Ponto de vista de MatildeInspira, expira.Era o que eu continuava repetindo para mim mesma para parecer calma, tranquila por fora. Mas, na verdade, por dentro, meu coração estava se partindo.Minha loba, se pudesse, estaria arrancando os cabelos. Ela passou a última hora implorando para que voltássemos, para que fôssemos buscar nosso companheiro e o trouxéssemos conosco.Por que eu não fiz isso?Se Fábio não pode nos tocar nas terras da Matilha Pedra Preta... por que eu não sugeri isso? Diogo estava com tanta pressa de nos colocar na estrada que minha mente não conseguiu pensar rápido o suficiente.Era como ir contra a gravidade, mas eu não estava voando, ainda estava caindo... como se para trás. Não conseguia explicar.A cada quilômetro que nos distanciávamos da Matilha Luar Vermelho, meu coração se partia ainda mais. Eu podia sentir, sentir meu coração apenas se mantendo inteiro, unido por alguns fios. Esses fios me mantinham em movimento.Eu não conseguia olhar para o lado, para D
— Danilo, só entra na próxima estrada. Vai ter arbustos ou algo assim, vamos ser rápidos — Rafaela exige, apontando para a próxima curva à direita.— Por favor, papai, está doendo.Ele faz a curva conforme instruído e para ao lado da estrada, perto de alguns arbustos.— Sejam rápidas! — Ele exige de Rafaela, que leva Ana para mim enquanto eu entro em uma conexão mental com os guerreiros atrás de nós.— O que está acontecendo, Alfa?— Ana só precisa de uma rápida parada para o banheiro.Elas foram rápidas e Ana, aliviada, volta para o carro e é colocada no cinto graças a Rafaela.Começamos a nos mover novamente, tentando voltar à rota principal, quando um guerreiro se conecta mentalmente comigo do carro atrás de nós.— Alfa, estamos sendo seguidos.— O quê? — Respondo, abrindo a conexão mental para incluir Danilo.— Tem certeza? — Pergunto.— Absoluta, Alfa.— Vamos ver se conseguimos despistá-los. — Danilo rosna, pegando outra curva, tentando voltar para a rodovia. Pego meu telefone
Ponto de vista de DiogoFomos direto ao trabalho, não importava que fosse de noite, não tínhamos tempo a perder. Guilherme e eu não paramos, estamos trabalhando com a minha equipe de TI para hackear todos os negócios conhecidos com os quais meu pai está ligado. Também estamos encontrando aqueles com os quais ele mantém alguma afiliação. São muitos, ele tem estado muito ocupado para alguém que deveria estar em uma aposentadoria pacífica.Como já disse antes, meus homens são os melhores, e a chance de se vingar do antigo Alfa só os motivou ainda mais.Mantivemos a equipe pequena, eu não queria que os membros da Matilha soubessem o que estávamos fazendo, e também não queria causar pânico.Estamos congelando dinheiro online e retendo dados das empresas. Quando a bolsa de valores abrir de manhã, as empresas serão inúteis, incapazes de negociar, e os preços das ações vão cair como resultado. Preciso atingi-lo onde dói...Dinheiro e poder. Isso é tudo que ele valoriza, e é aí que vou machucá
Ponto de vista de Diogo— Preciso criar um plano para garantir que, se algo acontecer comigo, a Matilha, a Aliança e todos os negócios sejam transferidos para Matilde… até que Ricardo tenha idade suficiente.— Diogo... — Guilherme suspira, não apenas com a ideia de algo me acontecer, mas com o fato de eu colocar esse fardo em Matilde. Ela é forte o suficiente para lidar com isso, ela já mostrou isso.Ela teria Danilo ao lado dela, assim como Pierce, Milo e Candice. Ela teria apoio suficiente para superar isso.— É isso ou meu pai e Rebeca. Eu confio minha vida a Matilde, ela cuidaria da Matilha Luar Vermelho…...Um pouco mais tarde, assinei muitos documentos legais que transfeririam a posse da Matilha, da Aliança e de todos os negócios para Matilde, caso eu morra.Pelo menos assim estou ajudando ela e as crianças, e impedindo que meu pai ou Rebeca coloquem as mãos no poder que eu detenho.Eles comandariam a Aliança embriagados de poder e destruiriam qualquer Matilha que se recusasse
Ponto de vista de DiogoMeu lobo estava inquieto, pressionando logo abaixo da superfície, nervoso porque também não conseguíamos falar com Danilo. Se você não consegue falar com o Alfa, deveria ao menos conseguir falar com o Beta.— Isso não é bom o suficiente! — Ele rosna para mim na minha cabeça.— Eu sei que não é bom o suficiente — Retruco para ele, maldito lobisomem!Tento o número dela pela segunda vez, mas vai direto para a caixa postal, de novo. Tento o número da casa da Matilha Pedra Preta, na remota chance de que eles tenham perdido os celulares ou as baterias tenham acabado. Sei que é um tiro no escuro, mas preciso de alguma esperança aqui.Disco o número da casa, rezando para a Deusa da Lua que Matilde esteja segura e atenda, mas claro que isso não vai acontecer, vai?O telefone toca algumas vezes, e eu tenho que discar de novo. São as primeiras horas da manhã, afinal, e ninguém esperaria uma ligação a essa hora.— Alô? — A voz rouca da Sra. Bianca atende minha ligação.
Ponto de vista de Diogo— Consegui! — Digo, quando meu telefone vibra com a mensagem. Abro a localização e vejo que está a apenas uma hora de distância daqui.— Estou indo… — Respondo, pronto para desligar o telefone.— Espere, vou com você...— Tudo bem, venha nessa direção. Mas eu te mantenho informado sobre onde me encontrar, se aqui ou lá. Se eles não estiverem lá, você precisa se preparar para a batalha, Gabriel. Estou falando de guerreiros, armas e armaduras. — Por mais que me doa dizer a próxima parte, preciso. Tenho que fazer isso por ela, para garantir que seus guerreiros estejam prontos.— A Matilha Pedra Preta está enfrentando a possibilidade real de que tanto o seu Alfa quanto o seu Beta estejam fora de combate. Você precisa soar o alarme em toda a aliança e manter as Matilhas e seus guerreiros em alerta. No momento, você está no comando, Gabriel. Não me faça me arrepender de confiar em você.Eu podia ouvir sua respiração pelo telefone enquanto me virava para Guilherme, q
Ponto de vista de Rafael— Pai, o que foi? O que está errado? — Esfrego meus olhos, ainda sonolento, enquanto fico de pé no topo da escada.Era muito cedo para ele estar acordado, mesmo que ele costume acordar cedo para o treino todas as manhãs... hoje é cedo demais. Ele tinha acabado de voltar para casa, de onde ele estava? Ainda era muito cedo para já ter terminado o treino.Algo me acordou, um sonho estranho. Acordei quente e suado, o que é muito estranho porque não faço isso desde que eu tinha a idade do Ricardo. Então, por que agora? Eu podia sentir o suor molhando minha camiseta de super-herói, que ainda estava grudada no meu peito.— Nada, volte para a cama! — Eu podia sentir a mentira nele, o pai nunca mentia. Algo tinha que estar errado. Será que era a mamãe? Ou o bebê?Eu me certifiquei de que todos os meus brinquedos estavam guardados desde que ela caiu da escada, na verdade, doei a maioria dos meus brinquedos para a ala infantil do hospital. Não podia arriscar que algo
— Nem pensar, Rafael!— Pai, Ricardo e Ana precisam de mim. Eu não posso ficar aqui sem fazer nada...— Você não vai ficar... você vai cuidar da sua mãe.Eu entendo completamente o que ele está dizendo. A mamãe não pode ficar sozinha agora, mas eu tenho essa sensação crescente dentro de mim de que Ana está me chamando, que ela precisa de mim. Se ela está com medo, como estava no porão durante o ataque dos renegados, ela vai precisar de mim para acalmá-la.— Pai, o Ricardo diz que um dia eu vou ser o Beta dele. Eu não posso deixá-los, não se eu puder ajudar. Peça para a Sra. Bianca cuidar da mamãe, eu não vou deixar você ir sem mim!………Meu pai não estava nada feliz com a minha presença no carro, seus olhos queimavam nos meus pelo espelho retrovisor. Ele insistiu em dirigir, me mantendo com ele o tempo todo.A Sra. Bianca estava sentada com a mamãe e garantiria que ela fosse ao hospital se algo mudasse com o bebê. Levamos vários carros, todos os guerreiros preparados e armados, pront