Depois de uma hora dirigindo, estaciono o carro silenciosamente em um armazém abandonado. Vejo o carro da Matilde estacionado do lado de fora e paro ao lado do dela. Não tenho certeza de quão atrás eu estava; pisei fundo, mas Matilde conseguiu uma boa vantagem. Dou uma volta ao redor do prédio, tentando encontrar uma entrada adequada. Este lugar parecia que poderia desmoronar a qualquer momento. Estava em desesperada necessidade de reparos, o que me levou a acreditar ainda mais que o Alfa Pedro não tinha nada a ver com isso. Ele era rico. Se este lugar estava em ruínas, então foi por culpa humana, e ele decidiu manter as mãos limpas.O medo tomou conta de mim quando ouvi um grito vindo de dentro do armazém. Xinguei internamente, tentando encontrar uma forma de entrar. Aquilo soou como Matilde!— Mexa-se, ela está em perigo! — Meu lobo enviou uma onda de adrenalina em mim.Confiei na audição dele e consegui distinguir as curtas inspirações de respiração dela. Consegui arrombar uma porta
Ponto de Vista DiogoEu estava diante de Alfa Pedro, e a tensão era palpável. Ele olhou para mim com desconfiança, seus olhos se estreitando.— Então esta é a Luna da Matilha Luar Vermelho... Eu pensei que ela estivesse morta? — Ele disse.— Eu também. — Respondi, tentando não demonstrar o quanto aquela situação me irritava.Ele continuou a me encarar por um momento, como se estivesse tentando me decifrar. Mas eu não tinha tempo para discutir meus problemas matrimoniais com esse idiota. Matilde precisava de ajuda, e rápido.— Ela precisa de um hospital. — Rosnei, sentindo minha paciência se esgotando.— Aqui... segure-a no banco de trás. Eu vou te levar ao hospital da minha Matilha.— Um hospital humano já é suficiente. — Exigi. A última coisa que eu queria era entrar nos terrenos internos da Matilha dele e dar a ele qualquer vantagem política.— Boa ideia! Como você vai explicar a eles que ela é uma lobisomem e que vai se curar logo... Como vai contornar isso? — Disse ele, com sarcasm
Diogo tinha acabado de entrar no quarto. Pedro estava perto da cama, e meu lobo não gostou nada da proximidade dele com Matilde enquanto ela estava vulnerável. Tive que enfrentá-lo.— Diogo, eu tenho o direito de saber de quem estou cuidando…— Você não está, seus médicos estão. Não me venha com essa m*rda, Pedro. — Me aproximei, minha voz saindo mais agressiva do que eu pretendia.— Que m*rda? Você está em território da minha Matilha. Eu poderia ter matado vocês dois no momento em que saíram daquele armazém.— Então por que não fez? — Eu sabia que ele era arrogante, mas achava mesmo que teria uma chance contra mim?— Ela, eu gosto. Ela é muito atraente... muito atraente para ser casada com você. Você, eu ainda estou debatendo.— Como se você tivesse uma chance! — Cruzei os braços, irritado com sua petulância.— Por tudo o que sei, isso pode ser uma tentativa elaborada de obter informações sobre minha Matilha... Estou sendo muito confiável aqui.Ele estava certo em ter dúvidas, mas eu
Ponto de Vista de Matilde— Sente-se! — Ele libera toda a sua aura sobre mim, enquanto arrepios envolvem minha mão, a mão que a dele estava segurando. Eu não era mais a esposa que foi escolhida para obedecer às suas regras, eu era uma Alfa por direito próprio e era equivalente. Para mim, o contrato estava anulado. Libertei minha própria aura, deixando claro que não seria comandada. Esses eram meus filhos, e somente meus filhos. Não dele.— Não me force, Diogo. — Eu disse, aumentando a intensidade da minha aura sobre ele. Eu podia ver nos olhos dele, no brilho de seu lobo se manifestando, que ele sentia.— Do jeito que vejo, se eu não tivesse te seguido, você estaria morta. Então sente essa porra e seja grata.Minha raiva subiu de tal forma que eu mal conseguia formar as palavras.— Ser grata a você? Toda essa confusão é por sua causa. Se você não tivesse invadido... Se você não tivesse... Estávamos bem até você voltar para minha vida.Eu não entendia por que ele me afetava tanto. Com
Oh, isso é muito gentil, mas tenho alguns assuntos importantes para resolver, que não podem esperar. Talvez em outra ocasião, quando eu tiver mais tempo para te dar... – Respondi, tentando ser cortês, mesmo com a pressa que eu sentia.— O prazer seria meu. — Ele disse, piscando para mim e exibindo seus dentes brancos e perfeitos.…..Eu tentei não me deixar levar pelo charme dele, mas Diogo continuava a me irritar. Ele se recusava a devolver as chaves do meu carro, como se tivesse algum direito sobre elas. Alfa Pedro havia ordenado que alguns de seus homens recuperassem meu carro e o trouxessem de volta para as terras da Matilha, mas agora que as chaves estavam em minha posse, Diogo simplesmente se recusava a me deixar dirigir.— Você não vai dirigir sozinha. — Ele rosnou, sem me dar espaço para argumentar.— Matilde, você levou uma pancada feia na cabeça... — Ele tentou justificar sua insistência, mas eu já estava curada.— E eu já me curei. Agora me devolve minhas chaves... — Eu rosn
Eu tinha certeza de que ela já teria conseguido entrar no quarto dele a essa altura.— Papai, Papai… Mamãe voltou! — Ana grita da sala de estar, onde estava sendo vigiada por Azevedo e alguns guerreiros. Eu estava sentado no escritório de Diogo com Guilherme e Gabriel, enquanto tentávamos encontrar qualquer informação que pudesse ser um sinal do paradeiro de Ricardo.Encontramos algum movimento incomum relatado por um Alfa que tinha terras perto de uma pedreira no oeste. Eu queria discutir isso com Diogo, pois o Alfa estava sob sua aliança, não a de Matilde.— Graças à Deusa! — Suspirei aliviado. Ela tinha ficado fora mais tempo do que eu esperava. Além disso, a distância dela era grande demais para que nossa conexão mental funcionasse.Guilherme e Gabriel me seguiram para fora do escritório e em direção à porta da frente, onde o retorno deles já estava causando comoção.— Você dirigiu como um idiota! — Ouvi Matilde gritar com Diogo enquanto ela bate a porta ao sair do carro.O que dia
Ponto de Vista de DaniloEntrei na casa do Alfa logo atrás de Rebeca, que, como sempre, estava em seus saltos altos. Ela parecia determinada, seguindo Diogo como se estivesse em uma missão. Matilde se aproximou de Ana, colocando um beijo suave em sua bochecha.— Bolachas? Hhmm, tenho certeza que Bianca ajudaria com isso — Disse Matilde, enquanto começava a conduzir Ana para dentro da casa.— Claro que ajudo, querida. — Respondeu Bianca com um piscar de olhos, pegando Ana de Matilde e se dirigindo para a cozinha, com Azevedo logo atrás.Assim que entramos, ouvi Rebeca bater a porta do escritório com força, sibilando algo inaudível para Diogo. Pelo rosnado dele, percebi que não gostou nada da atitude dela. Olhei para Matilde e vi que ela franziu levemente a testa.— Guilherme, aqui agora! — Diogo rugiu através da porta do escritório fechada, e seu Beta rapidamente atendeu ao comando rude.— O que aconteceu? — Sussurrei para Matilde enquanto Gabriel e eu a seguíamos para a sala de estar p
Eu ainda estava processando tudo o que tinha acontecido quando Guilherme se virou para mim, depois de ver Rebeca sair do meu escritório.— O que aconteceu? — Perguntou ele, com uma expressão preocupada."Um desastre," pensei, sentindo a raiva subir à tona novamente. Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos antes de responder.— Um desastre, Guilherme! — Exclamei, a frustração clara na minha voz. — Cheguei ao ponto de encontro e a encontrei semi-inconsciente e sangrando muito da cabeça, com marcas de mãos no pescoço por ter sido presa ao chão pelo agressor...Eu me lembrei do estado em que a encontrei, e um rosnado saiu do meu peito. Guilherme me olhou com atenção, percebendo o quanto aquilo me afetou.— Ela está brava comigo por ter assustado o agressor, por ter perdido a informação, mas ele não estava lá para dar detalhes. Ele foi claramente enviado para assustá-la, para forçá-la a romper sua Aliança.Passei os dedos pelo meu cabelo, tentando aliviar a tensão. Guilherme fra