Ponto de Vista de MatildeEu não conseguia me concentrar. Estava em perigo real de revelar nossa comunidade de shifters ao me transformar na frente dos humanos. Minha loba precisava explorar a área, sentir o cheiro de qualquer pista. Ela estava desesperada para sair, mas eu me esforçava ao máximo para contê-la. Ela choramingava na minha cabeça, desesperada para ter seu filhote de volta em meus braços. Nunca estive longe de Ricardo ou Ana, nem mesmo por uma noite. Sempre estive lá para colocá-los na cama, sempre fui a constante deles.Ele estava bem? Estava ferido? Não, eu não podia pensar assim.Olhei para os meus guerreiros mortos e uma angústia me invadiu. Por que eu não senti o vínculo da Matilha? Eu deveria ter sentido suas mortes, o triste rompimento do vínculo. Esse era um dos meus deveres como Alfa: sentir cada membro da Matilha, suas alegrias, mas também suas tristezas. Quanto tempo eles estavam assim?— O bilhete, Gabriel, pegue o bilhete! — Ordenei, tentando controlar minha v
— Nossas fronteiras estão seguras, Alfa, isso deve ter sido um erro. Ou, eles esperaram o carro entrar na estrada principal, longe o suficiente das nossas terras para evitar serem detectados. — Gabriel me tranquilizou, seu serviço de segurança era incomparável. Ele estava certo, eles deviam ter esperado uma chance na estrada principal.— Quero que essa nota de resgate seja enviada para investigação. Você me contata no momento em que tiver os resultados! — Ordenei a Gabriel, que, na ausência de Danilo nesta reunião, estava assumindo as responsabilidades de Beta.— Farei isso, Alfa, vou enviar imediatamente.Oh, Ricardo, pensei com o coração apertado, seja forte para mamãe, querido. Mamãe está vindo e eu vou te tirar de lá, vou te manter seguro.Querida Deusa da Lua, por favor, cuide do meu menino, por favor, mantenha-o seguro, mantenha-o ileso. Eu faria qualquer coisa para trazê-lo de volta, qualquer coisa. Basta dizer o preço. Se for a minha vida pela dele, eu faria isso num instante.
Ponto de Vista de Matilde — Papai! — Os braços de Ana se estendem para Danilo, que parecia sujo e aflito.— Olá, princesa, preciso ter uma conversa rápida com a mamãe e Gabriel. Você pode brincar lá em cima? — Danilo responde, tentando manter a calma.— Não, ela fica por perto. Srta. Azevedo? — Chamei pela Srta. Azevedo, que logo veio correndo até mim.— Alfa? — Respondeu prontamente.— Você pode levar Ana por alguns minutos, por favor? Não vou demorar. Você precisa...— Os guerreiros ainda estão aqui. Eles decidiram invadir a cozinha! — Ela resmungou, enquanto puxava Ana dos braços de Danilo e a levava para a cozinha. Nesse momento, Gabriel e os outros guerreiros-chefe entraram pela porta da frente.— Vou preparar mais alguns refrescos! — Ouvi a Srta. Azevedo gritar para mim, enquanto reentramos no meu escritório.— Você encontrou alguma coisa, Danilo? — Perguntei desesperada, sentando-me na minha cadeira, sem me importar mais com o tom abalado da minha voz.— Encontrei dois policiai
Ponto de Vista de MatildeEra um trabalho em si não tropeçar nos cabos de notebook que cobriam o chão da cozinha. Os mapas mostravam onde o SUV foi encontrado e também onde Danilo localizou os policiais assassinados. Contatamos todas as Matilhas vizinhas, até aquelas que não faziam parte da minha aliança, mas todas negaram qualquer envolvimento ou inteligência. Ofereceram guerreiros para ajudar, mas eu recusei por enquanto. Não queria chamar muita atenção ou que as notícias se espalhassem pelas Matilhas de que estávamos em alerta máximo. Isso resultaria nas Matilhas da minha aliança entrando em contato comigo, mas meu foco principal era apenas em Ricardo agora.Ana finalmente adormeceu por volta da meia-noite. Ela se recusou a dormir no quarto sem Ricardo. Desde que nasceram, ela não se separa dele. Deixei ela e Rafael assistirem a um filme no sofá, e ambos adormeceram debaixo do cobertor. Bruna, a companheira de Gabriel, estava cuidando deles junto com Azevedo, que mantinha as bebidas
Ponto de Vista MatildeEu queria partir imediatamente, mas precisava ser inteligente, precisava garantir que tudo estivesse planejado corretamente. Meus guerreiros estavam prontos para partir depois de um café da manhã reforçado, e deixei muito claro que não haveria paradas, que iríamos direto, parando apenas para reabastecer os carros. A Matilha Luar Vermelho ficava a várias horas de distância, e eu esperava chegar lá logo depois do meio-dia.Tendo levado um quarto dos guerreiros comigo, pedi à Matilha vizinha, que fazia parte da aliança, que emprestasse seus guerreiros para ajudar a defender minhas fronteiras. Minha loba estava ansiosa para que não deixássemos nossos membros da Matilha vulneráveis, e ela estava certa; precisávamos planejar meticulosamente. Minha maior dúvida era se deveria levar Ana conosco ou não. Danilo queria que ela ficasse aqui, mas eu simplesmente não conseguiria funcionar como uma Alfa forte sem ela perto de mim. Com Ricardo levado, eu precisava dela por perto
Os membros da matilha parecem ter nos seguido até o pátio. Eles estavam juntos, sussurrando sobre meu retorno, como se eu tivesse voltado dos mortos. Diziam que era uma bênção a verdadeira Luna ter retornado. Sinto que estou prestes a estragar a festa deles, porque essa não é a ressurreição que eles sonharam. Não estou aqui para eles. Vou deixar muito claro: estou aqui pelo meu filho, e somente pelo meu filho.Ponto de Vista de DiogoEu tinha ficado acordado até tarde depois de ser secretamente informado de que a Matilha Pedra Preta havia anunciado que tinha sido atacada. Com espiões espalhados por toda parte, essa notícia chegou a mim nas primeiras horas da manhã. Guilherme e eu estávamos tentando obter informações sobre o que havia acontecido e quem poderia tê-los atacado.Entrei em contato com o Alfa Luís, da Matilha Pedra Preta, para confirmação, mas ele negou saber de qualquer relato. Eu estava cansado ultimamente, não estava dormindo bem. O rosto de Matilde frequentemente atormen
Eu estava ao lado do chefe guerreiro, Gabriel, com cerca de vinte e cinco guerreiros posicionados atrás de mim. Eu tentava suprimir um rosnado ao ver que Danilo também estava ao lado dela, segurando nossa filha firmemente em seus braços. Eu me sentia muito dividido, sem entender o porquê. As palavras lutavam para se formar, e quando finalmente senti o cheiro dela, fui tomado por uma necessidade avassaladora de tocá-la. Dei um passo em direção àqueles olhos verdes que estavam fixos em mim, mas Danilo rosnou para mim.— Como se ele pudesse me enfrentar? — Pensei, rosnando de volta, sem gostar nem um pouco do fato de terem entrado na minha Matilha e feito um movimento agressivo contra mim. Danilo, então, cuidadosamente colocou sua coisa mais preciosa nos braços protetores de uma loba mais velha atrás dele, antes de dar um passo em minha direção. Matilde o impediu de avançar mais, estendendo o braço e batendo em seu estômago. Ah, sim, eles se lembram do que aconteceu da última vez que ele
Ponto de Vista de DiogoEu pergunto ao meu lobo assim que a dúvida surge em minha mente. Ele responde rapidamente, confirmando o que eu temia.— Não, ela é uma Alfa, com certeza! Ela está escondendo sua aura, mas é forte.— M*rda! Uma Alfa fêmea! — Rosno em resposta.Rebeca, ao meu lado, começa a rir, como se Matilde tivesse acabado de lhe dar um tapa na cara. O choque é evidente em sua expressão.— Com licença? — Rebeca rosna, dando um passo em direção à Matilha Pedra Preta.Os guerreiros reagem instantaneamente, estufando os peitos em sinal de defesa. Eu me viro para Danilo, a suspeita crescendo dentro de mim.— Suponho que você seja o Beta? — Cuspo as palavras para ele.— Sim, entre outras coisas... — Ele responde com um sorriso enigmático.O que diabos isso significava? Eles eram companheiros? Maria estava certa, Matilde ainda não carregava a marca dele. Será que o fato de ainda ser casada comigo estava impedindo-a de carregar a marca de Danilo? O ciúme começa a crescer no fundo do