Ponto de Vista de MatildeEra um trabalho em si não tropeçar nos cabos de notebook que cobriam o chão da cozinha. Os mapas mostravam onde o SUV foi encontrado e também onde Danilo localizou os policiais assassinados. Contatamos todas as Matilhas vizinhas, até aquelas que não faziam parte da minha aliança, mas todas negaram qualquer envolvimento ou inteligência. Ofereceram guerreiros para ajudar, mas eu recusei por enquanto. Não queria chamar muita atenção ou que as notícias se espalhassem pelas Matilhas de que estávamos em alerta máximo. Isso resultaria nas Matilhas da minha aliança entrando em contato comigo, mas meu foco principal era apenas em Ricardo agora.Ana finalmente adormeceu por volta da meia-noite. Ela se recusou a dormir no quarto sem Ricardo. Desde que nasceram, ela não se separa dele. Deixei ela e Rafael assistirem a um filme no sofá, e ambos adormeceram debaixo do cobertor. Bruna, a companheira de Gabriel, estava cuidando deles junto com Azevedo, que mantinha as bebidas
Ponto de Vista MatildeEu queria partir imediatamente, mas precisava ser inteligente, precisava garantir que tudo estivesse planejado corretamente. Meus guerreiros estavam prontos para partir depois de um café da manhã reforçado, e deixei muito claro que não haveria paradas, que iríamos direto, parando apenas para reabastecer os carros. A Matilha Luar Vermelho ficava a várias horas de distância, e eu esperava chegar lá logo depois do meio-dia.Tendo levado um quarto dos guerreiros comigo, pedi à Matilha vizinha, que fazia parte da aliança, que emprestasse seus guerreiros para ajudar a defender minhas fronteiras. Minha loba estava ansiosa para que não deixássemos nossos membros da Matilha vulneráveis, e ela estava certa; precisávamos planejar meticulosamente. Minha maior dúvida era se deveria levar Ana conosco ou não. Danilo queria que ela ficasse aqui, mas eu simplesmente não conseguiria funcionar como uma Alfa forte sem ela perto de mim. Com Ricardo levado, eu precisava dela por perto
Os membros da matilha parecem ter nos seguido até o pátio. Eles estavam juntos, sussurrando sobre meu retorno, como se eu tivesse voltado dos mortos. Diziam que era uma bênção a verdadeira Luna ter retornado. Sinto que estou prestes a estragar a festa deles, porque essa não é a ressurreição que eles sonharam. Não estou aqui para eles. Vou deixar muito claro: estou aqui pelo meu filho, e somente pelo meu filho.Ponto de Vista de DiogoEu tinha ficado acordado até tarde depois de ser secretamente informado de que a Matilha Pedra Preta havia anunciado que tinha sido atacada. Com espiões espalhados por toda parte, essa notícia chegou a mim nas primeiras horas da manhã. Guilherme e eu estávamos tentando obter informações sobre o que havia acontecido e quem poderia tê-los atacado.Entrei em contato com o Alfa Luís, da Matilha Pedra Preta, para confirmação, mas ele negou saber de qualquer relato. Eu estava cansado ultimamente, não estava dormindo bem. O rosto de Matilde frequentemente atormen
Eu estava ao lado do chefe guerreiro, Gabriel, com cerca de vinte e cinco guerreiros posicionados atrás de mim. Eu tentava suprimir um rosnado ao ver que Danilo também estava ao lado dela, segurando nossa filha firmemente em seus braços. Eu me sentia muito dividido, sem entender o porquê. As palavras lutavam para se formar, e quando finalmente senti o cheiro dela, fui tomado por uma necessidade avassaladora de tocá-la. Dei um passo em direção àqueles olhos verdes que estavam fixos em mim, mas Danilo rosnou para mim.— Como se ele pudesse me enfrentar? — Pensei, rosnando de volta, sem gostar nem um pouco do fato de terem entrado na minha Matilha e feito um movimento agressivo contra mim. Danilo, então, cuidadosamente colocou sua coisa mais preciosa nos braços protetores de uma loba mais velha atrás dele, antes de dar um passo em minha direção. Matilde o impediu de avançar mais, estendendo o braço e batendo em seu estômago. Ah, sim, eles se lembram do que aconteceu da última vez que ele
Ponto de Vista de DiogoEu pergunto ao meu lobo assim que a dúvida surge em minha mente. Ele responde rapidamente, confirmando o que eu temia.— Não, ela é uma Alfa, com certeza! Ela está escondendo sua aura, mas é forte.— M*rda! Uma Alfa fêmea! — Rosno em resposta.Rebeca, ao meu lado, começa a rir, como se Matilde tivesse acabado de lhe dar um tapa na cara. O choque é evidente em sua expressão.— Com licença? — Rebeca rosna, dando um passo em direção à Matilha Pedra Preta.Os guerreiros reagem instantaneamente, estufando os peitos em sinal de defesa. Eu me viro para Danilo, a suspeita crescendo dentro de mim.— Suponho que você seja o Beta? — Cuspo as palavras para ele.— Sim, entre outras coisas... — Ele responde com um sorriso enigmático.O que diabos isso significava? Eles eram companheiros? Maria estava certa, Matilde ainda não carregava a marca dele. Será que o fato de ainda ser casada comigo estava impedindo-a de carregar a marca de Danilo? O ciúme começa a crescer no fundo do
Seus olhos se encontraram com os do lobo antes de caírem sobre mim. Não consegui lê-la; ela estava fria, militar, brutal. Não era a doce e amável Matilde com quem eu havia sido casado. Aquela que eu afastei.— Meu filho foi sequestrado! — O corpo dela tremia ao dizer as palavras.— O quê? — Ofeguei, sentindo uma raiva inesperada se agitar dentro de mim.— Ele foi tirado de mim. — Ela sibilou entre os dentes cerrados.— Quando, por quê? — Guilherme perguntou, gesticulando para que Matilde se sentasse novamente. Mas ela se recusou, permanecendo perto da janela.— Dois dos nossos guerreiros estavam escoltando o Mestre Ricardo em um veículo. O veículo foi atacado, nossos homens foram baleados na cabeça e o carro foi encontrado de cabeça para baixo em uma estrada movimentada de humanos. — Gabriel rosnou, suas mãos se cerrando em punhos.— Isso aconteceu em solo humano? — Virei-me para Danilo, que inclinou a cabeça para mim, não esperando minha resposta preocupada.— Sim! Encontrei evidência
Ponto de Vista de MatildeReuben estava fumando um cigarro quando começou a engasgar com a própria respiração. Tossia enquanto tentava recuperar seu fluxo constante de oxigênio... ou veneno. Eu sempre odiei quando ele fumava.— Você o quê? — Diogo disse, chocado.— A gravidez... não era do Danilo, eles são seus. — Respondi, mantendo minha voz firme, tentando não mostrar nenhum sinal de emoção. Durante quatro anos, eles foram meus, somente meus. Agora, eu estava abrindo o mundo deles.Ele se moveu rapidamente, me pegando de surpresa. Me empurrou contra a parede, me prendendo sob seu corpo ao segurar meus ombros cobertos. Seu rosto estava quase tocando o meu, e eu podia sentir o cheiro do cigarro em seu hálito. A raiva queimando em seus olhos era tão intensa que minha Luna estava se preparando para mudar.— Saia de cima de mim! — Sibilei.— Você tirou meus filhos de mim? A garota, ela também é minha? — Diogo rosnou, olhando para meu rosto, pura raiva emanando de seu toque. Seus olhos, an
Eu estava prestes a sair quando ele me chamou de volta. Diogo, com um leve tom de súplica na voz, insistiu:— Volte para dentro, pelo menos. Deixe-me ligar para alguns contatos, ver se há alguma informação que você perdeu.Rebeca riu meio incrédula.— Diogo?Mas ele a ignorou. Sua voz firme ecoou pelo ambiente.— A Matilha Pedra Preta é bem-vinda aqui na Matilha Luar Vermelho. Devem tratá-los com respeito.Ele gesticulou para que eu entrasse de novo na casa. Olhei para ele por um momento, me perguntando se podia confiar nele. Confiar nele com Ricardo? Rebeca rosnou baixo.— Diogo!Ele a cortou, a voz dele aumentando de volume.— Basta, Rebeca!Isso a pegou de surpresa. Voltei para dentro da casa, seguindo até o escritório dele. Ele me observou enquanto me sentava do outro lado da mesa. Sem perder tempo, Diogo se dirigiu a Guilherme.— Guilherme, você pode entrar em contato com a Aliança? Informe-os que o filho do Alfa da Matilha Pedra Preta foi sequestrado. O que dizia o bilhete?Gabri