aura. Você não deve nos temer, Vitoria. — Disse Matilde, segurando minha mão. Foi só então que percebi que eu estava lutando para respirar, agarrando meus pulmões.…..O Doutor Danilo me examinou, tirou uma amostra de sangue e enviou para análise. Ele parecia obcecado em verificar meus olhos regularmente, talvez achasse que eu tivesse batido a cabeça.Ele disse que não tinha insulina à disposição, que eles não precisavam dela... mas que verificaria meus resultados de sangue para ver por que eu a estava tomando.— Pode nos dizer por que estava se escondendo em um galpão? — Perguntou Matilde ge
Ponto de Vista de DiogoEspero até que a porta do meu escritório esteja fechada antes de me virar para Matilde. Ela podia sentir minha raiva crescente, o desgraçado. Usando todo o dinheiro dessa garota, dinheiro que ele não ganhou. Dinheiro que era dela. Mantendo a loba dela presa nos cantos mais escuros de sua mente para que ela não tivesse ajuda. Ele a isolou completamente.Não duvido nada que ele também tenha matado a mãe dela.— Agora sabemos como ele tem financiado os ataques e seguidores... — Matilde suspira, encostando-se na porta. Sua cabeça inclinada para trás, o pescoço mais exposto... minha marca mais visível.Cada vez que eu a vejo, meu lobo manda uma poderosa onda de emoções através de mim. Ele estava desesperado para que ela nos marcasse, mas eu já havia errado com Matilde no passado. Preciso fazer a coisa certa por ela. No nosso próprio casamento, eu não estava particularmente presente mentalmente, uma cerimônia era minha maneira de compensar isso.— Quero dizer, car
— Doze anos é uma idade jovem, eles provavelmente não sabiam como lidar com você.— Talvez, mas depois fui diagnosticada com diabetes e simplesmente fiquei em casa. — Ela boceja, seus olhos lutando para se manterem abertos.— Você deveria descansar. Posso ficar aqui enquanto você dorme, se quiser.— Seria bom, obrigada. — Sua cabeça já começava a cair, ela estava ficando sonolenta. Em segundos, ela já estava dormindo, seu corpo finalmente cedendo ao descanso tão necessário.Durante o sono, ela lentamente se aproximava de mim, sua cabeça repousando no meu ombro.Ela era a criatura mais linda que existia. Eu não me importava se ela tinha ou não uma loba, eu já sabia que a protegeria com minha vida e com minha Matilha. Ela era minha companheira destinada, minha Luna da Fúria Noturna.Ela tinha um corpo que era um presente da Deusa para o homem... ou para o lobisomem. Ela tinha uma figura de ampulheta, como as atrizes dos dias glamourosos de Hollywood. Seios que, mesmo agora, subiam a ca
Ponto de vista de VitóriaEntre o apartamento decadente, o armazém e agora a casa de Diogo, levo alguns momentos ao acordar para realmente lembrar onde estou. Piscar os olhos algumas vezes quando acordo. Nunca houve nada de errado com minha visão, mas agora consigo ver cada ponto de tinta branca no teto. Como se estivessem em alta definição. Um cheiro me envolve, café e canela. Profundo com especiarias, me pergunto o que estava sendo preparado para o café da manhã.Meu rosto fica vermelho quando percebo, muito lentamente, que estou enrolada nos braços enormes de Pedro. Enormes era um eufemismo, com certeza ele poderia puxar um ônibus com esses braços. Ele está dormindo, graças a Deus. Porque minhas pernas estão praticamente sobre ele, estou completamente envergonhada, embora ele não pareça perceber. Pelo menos ele não pode ver minhas bochechas vermelhas. Consegui escapar do casulo dele em busca do café e dos pãezinhos de canela que estavam sendo preparados para o café da manhã.6 da m
Aqueles olhos ainda estão queimando na parte de trás da minha cabeça e eu sei exatamente quem é. Eu o ignoro, decidindo assistir ao espetáculo em vez disso.Isso até que Pedro me chama à distância. Ele deve ter dado a volta por trás, me procurando. Achei que ele dormiria por mais tempo.Ele resmunga algo inaudível para Diogo antes de vir até mim com passos fortes e colocar a mão ao redor da minha cintura.— Vistam-se! — Ele grita para os homens, arrancando uma gargalhada de Diogo.— Eu não gosto de você olhando para outros homens! — Sua voz está tensa, mas sem maldade. Ele estava com ciúmes?— Não se preocupe, Pedro, eles não têm nada comparado a você. — Pisquei, até mesmo conferindo a largura de seu bíceps para garantir......Espero no café da manhã, não apenas pelos pãezinhos de canela, mas também pela criança de Diogo aparecer. Nenhum dos dois aparece à mesa. Eu estava quase certa de que Diogo e Matilde estavam juntos, será que ela era a mãe do filho dele?Está muito tenso à mesa
Ponto de vista de VitóriaTalvez eu ainda estivesse dormindo, afinal.— O que você está fazendo? — Diogo pergunta, sua voz ligeiramente bem-humorada.— Me beliscando. — Ai, isso realmente doeu. Eu devo estar sonhando, certo? Acho que saberia se eu fosse uma lobisomem. Quero dizer, tenho que depilar as pernas todos os dias… mas é cabelo, definitivamente não é pelo.— Confia em mim, você está acordada. Vitória, preciso que você se concentre… quem te ajudou? Quem foi que te ajudou a escapar? — A voz de Diogo tenta soar paciente, mas não está, consigo sentir a urgência por trás dela.Eu entendi! Isso é um culto, que deve cultivar e fumar suas próprias drogas. Estou um pouco desapontada que não é um retiro de ioga.— Vitória! — Ele rosna para mim, o que provoca um rosnado de volta de Pedro e até de Matilde.— O quê! — Eu grito de volta para ele, ele estava me irritando. Achei que eu era quem deveria irritá-lo.— Quem te ajudou...— Eu não sei... ele não quis dizer o nome. — Eu não men
Eu tinha sido mostrada ao hospital, aos campos de treinamento, à escola, mas só de longe, e agora a algum tipo de centro de segurança. Eu acho. Não tinha as barras de ferro separando cada cela como nos filmes. Mas passava a sensação de prisão.Eu estava realmente conversando, me sentindo muito sobrecarregada e precisando de um tempo sozinha para pensar.— Se renegados tentarem entrar em nossas terras, eles ficarão aqui até podermos verificar sua identidade. Então, dependendo do motivo de entrarem em nossas terras...— Renegados? — Minha cabeça estava girando. Diogo estava falando algo alienígena para mim, usando uma terminologia que eu não fazia a menor ideia do que significava.Eu acho que estava em estado de choque, para ser honesta. Minhas pernas se moviam, mas não sei o que as mantinha em movimento porque, para mim, elas pareciam trêmulas.Meus sentidos explodem, minha boca salivando quando sinto aquele cheiro de café e canela de novo. De onde estava vindo?— Eu te seguro. — A