Havia um e-mail não lido. Gabriel sempre cuidou da segurança de TI, e raramente recebíamos spam. Era de um remetente desconhecido com uma foto anexada. Foi enviado esta manhã, e Danilo claramente ainda não tinha visto.Cliquei, e meu mundo inteiro desmoronou. A imagem era de Diogo com Camila na festa da Matilha Lua Crescente. Ele estava vestindo exatamente as mesmas roupas, e ela sentava no colo dele, se esfregando contra ele. Suas mãos estavam no pescoço dela e na bunda dela.O que era isso? Por que me enviaram isso? Senti as lágrimas se formando nos meus olhos, ameaçando cair com o menor piscar. Eu sabia. Sabia que não podia confiar nele. Esse tempo todo ele estava me manipulando, se aproximando das crianças, minando minha Aliança.Meu coração parecia que estava de volta há quatro anos. Estava sendo arrancado, e agora seria pisoteado.Ouço a voz dele pela porta do escritório.— Matilde?Não respondo de imediato. Não consigo nem olhar para ele.— O que aconteceu? — Ele interpreta muit
Ponto de Vista de MatildeEu não sei por quanto tempo fiquei no chão, mas em algum momento consegui secar os olhos. Meus filhos, meus filhos sempre me manterão firme. Respiro fundo, tentando me acalmar. O celular vibra com uma notificação de mensagem, me forçando a esticar o braço até a mesa. Ainda sentada no chão do escritório, pego o telefone e abro a mensagem. É de Gabriel.— Eu acho que a encontrei! — Ele escreve, fazendo meu coração começar a disparar, com a adrenalina tomando conta de cada veia do meu corpo.Outro bip.— Localizei um dos homens dela. Ele está falando, mas não posso mantê-lo por muito tempo, não sem mantê-lo como refém. O que você quer que eu faça? — A urgência na mensagem me faz digitar rapidamente. Não tenho tempo a perder, especialmente se Gabriel acha que o homem não vai esperar.— Me manda sua localização, saio agora. — Respondo, ansiosa para me encontrar com essa pessoa e tirar Gabriel do perigo. Ele logo me manda a localização. Não é tão ao norte quanto pe
Bem, seja o que for que ela fosse, eu poderia ser isso. Eu poderia ser sua Luna. Eu poderia te satisfazer de um jeito que nenhuma outra mulher pode. Ela se levanta e começa a caminhar ao redor da minha mesa. Eu observo enquanto um único dedo dela desliza pela superfície, tentando me seduzir. Uma tentativa melhor guardada para alguém mais receptivo.Ela passa pelo computador e sua mão repousa sobre minha coxa. Só o fato de ser tocado por outra mulher que não fosse Matilde faz meu sangue ferver.— Eu sugiro que se você quiser manter seus dedos, tire-os de mim. — Eu rosno, já cansado dessas mulheres insistentes que só queriam o título. Eu já tinha uma Luna, mas porra, ela agora era uma Alfa.— Diogo, vamos... — Ela resmunga, claramente não esperando que seu charme falhasse.— Camila, eu tenho uma companheira e, se você não sair deste escritório em cinco segundos, eu vou atacar a Matilha do seu pai como um lobo possuído! — Eu rosno, lutando contra o meu lobo que queria jogá-la para fora pe
Ponto de Vista de DiogoEla estava irritada comigo, eu entendia. Mas agora não era hora de ser irracional. Assim que a vi sair dirigindo, soube que precisava segui-la, só eu. Ela não podia me comandar, não da maneira que podia comandar Danilo. Eu era o único mais forte que ela.Segui meu instinto, tentando ouvir o puxão do laço de companheiros para encontrá-la. Deixei que ele me guiasse, confiando nele enquanto chegava nas encruzilhadas da estrada. Logo, e surpreso que realmente funcionou, a encontrei dois carros à minha frente em um semáforo. Quando o semáforo ficou verde, mantive distância no início, até ultrapassar o carro à frente e cortar na frente dele, deixando apenas um carro entre nós. A condução dela estava menos errática que da última vez, mas ainda rápida demais para o meu gosto.Ela estava definitivamente ultrapassando o limite de velocidade, e eu queria gritar com ela por ser tão imprudente. Mas então, ela era uma lobismulher e podia se curar melhor do que os humanos, en
Eu olho de lado para Matilde, tentando entender o que ela está pensando.— Você sabe com certeza que é o Gabriel? — Pergunto, mantendo o olhar fixo na estrada à frente.— Sim, claro... — Responde ela, sem hesitação.— Então você falou com ele? — Insisto, sentindo a frustração crescer.O silêncio que segue já me dá a resposta.— Não, então... — Rosno, apertando minhas mãos ao redor do volante. — Matilde, isso pode ser uma armadilha. Você precisa pensar mais claramente.Continuamos dirigindo em completo silêncio por mais de trinta minutos. Ela se recusa até mesmo a olhar para mim, mantendo o rosto virado para a janela do passageiro, como se as casas humanas lá fora fossem mais interessantes do que a nossa conversa. Se eu não pudesse ouvir seu coração batendo, pensaria que ela havia perdido o interesse em mim. Mas eu sabia que ela estava lutando contra todos os impulsos de não me encarar.Finalmente, uma ligação de Guilherme quebra o silêncio. Ela olha para mim, curiosa.— Guilherme? — At
Ponto de Vista de DiogoEra meu lugar feliz. Eu poderia passar dias lá só observando as suaves ondulações da água. A segunda metade da nossa jornada tomou um tom mais amigável. Matilde estava me contando sobre a casa no lago onde costumava ficar quando era criança, e como ainda vai lá regularmente com Ricardo e Ana. Eu não conseguia evitar olhar para ela, tinha a expressão mais fofa no rosto enquanto descrevia suas memórias mais queridas.— Assim que as coisas se acalmarem, planejo levar as crianças de novo, talvez colocá-las para nadar no lago. Aprendi a nadar desde pequena. Acho que é bom para as crianças nadarem. Talvez você possa vir com a gente? — Disse ela, virando-se para mim com um olhar esperançoso e um pequeno sorriso.— Eu gostaria. Não nado há anos. — Respondi.— Então você tem que vir, as crianças vão gostar. — O GPS me instruiu a sair da estrada principal, pegando uma estrada lateral em direção ao que parecia ser um prédio de fazenda abandonado ao longe. Enquanto dirigía
Eu mantinha meu olhar firme nele, enquanto sua hesitação era clara.— Calma aí, quero alguma garantia primeiro.— Como o quê? — Matilde levantou a sobrancelha para ele, desafiadora. Ela estava segurando sua aura, o que parecia confundi-lo. A minha, por outro lado, só aumentava, especialmente ao ver os olhos dele subindo pelas pernas dela como um velho pervertido.— Eu quero sair! O que significa dinheiro. — Seus olhos ainda estavam fixos em Matilde, o que me incomodava.— Quanto? — Rosnei, forçando seus olhos a se voltarem para mim, a ameaça mais imediata.— E terra... para começar uma nova vida.— Não se empolgue. — Sibilei, meus dentes cerrados, minhas mãos fechadas em punhos ao lado do meu corpo.— Também quero permanecer anônimo.— Então, o que você nos disser melhor que seja bom! — Matilde explodiu, sua frustração evidente.Eu poderia beijá-la naquele momento. Ela começou a liberar sua aura, deixando claro para aquele pedaço de merda que ela não estava disposta a ser enganada. Ele
Ponto de Vista de MatildeEu mal conseguia falar quando perguntei, quase engasgando de raiva:— Você ajudou ela a destruir a Matilha?A raiva crescente estava começando a tomar conta do meu corpo. Eu podia sentir o sangue bombeando mais forte, pulsando pelas minhas veias, meus músculos se preparando para minha loba tomar o controle. Ele não mostrava arrependimento algum, nada. A cada palavra que saía da boca dele, eu sentia o estômago revirar. Eu queria cortar sua língua para que ele parasse de falar sobre o pior dia da minha vida, como se tivesse feito um bom trabalho, uma missão cumprida com excelência. Ele falava como se fosse algo digno de colocar no currículo.Ele estava orgulhoso. Orgulhoso por causar tanta destruição a uma Matilha. E o que mais me matava era saber que meu pai teria sentido a morte de cada membro da Matilha até que chegassem nele. Era como uma bomba-relógio. Ele sabia que não poderia proteger minha mãe.Fechei os olhos com força, tentando afastar a imagem de mi