Ponto de Vista de MatildeEu guardei minhas inseguranças para mim mesma. Não tinha o direito de suspeitar de Diogo por algo. Ele não era meu, era? Ainda não, de qualquer maneira, e eu realmente planejava ficar com ele? Minha mente estava por toda parte, sem mencionar minhas emoções. Mas era muito mais fácil colocar aquela fachada fria de volta, costurar de volta os pontos quebrados do meu coração que começaram a se desfazer. Isso era mais fácil. A frieza me mantinha segura, me mantinha no controle. A montanha-russa de querer Diogo e, ao mesmo tempo, mantê-lo à distância, estava me dando uma chicotada, sem contar os sinais mistos que eu estava passando para ele. Ela era filha de um Alfa, ele o Rei da Aliança de que sua Matilha fazia parte. Não seria diferente de Otávio querer uma palavra privada comigo. Eu apreciaria Diogo voando em um ataque de ciúmes? Não.Danilo havia retornado com Ricardo do passeio, e isso me deu uma oportunidade de finalmente vestir meu menino e deixá-lo apresent
Alfa Pedro me chamou quando eu estava no meio de uma conversa, mas mantive meu gemido interno para não demonstrar irritação.— Alfa Matilde!Eu me virei rapidamente, sem perder a compostura.— Alfa Pedro, boa viagem! — Disse, já empurrando as crianças na direção de Danilo, que estava conversando com Otávio, Maria e Rafaela. Ele rapidamente entendeu o recado e estendeu a mão para Ana, que a segurou. Ricardo se posicionou ao lado dele, protegido pelo seu braço seguro.Havia muitas caras novas no evento, e as crianças se saíram muito bem, considerando que nunca tinham participado de algo assim fora do território da nossa Matilha. Ainda assim, sabia que a conversa com Pedro não seria fácil.— Devo dizer que estou intrigado com essa nova trégua entre a Pedra Preta e a Matilha Luar Vermelho — Ele começou, e eu já esperava algo do tipo.— Oh? — Murmurei, salvando as crianças de uma longa reclamação.— Bem, se você e Alfa Diogo estão conspirando juntos agora, não há mais um resultado imparcial
Ponto de Vista de DiogoEu permaneci na Matilha Lua Crescente por mais um dia, o que me agradou. Eu não gostava de passar muito tempo em outras Matilhas; eu tinha um jeito específico de fazer as coisas e, às vezes, achava difícil não esperar que os outros gerissem sua Matilha da mesma forma. Eu estava começando a entender o relacionamento de Matilde e Danilo... acho. Era mais um amor de irmãos um pelo outro. Não acho que sempre tenha sido assim da parte dele, especialmente quando ela era a Luna do Luar Vermelho, mas tendo encontrado sua companheira, eu diria que isso cimentou as coisas para ele.Não estou dizendo que achar a proximidade deles e o fato de minha filha chamá-lo de papai seja mais fácil, mas eu estava lidando melhor com o ciúme. Isso não quer dizer que eu goste dele tocando Matilde, abraçando-a nas escadas. Mas, se eu consigo manter minha respiração estável perto deles juntos, eu consigo falar algumas palavras tranquilizadoras internamente para o meu lobo. Eles quase não
Eu observo enquanto Matilde termina de cortar a carne de Ana em pedaços menores e coloca a mão gentilmente no braço de Ricardo.— Ricardo, o que está acontecendo? — Ela pergunta.— Coisa de menino, mãe, nada com o que se preocupar — Ele responde, tentando tranquilizá-la.Eu me pergunto: quantos anos Ana tem mesmo?— Você diz a hora, garoto, e eu estarei lá — Digo, tentando amenizar o clima.Matilde olha para mim e para Ricardo com desconfiança.— E você, Ana? — Ela pergunta.— Quero ver o Rafael... — Responde Ana.— Isso é uma boa ideia, preciso ver como Bruna está — Concorda Matilde, antes de ser interrompida por Ana.— Senti tanta falta dele, vou dar um beijão nele! — Ana estala os lábios fazendo um enorme barulho de beijo.Eu não consigo me segurar. Ela era jovem demais para estar pensando em beijar garotos.— Você não acha que é muito nova para garotos?— Ricardo é um garoto... — Ela praticamente mostra a língua para mim.— Sim, mas ele é seu irmão... — Respondo.Danilo intervém, p
Ponto de Vista de DiogoEu me sentia frustrado com ele. Ele era um completo idiota, mas me lembrava do Guilherme, e isso só me deixava mais irritado. Como eu poderia odiar alguém como o Guilherme? Ele estava ao meu lado desde que éramos meninos e conhecia a verdadeira identidade do meu pai. Chegou a assumir a culpa por coisas que eu fiz durante meus anos mais selvagens, só para que eu não enfrentasse a ira do meu pai.Eu queria odiar Danilo com todas as minhas forças. Para mim, ele era o vilão que roubou minha esposa e meus filhos. Mas ele era o Beta, e ela, a Alfa. Ele tinha que seguir as ordens dela. Isso significava que ela era uma manipuladora travessa, exatamente o que eu gostava nela.Danilo tinha ido direto ao hospital após o treino, dizendo que usaria as instalações de lá para se arrumar antes das suas rondas matinais. Ele parecia ansioso para terminar nossa conversa quando viu Rafaela andando pelo caminho da casa Alfa em direção ao hospital.Voltei para a casa Alfa e percebi
Diogo me olhava intensamente, cada sílaba saindo perfeita dos seus lábios:— Você tem me ignorado?Meus pensamentos se embaralhavam, mas eu respondia sem hesitar:— Você está ocupado com outras lobas...Seus olhos se estreitaram por um segundo, e ele se aproximou mais, segurando meu queixo delicadamente com os dedos, me obrigando a encará-lo.— Quem?Suspirei, tentando não desviar o olhar.— Camila?Ele riu suavemente, mas ao perceber minha seriedade, sua expressão mudou.— Você está falando sério?Balancei a cabeça, mantendo minha voz firme.— Por que não? Ela é muito atraente.Sua resposta veio rápida, com um tom mais despreocupado do que eu esperava:— Camila? Claro, se eu quisesse uma rapidinha em um canto de balada... mas...— Mas?Ele se aproximou ainda mais, seus olhos cravados nos meus, como se a resposta já estivesse ali.— Mas eu não quero isso.Minha voz saiu hesitante:— Então o que você quer, Diogo?Sua resposta foi direta, quase óbvia:— Não é óbvio? Eu quero você.Meus j
Ponto de Vista de MatildeEu estava sem fôlego. Ele não parou, nem mesmo até eu ter sentido o auge do meu prazer. Seus olhos estavam em chamas e eu senti um leve constrangimento por deixar meu próprio desejo me dominar. Quando ele estava por perto, eu perdia o controle. Especialmente agora que ele havia removido a mão e colocado os dedos na boca.Eu não conseguia respirar; ele me provava com uma fome estampada nos olhos.— Diogo... — Eu suspiro, chocada, ainda tentando recuperar uma respiração estável.— Você tem um gosto divino, querida. — Ele lentamente tira os dedos da boca e coloca um beijo suave nos meus lábios.— Estou ansioso para experimentar de verdade. — Ele encosta a testa na minha, sentindo minha respiração. Ele parece orgulhoso de como me afetou. Meu coração, que está desacelerando, começa a liberar a pressão apertada no peito.Então, ele faz algo que eu não esperava. Ele me puxa para cima, senta-se atrás de mim na cama e me coloca em seu colo.No começo, eu não sei o que
Eu estava sentada na cama ao lado de Diogo, perdida em pensamentos, quando ele riu e comentou:— Você pensa tão longe assim?Tentei manter o foco, mas ainda assim respondi:— Diogo, também sou culpada de propaganda contra sua Aliança. Mesmo que tenhamos duas alianças, duas Matilhas, mas vivamos juntos no meio, eu farei isso funcionar. Vou garantir que sim. Rebeca sequestrou nosso filho e matou seus pais, eu dei uma corda longa para ela... Eu sou um pouco culpada.Ele franziu a testa, se inclinando para cheirar meu cabelo, como se estivesse buscando conforto em meu cheiro.— Ela te deixou para morrer, Diogo — minha voz saiu firme, mais determinada do que eu esperava. — Acredite em mim, quando eu a vir novamente, vou fazê-la sofrer.Diogo reagiu instantaneamente, puxando-me para mais perto, deitando-se sobre mim, as mãos firmemente segurando meu rosto.— Escute-me, Matilde! Você não deve fazer nada imprudente. Prometa para mim?Eu sabia que isso seria difícil para ele. Ainda assim, minha