Após escrever a carta Sheryl respirou fundo, guardou-a
juntamente com as outras coisas no sótão e ficara por ali pensando emalguns detalhes finais.Finalmente chegara o grande dia. O dia da sua partida e ela
já estava tão ansiosa que nem comer direito naquele dia conseguiu. Estavatriste também, pois sabia que por tão cedo veria os seus pais, porémlembrava-se dos quatro anos que passara afastada dos mesmos e saberia queuma hora isso teria que acontecer. Era realmente ruim por esse lado, mas jáestava com tudo pronto. Seus pais chegaram normalmente como todos os dias ede nada desconfiaram. As coisas seguiram como de costume e após tomar cafécom seus pais Sheryl foi com Valentina para o seu quarto. A criança dormiucomo de costume e Sheryl andava de um lado para o outro, com a portatrancada. Era quase meia noite e ela teria que partirEm Springfield, Steven e Ellen sofriam com a decisão deSheryl. Ellen estava apreensiva e achava que era hora de procurar apolícia, já que havia se passado alguns dias e eles não tiveram um contatosequer. Steven, pacientemente disse à esposa:-Calma, querida! A Sheryl vivia me dizendo que uma hora iriapartir. Ela precisava desse tempo, dessa mudança. Veja, vamos esperar pelomenos dois meses. Se ela não der notícias em dois meses, procuraremos apolícia, tudo bem?-Dois meses? Você enlouqueceu? Em dois meses a minha filha ea minha neta podem ter sido assassinadas, raptadas, ou... Sei lá o que.Melhor nem pensar no pior.-Ellen, escute. A Sheryl nos deixou uma carta. Você achamesmo que se ela fosse assassinada, raptada ou sei lá o quê teria escrito amesma?-Steven, quem lhe garante que ela não foi coa
Em Veliky Novgorod os dias estavam ensolarados porém frios. Apequena Valentina estava muito gripada e os pais ficaram muito preocupados.Já havia tomado medicamentos mas a tosse e febre alta não regredia. Sherylestava triste e apreensiva e Tony também. A pequena precisou ficarhospitalizada e ambos não conseguiam mais concentrar-se em nada. Tonytrabalhava, mas fechava o estabelecimento mais cedo para ficar no hospitalcom Sheryl e a filha. Todos os dias eram assim. Finalmente depois de umasemana, a pequena teve alta e saiu do hospital. Sheryl e Tony comemoraram erespiraram aliviados. O telefone tocou, era Dasha. Sheryl ficou muito felizao falar com a amiga e a convidou, juntamente com Sergei para passar unsdias lá e os mesmos concordaram. Arrumaram as malas e caíram na estrada. Aochegar foram muito bem recebidos pelos donos da casa. Dasha e Sergeiestavam muito feli
O dia em Springfield amanhecera frio e nublado. Ellen e Stevepareciam mais conformados embora não tivessem mais nenhuma notícia daSheryl. A doutora Kate segurava o celular, olhava para o visor e pensava emligar para o Jones. Digitou os números, olhou novamente para a tela edesligou. Foi até a cozinha, tomou um gole de café e depois retornou para oquarto decidida a ligar. Ligou e notou uma certa frieza do oficial para coma mesma. Ficou intrigada porém pensou que, por ser uma segunda-feira, elepoderia estar atribulado e mal humorado, então resolveu dar um tempo eligar novamente no final de semana. Havia gostado muito de sair com oJones, mesmo achando estranho as perguntas que ele lhe fizera todasrelacionadas a sua cliente, Sheryl Madison. Infelizmente naquela noite, elaestava um pouco alta pelo efeito da bebida, pois deveria ter-se aprofundadomais para saber o porqu
Quando Sheryl falou com a mãe ao telefone, eraaproximadamente dez da noite. Nesta mesma noite, em Springfield, o oficialJones não se encontrava em casa. Chegara aproximadamente meia noite,embriagado e fora dormir sem escutar a secretária eletrônica. Não imaginavao que acabara de gravar. No dia seguinte, ao ouvir toda a conversa, quaseteve um surto quando percebeu a voz de Sheryl ao telefone e voltou agravação inúmeras vezes. Sabia que não podia partilhar aquilo com ninguém.Lembrou-se do oficial Larry, que já fizera parceria com ele em algunscasos. lembrou-se que o mesmo lhe fora bastante solícito no passado e atépensou em comentar, mas sabia que se o fizesse o tenente Oliver poderiatomar conhecimento e sua carreira estaria arruinada. Definitivamente issonão poderia acontecer. Se a história da escuta e da investiga
Em uma madrugada de domingo, fazia bastante frio em VelikyNovgorod. Era lindo de se ver as luzes no céu semelhante à aurora boreal. -Meu Deus, que linda paisagem! -Dizia Sheryl. Olhava para a cama e via osmaiores amores de sua vida, Tony e a pequena Valentina, dormindo comoanjos. Ela perdera o sono, desceu para fazer um café. Era aproximadamentecinco da manhã. Ela foi até a cozinha, ligou a cafeteira e ficou ali apensar enquanto a água era aquecida. Franzia o cenho preocupada com aspalavras que ouvira da sua mãe. Estava tudo muito bem, mas ela sentia a suafelicidade ameaçada desde que ouvira tais coisas. Aquele oficial nunca atirara da cabeça e ela não poderia imaginar que a sua obsessão chegaria atal ponto. Parecia uma sina maldita. Ele a prendera da primeira vez e agorapoderia muito bem estar lhe "caçando". Não estava preparad
Jones estava em casa quando de repente recebeu um telefonema.Era o senhor William do aeroporto, dizendo que tinha encontrado algo e ooficial prontamente partiu para lá. Ao chegar viu a filmagem e ficouchocado com o que acabara de ver. Sheryl e Valentina, as três da madrugadaembarcando. Ficou perplexo com o que ouvira do senhor William:-Checamos a lista de passageiros desse dia. O senhor temcerteza que o nome dessa garota é Sheryl Madison?-Absoluta!-Aqui consta como Tânia Clarckson e a criança ChelseaClarckson, suposta filha da mesma.-Eu não acredito. -Respirou apreensivo.-Senhor. O senhor está bem?-Sim, estou. Apenas pensei alto.-Tem mais alguma coisa que eu possa fazer pelo senhor?-Sim, claro. Para onde elas embarcaram?-Para Novosibirsk, na Rússia.-Na Rússia? O senhor tem certeza? -Levantou-se assustado.-Absolut
No empório, Tony e Sheryl mantinham um diálogo sobre aviagem. Tony não conseguia acreditar que os pais da Sheryl sabiam de tudo eentão lhe perguntou:-Mas querida, você tem certeza que seus pais não lherecriminaram? Assim... Eles aceitaram isso numa boa?-Nem tanto! O meu pai é mais evoluído, sabe? Mais avançado.Sempre me identifiquei mais com ele. Sei lá, parece que ele sempre meentendia mais que a minha mãe. Ele sim, sempre procurando entender o meulado. A minha mãe relutou um pouco. No começo até fiquei preocupada porqueela me fazia tantas perguntas que mais parecia uma investigadora depolícia. Sabe... Temi que ela, pensando estar a fazer o meu bem, ligassepara a polícia.-Nossa, nem quero pensar nisso, querida! Se ela o fizesseseria o nosso fim.-O meu, não é? pois
Em Springfield o oficial Jones preparava-se para viajar. Iriapara Novosibirsk em busca de Sheryl e Tramell. Estava nervoso. Mentiu parao seu superior e sabia dentro dele, que estava indo longe demais.Arriscava-se e não era pouco. Sabia que sozinho jamais prenderia o Tramell,mas por outro lado convidar algum colega para essa missão seria uma tarefaainda mais arriscada. Jones havia perdido todo o resto de noção que aindalhe restara e por precaução falsificara um documento. Pensou no que Sherylhavia feito e mesmo a criticando para si mesmo, acabou, subitamente caindono mesmo erro. Precisava de um documento falso, assim como uma autorizaçãopara prender e trazer o Tramell de volta aos Estados Unidos e ele nãopensou duas vezes, fez! Se o tenente Oliver soubesse disso, ele estariafora da polícia, mas Jones tinha tanta certeza que iria encontrar o Tramell