Ponto de Vista de DiogoEu pergunto ao meu lobo assim que a dúvida surge em minha mente. Ele responde rapidamente, confirmando o que eu temia.— Não, ela é uma Alfa, com certeza! Ela está escondendo sua aura, mas é forte.— M*rda! Uma Alfa fêmea! — Rosno em resposta.Rebeca, ao meu lado, começa a rir, como se Matilde tivesse acabado de lhe dar um tapa na cara. O choque é evidente em sua expressão.— Com licença? — Rebeca rosna, dando um passo em direção à Matilha Pedra Preta.Os guerreiros reagem instantaneamente, estufando os peitos em sinal de defesa. Eu me viro para Danilo, a suspeita crescendo dentro de mim.— Suponho que você seja o Beta? — Cuspo as palavras para ele.— Sim, entre outras coisas... — Ele responde com um sorriso enigmático.O que diabos isso significava? Eles eram companheiros? Maria estava certa, Matilde ainda não carregava a marca dele. Será que o fato de ainda ser casada comigo estava impedindo-a de carregar a marca de Danilo? O ciúme começa a crescer no fundo do
Seus olhos se encontraram com os do lobo antes de caírem sobre mim. Não consegui lê-la; ela estava fria, militar, brutal. Não era a doce e amável Matilde com quem eu havia sido casado. Aquela que eu afastei.— Meu filho foi sequestrado! — O corpo dela tremia ao dizer as palavras.— O quê? — Ofeguei, sentindo uma raiva inesperada se agitar dentro de mim.— Ele foi tirado de mim. — Ela sibilou entre os dentes cerrados.— Quando, por quê? — Guilherme perguntou, gesticulando para que Matilde se sentasse novamente. Mas ela se recusou, permanecendo perto da janela.— Dois dos nossos guerreiros estavam escoltando o Mestre Ricardo em um veículo. O veículo foi atacado, nossos homens foram baleados na cabeça e o carro foi encontrado de cabeça para baixo em uma estrada movimentada de humanos. — Gabriel rosnou, suas mãos se cerrando em punhos.— Isso aconteceu em solo humano? — Virei-me para Danilo, que inclinou a cabeça para mim, não esperando minha resposta preocupada.— Sim! Encontrei evidência
Ponto de Vista de MatildeReuben estava fumando um cigarro quando começou a engasgar com a própria respiração. Tossia enquanto tentava recuperar seu fluxo constante de oxigênio... ou veneno. Eu sempre odiei quando ele fumava.— Você o quê? — Diogo disse, chocado.— A gravidez... não era do Danilo, eles são seus. — Respondi, mantendo minha voz firme, tentando não mostrar nenhum sinal de emoção. Durante quatro anos, eles foram meus, somente meus. Agora, eu estava abrindo o mundo deles.Ele se moveu rapidamente, me pegando de surpresa. Me empurrou contra a parede, me prendendo sob seu corpo ao segurar meus ombros cobertos. Seu rosto estava quase tocando o meu, e eu podia sentir o cheiro do cigarro em seu hálito. A raiva queimando em seus olhos era tão intensa que minha Luna estava se preparando para mudar.— Saia de cima de mim! — Sibilei.— Você tirou meus filhos de mim? A garota, ela também é minha? — Diogo rosnou, olhando para meu rosto, pura raiva emanando de seu toque. Seus olhos, an
Eu estava prestes a sair quando ele me chamou de volta. Diogo, com um leve tom de súplica na voz, insistiu:— Volte para dentro, pelo menos. Deixe-me ligar para alguns contatos, ver se há alguma informação que você perdeu.Rebeca riu meio incrédula.— Diogo?Mas ele a ignorou. Sua voz firme ecoou pelo ambiente.— A Matilha Pedra Preta é bem-vinda aqui na Matilha Luar Vermelho. Devem tratá-los com respeito.Ele gesticulou para que eu entrasse de novo na casa. Olhei para ele por um momento, me perguntando se podia confiar nele. Confiar nele com Ricardo? Rebeca rosnou baixo.— Diogo!Ele a cortou, a voz dele aumentando de volume.— Basta, Rebeca!Isso a pegou de surpresa. Voltei para dentro da casa, seguindo até o escritório dele. Ele me observou enquanto me sentava do outro lado da mesa. Sem perder tempo, Diogo se dirigiu a Guilherme.— Guilherme, você pode entrar em contato com a Aliança? Informe-os que o filho do Alfa da Matilha Pedra Preta foi sequestrado. O que dizia o bilhete?Gabri
Ponto de Vista de MatildeEu estava em pé, tentando controlar a ansiedade, quando perguntei pela conexão mental:— Seu par?A resposta veio rápida:— Sim, eu posso sentir o cheiro dela. Está aqui na casa! É um cheiro novo.Eu aspirei o ar, tentando identificar algo diferente, mas tudo o que senti foi o doce aroma de couro de Diogo.— O que cheira? — Insisti, ainda curiosa.— Bolo de bolacha...Eu ri internamente, achando graça na descrição.— Bolo de bolacha?— Eu não sei, é bolacha com um toque de açúcar. — Ele disse, e percebi que suas bochechas estavam começando a corar.Eu me perguntei se deveria sentir ciúmes, mas não senti nada. Não como quando Rebeca havia colocado a mão no ombro de Diogo. Naquele momento, eu quis torcer o pulso dela e ouvir o estalo por tocar nele. Um ciúme havia subido dentro de mim como um vulcão prestes a explodir. Mas agora, eu sabia que era mais por causa dela do que por Diogo. Meu ódio por Rebeca, minha loba confundindo intenso desgosto com ciúmes.Diogo
Ponto de Vista de MatildeEu seguia o GPS no meu carro da Matilha. Levei cerca de uma hora até chegar a algum tipo de zona industrial humana. Tínhamos edifícios semelhantes perto dos territórios da Matilha Pedra Preta, e foi assim que consegui os equipamentos médicos primeiro. O depósito da empresa ficava perto, e, ao aplicar uma pressão amigável no dono do negócio, logo consegui os melhores equipamentos disponíveis. Ele até me leva para jantar a cada trimestre como uma de suas melhores compradoras.Estacionei o carro e caminhei ao redor do prédio do depósito. Ninguém me esperava do lado de fora, então comecei a procurar uma maneira de entrar. O amanhecer estava se aproximando rapidamente, e, já tendo dirigido por uma hora, eu não tinha mais tempo a perder. Eu precisava de Ricardo de volta, seguro em meus braços.Não tinha certeza de quão rápido, depois de eu sair, Rafaela teria acordado Danilo, que veria o endereço no e-mail, e também poderia estar a caminho. Mas eles queriam que eu v
Ponto de Vista de MatildeA voz rouca de um homem grunhiu de volta para mim:— Você veio sozinha?— Foi isso que o e-mail pediu, então foi isso que eu fiz! — Respondi.— Só um sim bastava! — Ele rosnou para mim, dando passos pesados e ameaçadores em minha direção.Minha loba gritou em minha mente: "Saia daqui!", e eu queria concordar com ela, mas não antes de saber o que ele queria.— Por que estou aqui? Onde está meu filho? — Perguntei firmemente.Ele não respondeu, apenas formou um sorriso maldoso enquanto parava bem na minha frente. Justo quando pensei que ele ia falar novamente, suas mãos se lançaram ao redor do meu pescoço, apertando minha garganta. Comecei a arranhar as mãos dele, tentando tirá-las de mim. O aperto dele estava cortando meu ar. Ele me levantou, meus pés já não tocavam o chão. Meu desespero aumentou enquanto minhas unhas cavavam nas mãos dele, sentindo o sangue escorrer.Com um estrondo, ele me jogou no chão. A dor nas costelas e no crânio era insuportável, e eu es
Ponto de Vista de DiogoEu estava lutando para dormir. Só de saber que Matilde e minha filha estavam nos quartos ao lado estava bagunçando minha mente. Também não era fácil ter, tecnicamente, guerreiros inimigos dormindo nas minhas casas da Matilha. Meus sentidos de Alfa Rei estavam em sobrecarga, prontos para defender contra um ataque.Percebo que Matilde também não consegue dormir. Ouço seus passos suaves descendo as escadas, sem dúvida para verificar o bonitão. Quando voltei da minha última verificação de fronteira, encontrei-o dormindo na mesa da cozinha. Eu não ia acordá-lo, nem o encorajar a subir para a cama com Matilde. Esta era a minha Matilha, minha casa, e ela ainda era minha esposa. Só de pensar neles fazendo sexo no quarto ao lado, sinto náuseas.Depois de vários minutos, ouço-a subir as escadas novamente e depois carregar Ana para baixo. Ana parecia estar profundamente adormecida, a julgar por seu batimento cardíaco pacífico e constante. Por que ela estava levando-a para