Émie Carter: Meu peito doía, como se a dor fosse um estímulo eu usava aquilo ao meu favor para não reviver situações semelhantes às que já estive… andava rápido pelas ruas desertas, enquanto meu mundo estava se desabando em lágrimas. Enviei uma mensagem a Betsy antes de formalizar minha decisão, era algo que eu já deveria ter feito a muito tempo. “Pode me encontrar no café Fyzen?” “O que houve? Estou indo!” Olhar as pessoas e vê-las felizes me causava uma sensação de solidão e vazio, como se estivesse aproveitando a vida elas sorriam, abraçavam seus parceiros, voltavam bêbados de alguma festa ou algo do tipo, enquanto eu… não sabia nem mesmo quem eu era nesse exato momento, como se minha alma não estivesse em meu corpo, como se apenas a matéria carnal estivesse vegetando e isso estava acabados comigo. (...)— Oi… eu achei que iria chegar mais cedo, mas… ei, o que houve? Onde está Michael? — Betsy me olhava com pena, enquanto procurava por cima seu irmão, que nesse momento deveria
Michael Williams: Depois que a ligação encerrou eu a procurei por cada canto da casa, mas não a encontrei em lugar algum. Seu telefone estava desligado, então eu sabia que ela havia saído e encontrá-la não seria tão fácil, foi então que decidi ir até o desgraçado do Marco, mas nosso acerto seria definitivo, orasse Suzan para não ser também. O carro estacionado era o da filha da puta, juntamente com o seu novo amante. — Droga! — Praguejei a vendo amordaçada em seu canto, embora eu quisesse deixá-la morrer ali, não poderia fazer isso. — Deixa ela sair do carro que eu te passo a grana que você pediu. — Março gargalhava com um cigarro em sua boca, manuseando uma arma em suas mãos, era tudo questão de tempo até a polícia chegar e acabar com tudo isso. — Pode deixar a mala ao lado do carro da vadia, ela não vai precisar mais dele, você poderá levar ela em casa, como fazia nos velhos tempos. Cerca de um minuto depois a polícia chegou, fechou seu cerco e o prendeu, enquanto Suzan se mant
Émie Carter: 31 de dezembro, Ano Novo…Mil e um pensamentos me torturam no exato momento em que tentava encontrar alguma coisa em mim que não estivesse marcada pelo passado. O dia havia acabado de começar e eu tinha muitos planos, quando pensei em ir até algum lugar para tomar café, alguém bateu na porta e quando abrir era a senhora que me alugou o quarto. — Bom dia, vim lhe chamar para o café da manhã, esteja na mesa rápido. — Obrigada!? — na verdade estava sem reação, era a primeira vez que alguém me chamava tão delicadamente para comer e eu estava me sentindo bem. — Elizabeth, muito prazer! — sua despedida foi rápida e ela deu as costas e desceu as escadas sem olhar para trás. O dia começou ao meu favor, o banheiro estava vazio e eu pude tomar um banho demorado sem ninguém para me apressar. Apesar da boa vontade da Dona Elizabeth me convidar, eu não estava me sentindo bem para sentar com tanta gente ao meu redor, ao menos foi isso que vi quando passei rápido enrolada na toalha
Michael Williams: Fausto estava agarrado com sua inseparável garrafa de tequila, admirando-se no espelho enquanto repetia as palavras que foram ditas a ele por sua, no caso, ex-namorada. — Não sei como consegui lidar com seus problemas sozinho, provavelmente amanhã eu estarei louco e completamente perdido, sem saber nem mesmo meu nome. — a angústia que ele carregava consigo era de ter dó, mas ele não fazia jus a tal palavra. — Por que traiu ela? Justamente com a melhor amiga dela. Se eu fosse ela também não te perdoaria. — sabe quando as coisas que você diz também servem para você? Foi exatamente o que senti.— Eu… eu fui fraco, estávamos brigados e ela havia reencontrado o melhor amigo dela, desde então passou a me deixar de lado para sair com ele e isso acabou acontecendo… — Ela já traiu você? — não estava julgando ele, até porque nem capacidade para isso eu tinha. Seu olhar triste e baixo revelava a sua reposta. — Não! E você, alguma vez já traiu? — Nunca. Nunca quis nada sér
Émie Carter: Meu coração acelerou quando vi Michael me olhando com atenção, como se não houvesse mais ninguém ali. Os pais de Betsy estavam lá, Olavo e Elizabeth estavam lá, os senhores Williams. Eu não sou muito boa em escolhas, muito menos quando isso se trata para presentes, e eu não fazia a mínima ideia se eles iriam gostar ou não. Betsy havia me dito que seus pais viriam e por isso me preparei. Para Michael eu não iria ter coragem de entregar nada, por isso dei a Betsy e pedi que ela o entregasse quando eu fosse embora. Estava distraída, segurando uma taça de vinho quando senti aquela sensação de alguém ao meu lado, não estava enganada. Suei frio com a sua aproximação, quase pensei em sair andando, mas parei com os pensamentos no momento em que sua mão segurou a minha, entrelaçando nossos dedos. Sua respiração estava tão desacelerada quanto a minha, com a outra não ele segurava um copo de whisky sem gelo e dosa dupla. — Me desculpa por tudo. Podemos conversar? — sua voz me de
Michael Williams: A vontade que eu tinha em beijá-la era viciante, como se eu ainda fosse um adolescente em plena puberdade, ela despertava milhares de sensações ao mesmo tempo. Émie despertava o melhor de mim, embora estivéssemos conectados através dos nossos corpos, estávamos distantes em pensamento e estava visível o quanto ela estava me pedaços e triste. — Temos que voltar, ou Betsy vai te ligar até você aparecer. — estava abraçado ao seu corpo miúdo e gélido, enquanto ela se acolhia no mesmo, me fazendo sentir uma pessoa especial por isso. — Você tem razão. Temos que voltar. — ela foi se afastando aos poucos, caminhando em direção a porta e eu me vi perdendo outra vez. — Será que você pode voltar para casa? A casa fica vazia sem você e é como se nada mais fizesse sentido. — ela virou-se e me olhou sorrindo, mas continuou parada e sem respostas. — Você não tem obrigação nenhuma comigo e eu tenho que começar tudo novamente, Michael. Não posso voltar para sua e fingir que nada
Émie Carter: Me sentia acolhida em seus braços, reunida com a sua família e sendo tão bem recebida. Donna me olhava feliz, via em suas expressões que ele tinha vontade de perguntar alguma coisa, mas estava lhe faltando coragem para isso, então tomei a iniciativa de iniciar a conversa naquele mesa tão silenciosa. — Acho que vou aproveitar esse momento pra dizer o quanto estou feliz hoje e vocês são os culpados por isso. — Limpei a lágrima que insistentemente queria surgir ali e continuei: — A senhora me ajudou no momento em que eu pensei que morreria, nunca lhe disse isso, mas a senhora salvou a minha vida aquele dia. — Eu sei que você é grata por isso, filha. Vi em seus olhos naquele dia, o quanto você estava ferida e precisando de ajuda, queria poder ter feito mais. — A mão de Donna tocou a minha e me fez me emocionar, coloquei a não sobre o rosto e senti a mãos de Michael acariciar minhas costas, fazendo com que todos ali nos olhassem. — Bem… estamos felizes que esteja aqui hoje.
Michael Williams:Seu perfume era o mesmo, como eu não percebi tudo isso antes? Como não a reconheci? As coisas poderiam estar sendo diferentes agora. Seus passos silenciosos eram devagar, mas seu perfume estava exalando de longe. — Oi… — Seu rosto inchado era sinal de que ela havia chorado ainda pouco. — Eu quero dizer que foi um prazer te reencontrar. — Que porra é isso? Uma despedida e eu não estou sabendo? — Para de agir como se eu sempre fosse a errada da história. Para de querer ser sempre a vítima, por favor. Eu juro que estou aqui tentando ter uma conversa formal com você, mas não está adiantando nada que eu faça. Desde que nos vimos, só falamos bobagens e… eu não quero te atrapalhar. Você tinha uma vida antes de me encontrar novamente, agora olha só onde nós estamos. — Sua voz embargada era dolorida, embora eu soubesse que eu era o errado, não queria aceitar os fatos. Eu não poderia perdê-la novamente e eu já não sabia mais o que fazer. — Eu não seria capaz de forçá-la a