Ponto de Vista de MatildeEu observava Diogo sair, assim como muitos dos convidados. Muitos sabiam que eu era a Luna da Matilha Luar Vermelho, meu anonimato agora completamente perdido. O Alfa da Pedra Preta que é a ex-esposa do Alfa da Luar Vermelho. Mas nós não éramos mais ex. E isso não tinha realmente sido confirmado até agora, até ele reivindicar meus lábios como seus na frente de todos os convidados.Algo parecia errado... Eu não conseguia colocar o dedo no que era. Diogo saiu com tanta pressa agora, e pela primeira vez não discutiu comigo em relação aos seus próprios guerreiros. Isso significava que ele estava preocupado o suficiente com algo de volta na Matilha para levar seus guerreiros com ele, os protetores supremos da Matilha. O que aumentava minha preocupação de que ele pudesse estar caminhando para o perigo.Eu podia sentir Rafaela na conexão da Matilha. Um novo calor se adicionava à minha alma, seu puxão na Matilha se acomodando gentilmente no meu peito, esperando para
Dirigi meu carro esportivo vermelho até a casa Alfa, chocado ao encontrar homens que deveriam estar no portão do lado de fora da casa.— O portão está desguarnecido, VOLTE AGORA! — Rosnei através da conexão mental, observando os homens se submeterem ao meu comando duro e irritado. Também estava irritado com Guilherme por deixar isso acontecer sob sua supervisão.Entrei na casa em direção ao meu escritório, e o que me aguardava quase chocou meu próprio lobo. Guilherme estava tenso, em pé sobre minha mesa, tentando evitar que seu próprio lobo se transformasse, enquanto meu pai estava sentado à minha mesa, com os pés para cima, como se ainda fosse o dono dela.O lento rosnado que saiu da minha boca, mostrando meus dentes, aparentemente anunciou minha chegada. Com certeza ele já deveria ter sabido pela chegada do meu carro, mas ele gostava de brincar com a mente das pessoas.— Ah, meu filho, bom que você finalmente pôde se juntar a nós! — Ele disse, sorrindo, mas o sorriso não alcançou
Ponto de Vista de MatildeEu escuto o rosnado de Danilo reverberar na minha cabeça.— Ele pode ser seu sogro, Matilde, mas se continuar olhando para os gêmeos desse jeito, eu vou arrancar os olhos dele...Não preciso olhar para Danilo para saber o quanto ele está irritado; eu sinto sua raiva crescente. Meus olhos não desviam do velho Rei Alfa à minha frente, o homem que assinou o contrato de casamento com meu pai. Minha loba está contida, mas ela quer sair, quer ensinar alguns truques novos para esse velho cão. Danilo rosna novamente, insistente.— Matilde...Para acalmá-lo, movo Ricardo e Ana para trás de Danilo e Rafaela, de forma suave, e dou um passo à frente, me colocando entre eles e aquele homem. Eu o mataria antes que ele pudesse encostar um dedo em meus filhos. O movimento foi sutil, mas o suficiente para arrancá-lo de seu olhar fixo em Ricardo. Agora sou eu o alvo de seus olhos frios, de um azul-acinzentado, não tão impressionantes quanto os de Diogo, mas ainda assim cort
Fábio estava diante de mim, com a arrogância de sempre.— Droga, Diogo, você deixou eles chamarem outro homem de pai?Eu sabia que ele não esperaria para atacar com veneno nas palavras.— O que te faz pensar que eles são do Diogo? — Retruquei, irritada. Meus filhos não eram troféus para serem reivindicados pela linhagem Alves.Minha resposta o incomodou. Ele se levantou lentamente, impondo sua presença, apoiando-se na mesa. A madeira rangeu sob seu peso.— Não insulte minha inteligência. O garoto, em particular, tem um lobo forte à espreita... mais cedo do que o normal. — Ele disse, desviando o olhar para a porta por onde nossos filhos tinham acabado de sair.Eu podia sentir a tensão no ar. Diogo deu um passo à frente, a voz grave e cheia de raiva.— Você precisa ir embora antes que meus homens o escoltem para fora das minhas terras. Eu sou o Rei Alfa, não você. Esse foi o acordo... — Ele sibilou entre os dentes, claramente irritado. Ele era mais forte, mais jovem. Seu lobo mataria
Ponto de Vista de MatildeNão consigo pensar rápido o suficiente no momento. Aos meus olhos, Diogo não quebrou nenhum contrato, tecnicamente ainda estamos casados e, se algo, a Matilha Luar Vermelho estava em seu auge, agora conectada à Matilha Pedra Preta.— Diogo, se ele voltar, eu vou ficar e te ajudar a se manter firme. Ele não vai conseguir te derrotar, especialmente quando você tem outro Alfa te apoiando. — Tomo um momento para acariciar seu cabelo que havia caído um pouco sobre os olhos. Ele costumava usar o cabelo mais comprido quando criança, mas o cortou na idade adulta, embora ainda fosse longo no topo.Ele era um adolescente tão bonito, todas as garotas tinham uma queda por ele, eu inclusive. Mas agora sei que ele escondia muita coisa por trás daquela fachada de garoto durão.— Se chegar a isso, eu vou lutar com ele. Não tenho mais medo dele como quando era criança. Mas tenho medo do que ele pode fazer se vencer, do que isso significaria para Ricardo. Então, por favor,
Eu a levanto de cima de mim levemente e a coloco ao meu lado no sofá. Ela ainda não ouviu a chegada deles, seus olhos segurando lágrimas que ainda não caíram. Eu me amaldiçoo internamente por ser o responsável por essas lágrimas, mas é para o bem dela. Para mantê-la segura.— Mãe? — Ricardo chega primeiro, sem deixar sua irmã vencer a corrida dessa vez.— Mãe, por que aquele homem disse que vocês dois eram casados? — Ele insiste, querendo saber.— Desculpa, Alfas, eu tentei evitar que eles invadissem. — Danilo entra logo atrás de Ana, que continua segurando seu coelhinho de pelúcia. Matilde vai responder, mas eu coloco minha mão em sua coxa e respondo primeiro.— Porque nós somos. Nos casamos há quatro anos, mas eu decepcionei sua mãe na época. Agora, vou compensar isso, compensar para os dois.— Diogo... — Ela continua tentando protestar, tentando me fazer mudar de ideia, mas minha decisão está tomada.— Eu preciso deixá-los ir por enquanto...Ricardo dá um passo em minha direção, s
Ponto de vista de MatildeInspira, expira.Era o que eu continuava repetindo para mim mesma para parecer calma, tranquila por fora. Mas, na verdade, por dentro, meu coração estava se partindo.Minha loba, se pudesse, estaria arrancando os cabelos. Ela passou a última hora implorando para que voltássemos, para que fôssemos buscar nosso companheiro e o trouxéssemos conosco.Por que eu não fiz isso?Se Fábio não pode nos tocar nas terras da Matilha Pedra Preta... por que eu não sugeri isso? Diogo estava com tanta pressa de nos colocar na estrada que minha mente não conseguiu pensar rápido o suficiente.Era como ir contra a gravidade, mas eu não estava voando, ainda estava caindo... como se para trás. Não conseguia explicar.A cada quilômetro que nos distanciávamos da Matilha Luar Vermelho, meu coração se partia ainda mais. Eu podia sentir, sentir meu coração apenas se mantendo inteiro, unido por alguns fios. Esses fios me mantinham em movimento.Eu não conseguia olhar para o lado, para D
— Danilo, só entra na próxima estrada. Vai ter arbustos ou algo assim, vamos ser rápidos — Rafaela exige, apontando para a próxima curva à direita.— Por favor, papai, está doendo.Ele faz a curva conforme instruído e para ao lado da estrada, perto de alguns arbustos.— Sejam rápidas! — Ele exige de Rafaela, que leva Ana para mim enquanto eu entro em uma conexão mental com os guerreiros atrás de nós.— O que está acontecendo, Alfa?— Ana só precisa de uma rápida parada para o banheiro.Elas foram rápidas e Ana, aliviada, volta para o carro e é colocada no cinto graças a Rafaela.Começamos a nos mover novamente, tentando voltar à rota principal, quando um guerreiro se conecta mentalmente comigo do carro atrás de nós.— Alfa, estamos sendo seguidos.— O quê? — Respondo, abrindo a conexão mental para incluir Danilo.— Tem certeza? — Pergunto.— Absoluta, Alfa.— Vamos ver se conseguimos despistá-los. — Danilo rosna, pegando outra curva, tentando voltar para a rodovia. Pego meu telefone