Eu ainda estava processando tudo o que tinha acontecido quando Guilherme se virou para mim, depois de ver Rebeca sair do meu escritório.— O que aconteceu? — Perguntou ele, com uma expressão preocupada."Um desastre," pensei, sentindo a raiva subir à tona novamente. Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos antes de responder.— Um desastre, Guilherme! — Exclamei, a frustração clara na minha voz. — Cheguei ao ponto de encontro e a encontrei semi-inconsciente e sangrando muito da cabeça, com marcas de mãos no pescoço por ter sido presa ao chão pelo agressor...Eu me lembrei do estado em que a encontrei, e um rosnado saiu do meu peito. Guilherme me olhou com atenção, percebendo o quanto aquilo me afetou.— Ela está brava comigo por ter assustado o agressor, por ter perdido a informação, mas ele não estava lá para dar detalhes. Ele foi claramente enviado para assustá-la, para forçá-la a romper sua Aliança.Passei os dedos pelo meu cabelo, tentando aliviar a tensão. Guilherme fra
Ponto de Vista de Matilde— Tudo bem. — Assenti para Gabriel.Eu esperava que ele e Guilherme trabalhassem como uma equipe. Empurrei minha aura sobre Guilherme. Se eu não estivesse tão desesperada para ter Ricardo de volta, não deixaria Gabriel ir para um possível perigo. A companheira dele estava grávida e não precisava de mais estresse através do vínculo deles. Além do perigo de quem estava com Ricardo, minha mente se preocupava que Guilherme pudesse se voltar contra Gabriel.— Vou preparar alguns kits de primeiros socorros caso vocês dois encontrem problemas. — Danilo se ofereceu.— Sério? — Diogo debochou de Danilo, sem acreditar em quão bom ele realmente era.— Com sua permissão para entrar no centro médico? — Danilo perguntou, empurrando os óculos no nariz e encarando Diogo.— Guilherme pode te acompanhar! — Diogo respondeu.Eles saíram, e Danilo olhou nervosamente para mim antes de deixar o escritório. Eu precisava voltar para a minha Matilha. Suspirei, virando-me para olhar meu
“Fique calma, ele não está machucando ele... ele tem o direito de conhecer o próprio filho.” Minha loba afirma calmamente, tentando me impedir de começar uma nova discussão. Entro na cozinha com um sorriso divertido no rosto.— O que é tudo isso, mocinha? — Pergunto, já sabendo a resposta.— Desculpa, mamãe, eu estava com fome. — Ela ri, colocando a mão sobre a boca.Caminho até o armário, pego um copo e abro a geladeira para pegar o sumo de laranja. Despejo um pouco no copo, fingindo que não ouço os sussurros deles. Sento-me na mesa da cozinha, de frente para os dois, e coloco o copo de sumo de laranja na frente dela. Diogo mostra um lado mais suave quando fala com Ana, um lado que eu nunca tinha visto antes.— O que vocês dois estão sussurrando? — Pergunto, curiosa sobre o que eles estavam conversando.— Eu estava contando para o Alfa Diogo sobre a vez em que Ricardo jogou uma pedra na janela do seu escritório. — Ana responde.Sorrio com a lembrança. Ricardo sempre negou que tivesse
Ponto de Vista de MatildeEu estava deitada na cama de casal, com Ana adormecida ao meu lado. Acordei por volta das 5 da manhã, mas agora já eram 6. Passei a última hora observando Ana dormir, vendo suas suaves respirações, as pálpebras tremulando enquanto ela sonhava, e o jeito como ela abraçava seu ursinho de pelúcia. Aquilo derretia meu coração. Fiz uma promessa a mim mesma: assim que tivermos Ricardo de volta, vou observá-lo dormir também.Meu corpo estava em constante estado de estresse, o coração batendo mais rápido, e o desespero de tê-lo em meus braços estava gerando ataques de pânico que eu conseguia manter sob controle, mas apenas na privacidade do quarto. Olhei o relógio novamente: 6 da manhã. Será que era muito cedo para descer? Sempre me sinto estranha na casa de outra pessoa, andando por aí e me servindo das coisas. Mas não queria incomodar Bianca, e um chá verde me ajudaria a acordar para checar meus e-mails e ver se Gabriel tinha chegado à pedreira em segurança.Decidi
Eu me casei jovem, muito jovem. Queria fortalecer a Matilha dos meus pais, fazer minha parte. Quando cheguei, Danilo se ofereceu para vir e verificar as instalações. Como meu médico pessoal, ele nunca foi embora, e eu nunca pedi para ele ir. Ele foi o único amigo que tive em uma Matilha que era muito diferente da que cresci. Ana não está fazendo tanto barulho agora. Parou de alcançar as prateleiras de cima e está ouvindo atentamente. Eu continuo:— Ele tem sido minha luz nos meus dias mais sombrios. Meus filhos e Danilo me salvaram... Me mantiveram respirando. Ele é o melhor homem que conheço. Por favor, dê uma chance a ele.…..Assim que o relógio marca 7h, parece um horário mais razoável para começar a preparar o café da manhã. Ana desce e pede pão de queijo, que ela está fazendo com Bianca e Rafaela. Eu estou fritando um pouco de presunto e ajudando a preparar uma nova rodada de bebidas quentes.O cheiro de um ótimo café da manhã logo enche a cozinha, e Danilo, Diogo e Rebeca estão
Ponto de Vista de DiogoEu sabia que ele tinha enviado aquelas flores só para me irritar. Ele era um idiota. Se eu já não estivesse de mau humor por causa de Ana, que ficava chamando constantemente o Beta de "Papai" o tempo todo, agora estava pior por causa daquele maldito buquê de flores.De manhã, peguei Rebeca tentando subir na minha cama. Tive que expulsá-la. Sério, o que diabos estava acontecendo? As pessoas estavam deliberadamente tentando me frustrar?Saí da cozinha furioso. Aquelas flores foram a gota d'água. Mas, de qualquer forma, eu precisava ir para o treinamento, já que Guilherme estava fora do local.Maria estava lá, no meio disso tudo. Eu não podia recusar a entrada dela na Matilha, afinal, ela cresceu aqui e tinha família aqui. Mas droga, que péssimo timing! Ela sempre conseguia irritar Rebeca, o que geralmente me divertia, mas hoje não.Até Rafaela estava agindo de maneira estranha. E agora o Beta da Lua Crescente estava por perto, farejando tudo. O que diabos estava a
Eu a encaro com raiva e rosno:— Não.Ela ignora meu aviso e continua a fazer comentários sugestivos.— Deixando Matilde livre para reivindicar.— Não...— Por que não? Ela já é a mãe dos seus filhos, certo? — Ela levanta uma sobrancelha, desafiando-me.— Como você sabe?— Faço questão de saber. Então, ela te contou?Respondo com um tom grave, sentindo a raiva crescer dentro de mim.— Sim, ela me contou. Mas só porque não conseguiu manter meu filho seguro.Meu peito vibra com um rosnado profundo, mas ela não se deixa intimidar.— Isso não é justo, Diogo. Se ela estivesse no mesmo carro, estaria morta também.A ideia de Matilde morta me deixa frio por dentro. Lembro-me de vê-la ferida no armazém, uma visão que eu nunca gostaria de repetir. Preciso que Maria fique quieta sobre isso.— Mantenha isso para você mesma. — Ordeno, deixando meu lobo vir à tona, colocando mais aura no comando. Ela geme, mas se submete facilmente. Não tenho certeza se foi por causa da minha aura ou porque ela rea
Ponto de Vista de MatildeEu estava indecisa, mas Diogo me apressava:— Bem, você vai ou não? — Ele já estava saindo da casa do Alfa.— Eu dirijo! — O Alfa Pedro declarou, correndo à frente de Diogo em direção ao pátio. Nem sabia que ele estava por perto.Olhei para Danilo e Ana, meu coração apertado. Não podia simplesmente deixá-la de novo.— Mamãe, eu vou ficar bem, vá... Ricardo está esperando por você. — Ana não deu muita atenção ao fato de que eu estava prestes a sair, voltando sua atenção para o trabalho de matemática.— Vai, me mantenha informada. — Danilo se levantou e começou a sair da cozinha em direção ao pátio, com Otávio logo atrás.— Tá bom, querida, seja boazinha. Não vou demorar. — Coloquei um beijo no topo da cabeça dela e olhei para as outras mulheres na sala.Rafaela, Bianca e Maria me lançaram olhares gentis. Rebeca não estava lá, e se estivesse, eu teria pensado duas vezes antes de deixar Ana.— Eu sei... Eu fico. Eu prometo, vou mantê-la longe dela. — Maria, enten