Eu cometi um erro e pretendo compensá-lo. Assim que encontrar a Rebeca, eu saio do seu caminho. – Diogo tentou, mas eu não caí nessa.– Eu não acredito nisso mais do que você, Diogo. Eu posso não ser de sangue, mas eles são meus filhos e eu não vou deixar você machucá-los. – Respondi, levantando uma sobrancelha para ele, enquanto tentava me conectar mentalmente com Matilde para ver onde ela estava, mas senti seu bloqueio.– Eu entendo isso, mas você tem seus próprios problemas agora... – Ele continuou.– Oh, e qual seria? – Questionei.Diogo se levantou, puxando o soro de hidratação junto com ele, sem se importar que estivesse puxando seu braço.– Você tem sua própria companheira para se concentrar, para confortar pelo fato de que você faz parte de outra família. Uma que ela não pode competir. Preocupe-se com sua companheira, e eu... e nós devemos ficar bem.Eu sabia que Diogo estava se recuperando mais rápido graças ao processo de reidratação, então decidi tirá-lo do hospital e o leve
Ponto de Vista de MatildeUma semana havia passado e parecia não haver sinal de que os membros da Matilha Luar Vermelho estavam indo embora. Hospedamos os guerreiros em algumas casas da Matilha, mas Diogo e Guilherme estavam determinados a permanecer na casa do Alfa. Claro que estavam, ele nunca poderia facilitar as coisas para mim, poderia?Eu não precisava me preocupar muito com Diogo me importunando, ele e Ricardo pareciam inseparáveis. Só o via na hora das refeições e, ocasionalmente, quando eu passeava pela matilha; caso contrário, me trancava no escritório. Mal havia visto Danilo também. Ele parecia ocupado ainda no hospital e pediu permissão para que Rafaela o ajudasse. Ver que ele estava se esforçando com ela aquecia meu coração. Os dois estavam tentando, o que às vezes era o passo mais difícil.Bruna e Rafael estavam aparecendo mais na casa, especialmente na hora das refeições. Queria ter certeza de que ela estava bem na ausência de Gabriel. A conexão de companheiro não tem l
— Fora da cama, Ricardo... — Eu ordeno, lançando-lhe um olhar incisivo.Ele desce e senta na beirada da cama de Ana, transbordando irritação. Subo na cama dele, com uma caixa de brinquedos vazia que Ana me entregou. Para preparar a caixa para mim, ela literalmente jogou todo o conteúdo no carpete. Reviro os olhos internamente. Ela tinha que escolher os brinquedos brilhantes que sempre deixam marcas no carpete...— Você vai pegar ou não? — A voz de Ricardo reclama depois de eu ter ficado parada olhando para a aranha por alguns minutos. Ela deve estar olhando para mim, deve estar se preparando para me atacar.— Ricardo, pare! — Eu o repreendo, mas a aranha se move e um grito escapa de mim.Sinto um arrepio percorrer minha espinha quando ouço a voz dele de repente.— O que está acontecendo? — É a voz que faz com que arrepios corram pela minha pele e os pelos da nuca se arrepiem.— A mamãe está tentando pegar a aranha... — Ana começa a explicar.— Tentando... Ela está parada aí há minutos.
Ponto de Vista de MatildeEstou no quarto, ainda absorvendo tudo o que aconteceu, quando ouço a voz de Danilo lá em baixo chamando meu nome.— Matilde?De repente, Ana sai correndo do quarto e desce as escadas, inocentemente informando Danilo sobre o drama da aranha.— Papai, tinha uma aranha grande. Mamãe não conseguiu pegá-la... mas o Diogo conseguiu.Consigo ouvi-la, mas sua voz parece distante. O pulsar do meu próprio coração é alto nos meus ouvidos. O tempo parece desacelerar enquanto Diogo está diante de mim. Ele me olha com um sorriso que carrega uma provocação sutil.— Acho que ele sabe. — Sua voz grave e sexy tem um tom de provocação.Engulo em seco, mas minha garganta está tão seca que meus olhos começam a lacrimejar. Meu olhar cai para os lábios dele enquanto ele os lambe para mantê-los úmidos. Tento me acalmar, respirar, mas é difícil.Dou um passo para trás, tentando me distanciar, mas Diogo toca meu cotovelo, impedindo-me de ir mais longe.— Você está me evitando? — Ele
Ricardo passou por muita coisa, então eu realmente não queria perturbá-lo novamente. Ainda assim, Pedro gritou o nome dele:— Ricardo?Eu só consegui balançar a cabeça em descrença quando ele chamou o menino, que apareceu correndo para dentro da sala, seguido de Ana e Rafael.— Alfa? — Ele perguntou, com os olhos fixos em mim.— Sua mãe foi convidada para a Matilha de outro Alfa. Você gostaria de ir? Não seria muito cedo demais? — Pedro parecia sempre saber como contornar as situações.— Eu gostaria de ir. — Ricardo olhou de relance entre Danilo, Diogo e eu.Ana, por outro lado, se apressou em falar, usando o tom mais doce que conseguia:— Eu não quero ir, posso ficar aqui na casa do Rafael? Ele é meu namorado, ele vai cuidar de mim?Aquilo claramente já tinha funcionado com Rafael, mas eu sabia que não teria o mesmo efeito sobre Danilo.— Não! — Tanto Danilo quanto Diogo responderam ao mesmo tempo.— Por quê? — Ana fez beicinho, começando a se aborrecer.— Porque você é muito jovem pa
Ponto de Vista de MatildeO convite era para uma estadia de uma noite na Matilha Lua Crescente, o que não era incomum. A maioria dos Alfas precisava viajar uma certa distância, e parecia apenas educado oferecer-lhes uma cama confortável para a noite em gratidão por terem viajado tanto.Pedro adorava me provocar, sempre dizendo:— Você parece uma estrela de cinema de Hollywood viajando com seu séquito.Ocupávamos vários quartos, e eu me preocupava se estávamos nos impondo demais ao Alfa Luís. Mas ele parecia entender minhas preocupações com a segurança e estava mais do que feliz em nos acomodar.Tínhamos viajado em nossos próprios carros da matilha. Danilo estava no nosso, junto com as crianças e eu. Diogo seguiu no carro de trás com Guilherme, Rafaela e Pedro, acompanhados por uma mistura de seguranças.Eu me perguntava se seria assim a nossa vida a partir de agora: Diogo sempre no carro atrás ou à frente, mantendo-se separado dos filhos.Minha mente se voltou para a noite anterior. L
Eu me virei, ignorando-o, mas sabia que ele tinha uma visão completa da minha bunda. Por que ele estava aqui tão tarde? Ele já deveria estar dormindo.A celebração estava envolta em mistério. Não havia um código de vestimenta definido, apenas vestir-se para a festa. Escolhi um vestido rosa empoeirado, sem alças, justo ao redor do meu corpo e que terminava logo acima dos joelhos. Meu cabelo loiro branco estava solto, estilizado de lado, e eu usava saltos altos pretos de grife, com a parte de trás vermelha.Ana usava um vestido de cor idêntica ao meu, um típico vestido de festa cheio de camadas, perfeito para rodopiar. Ricardo estava de camisa e calças, com uma pequena gravata borboleta. Danilo vestia um terno azul-marinho e tinha ido buscar uma bebida para mim, me dando a chance de observar a multidão.Eu podia ver Alfas de várias Matilhas presentes, muitos deles parte da minha Aliança, mas que eu ainda não havia conhecido pessoalmente. Eles olhavam para mim sem saber quem eu era. Manti
Ele entendeu meu olhar sedutor, e um sorriso arrogante surgiu em seu rosto, que logo se transformou em uma carranca. Observei seus olhos seguirem o grupo de homens reunidos ao redor de Pedro, e pude ouvir exatamente o que dois deles estavam dizendo.— Droga, pena que trouxe minha Luna comigo. Caso contrário, eu estaria em cima daquilo.Senti um nojo profundo pela falta de respeito dele, não só comigo, mas com sua própria companheira e Luna.— Ainda bem que não sou acasalado. Até o final da noite, vou estar pegando aquilo lá no banheiro.Será que os homens realmente falavam assim? Como se eu fosse sequer dar atenção para eles?— Você não tem chance... — O Alfa acasalado debochou desafiadoramente.— Ah é? Quer apostar?— Quanto?— Dois mil... — As palavras do Alfa sem par foram cortadas quando sua garganta foi envolvida pelo aperto firme de Diogo.— Quanto? — Ele rosnou agressivamente, empurrando o Alfa contra a parede.Ofegos ecoaram pela sala de festa. Diogo estava em puro modo de rei